Caminhos da Serra: Serras dos Órgãos, Santana e Botija

A Serra dos Órgãos é uma cordilheira do que abriga o famoso Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos. A serra é recoberta por extensas áreas de Mata Atlântica e formadora de inúmeros riachos. É a cadeia montanhosa na qual a cidade de Petrópolis, de grande relevância histórica, está encravada.

O belvedere, também conhecido como Mirante da Vista Soberba, proporciona uma vista privilegiada do Pico do Escalavrado (1.406m), Dedo de Nossa Senhora (1.320m), Dedo de Deus (1.692m), Cabeça de Peixe (1.680m) e outros pontos da Serra dos Órgãos. A região onde fica Teresópolis era habitada no século XVI por índios timbiras e posteriormente passou a abrigar os escravos que fugiam das plantações de cana-de-açúcar da baixada fluminense, que formaram o Quilombo da Serra. Em 1821 o português de origem inglesa George March adquiriu uma grande gleba e transformou-a em uma fazenda-modelo, com sua sede localizada onde atualmente encontra-se o Bairro do Alto. A fazenda, de nome Fazenda Santo Antônio, ou Fazenda Sant’Ana do Paquequer, acabou por gerar o primeiro povoado de maior importância ao longo do caminho que ligava a corte à província das Minas Gerais, desenvolvendo de maneira considerável a sua agricultura, pecuária e o veraneio da região. No dia 6 de julho de 1891 o então governador do estado Francisco Portella elevou a freguesia à condição de município, emancipando-a de Magé e nomeando-a de Teresópolis em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, que havia falecido dois anos antes.


A Serra dos Órgãos é parte integrante da Serra do Mar abrangendo uma área que ultrapassa 20 mil hectares. O nome vem da semelhança entre as rochas verticalizadas e os órgãos usados em igrejas antigas. Ao longo da escarpa, a escala de altitude em relação ao nível do mar ultrapassa os dois mil metros.

Quem chega pela RJ-130, a estrada Terê-Fri, na localidade de Alto do Vieira, se depara com uma região agrícola, repleta de fazendas com plantações de verduras, tubérculos e frutas, onde, não raro, é possível até sentir o aroma da couve-flor, cujo cultivo é extenso e muito comum na região do distrito de Campo do Coelho. A agricultura também é um dos pilares econômicos da cidade, conhecida por sua grande produção de morango, caqui, tomates e hortaliças. O Bairro Vieira pertence ao 3º Distrito (Vale de Bonsucesso) do município de Teresópolis, localizado na zona rural do município. O rio Vieira passa pela vila, onde possui muitas edificações rente às suas margens. A área agrícola da vila tem plantações localizadas às margens do curso d’água; em regiões montanhosas, onde o rio forma corredeiras e em áreas mais planas (pequenas baixadas).

As montanhas chamadas Dedo de Deus e Escalavrado são ícones. Junto aos picos próximos, formam muros de rocha escarpada que são características dramáticas. Podem ser vistas em qualquer dia claro de dentro da cidade do Rio de Janeiro. Uma fratura norte-oeste é exposta nas superfícies rochosas do platô, que define a direção dos sulcos e vales ao longo da escarpa.

As fraturas verticais da direção Nordeste, espaçadas regularmente a cada 500 metros, cortam as estruturas em ângulos retos. A erosão ao longo dessas fraturas isolou os blocos de rochas maciças.

Teodoro de Oliveira, transpunha-se o divisor de águas a mais de mil metros de altura, pela Estrada RJ-116. O trecho entre a Boca do Mato (Cachoeiras de Macacu) e Teodoro de Oliveira (Nova Friburgo) possui traçado tortuoso e atrevido, córregos encachoeirados e vales profundos. Na localidade havia a substituição da locomotiva de cremalheira pelas convencionais e começava a descida para o vale do Bengala, rio que corta a cidade de Friburgo. Os trens de passageiros nesse trecho foram desativados em algum dia entre julho de 1963 e outubro de 1965. O pátio e tudo o mais de Teodoro de Oliveira foi arrasado para dar lugar a uma retificação da rodovia Friburgo-Cachoeiras do Macacu-Rio de Janeiro. A parte final do pátio (sentido Cachoeiras) era cortado pelo viaduto da rodovia Niterói-Friburgo. Quando o antigo trecho da rodovia na serra foi condenado devido a enormes deslizamentos de terra, aproveitou-se o antigo leito da ferrovia para construir a retificação. O pátio inativo e já sem trilhos e o viaduto sobreviveram até cerca de 1971, quando foram demolidos. A retificação foi inaugurada por volta de 1972. 

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é uma Unidade de Conservação situada na Serra dos Órgãos. Abrange os municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis, com uma área de 20.030 hectares. É aberto para visitação permanente e administrado pelo ICMBio, uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Localizado na Posse, distrito de Petrópolis, o Brejal é um reduto de chácaras, sítios, fazendas, haras e pousadas que chamam, cada vez mais, a atenção de turistas e apaixonados por agricultura orgânica - uma de suas referências.        O Brejal é conhecido como um pequeno paraíso rústico, ideal para quem quer se conectar com as raízes do meio agrícola. O ar puro das montanhas é um dos motivos de o local ser considerado, por muitos, um pequeno paraíso rural.


Apesar de estar aberta o ano inteiro, de maio a setembro inicia-se a temporada de montanhismo. Aventureiros de toda parte vêm buscando o contato direto com a natureza. O principal roteiro é a Travessia Petrópolis Teresópolis, que exige três dias e é considerada a caminhada mais bonita do Brasil.

A região do Ouro é conhecida em Guapimirim por sua vasta produção de banana. Mas, não é por esta razão que ela é chamada assim. Nos tempos do Brasil Colônia, com a exploração portuguesa das minas de ouro no Século 18, surgiu também o contrabando da riqueza que já era roubada na região. Enquanto a rota original seguia apenas pelo Socavão, um desvio era utilizado para a fuga dos ladrões. Este é o trajeto hoje chamado de Trilha do Ouro – que tem como símbolo um enorme Jequitibá centenário, provavelmente plantado pelos bandos que por ali transitavam. Atualmente são encontradas pelo caminho as belezas naturais da região. Partindo do bairro Caneca Fina, o Caminho do Ouro leva à localidade do Paraíso (próximo ao Centro de Primatologia do Rio de Janeiro).

Nos topos mais elevados da Serra dos Órgãos, entre Petrópolis e Teresópolis, salienta-se uma estreita superfície rochosa ou com solos muito rasos, dominada por campos de altitude e relevo praticamente plano, bruscamente delimitada por paredões subverticais, tanto voltados para a Baía de Guanabara, quanto para o continente.

Esse planalto elevado, alçado a mais de 2.000m de altitude, contrasta com o relevo extremamente acidentado das escarpas serranas, caracterizado por vertentes muito íngremes e topos aguçados.

A localidade da Barreira do Soberbo encanta a todos que a visitam. Emoldurada pelas belíssimas cachoeiras do rio Soberbo. No local encontra-se o casarão da antiga sede da fazenda da Barreira, as ruínas do engenho da fazenda, a ponte velha da estrada de rodagem, as ruínas de um antigo hotel e da casa de cobrança, as duas pontes que serviram à antiga estrada Magé-Sapucaia, depois utilizadas pela Estrada de Ferro Teresópolis, monumentos que atestam sua importância econômica no passado e valorizam o turismo ecológico-histórico da região.

Eesse planalto elevado está associado a um remanescente de uma antiga superfície de erosão, denominada Superfície dos Campos, cuja idade seria anterior à abertura do oceano Atlântico.

A escarpa da Serra dos Órgãos, entre Teresópolis e Nova Friburgo, mantém seu aspecto monolítico imponente, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.100 e 1.300m, a oeste, para 1.400 a 2.000m, a leste. Destaca-se, próximo a Nova Friburgo, o Pico da Caledônia, com 2.319m, como o ponto mais elevado da Serra do Mar em todo o território brasileiro.

Guapiaçu está situado entre as margens do Rio Guapiaçu e do Rio Mariquita, na bacia hidrográfica do Rio Macacu, dentro dos limites da zona de amortecimento do Parque Estadual dos Três Picos, numa área cercada de pastagens, lavouras e pela Mata Atlântica e encravado aos pés da Serra dos Órgãos. O rio Guapiaçu e seus afluentes, em meio àvegetação preservada, promovem a presença de inúmeros poços e cachoeiras propícios para o banho, destacando-se a localidade de Guapiaçu, um pequeno bairro rural que concentra o fluxo de visitações. O rio Guapiaçu tem sua nascente na Serra dos Órgãos. As características geoambientais da região contam com a vegetação de Mata Atlântica e o forte potencial hídrico e agrícola lá presentes, que desde antes da colonização portuguesa, quando o Recôncavo da Guanabara era ocupado por povos indígenas, vêm caracterizando os usos territoriais dos povos e comunidades que ali habitam. A própria palavra Guapiaçu, nome do principal rio da região onde as comunidades em questão hoje habitam, é manifestação atual de uma ocupação histórica indígena do tronco linguístico Tupi-Guarani. A palavra Guapiaçu significa “A grande cabeceira”, o que torna possível perceber a íntima relação que os diversos povos que ocuparam a região ao longo do tempo vieram tendo com as águas. Na época da invasão/ocupação portuguesa, no ano de 1500, uma complexa rede de aldeias habitava o Recôncavo da Guanabara (região correspondente à atual Baixada Fluminense e outros municípios ao redor da Baía de Guanabara). No decorrer do século XVI, as terras do Vale do Guapiaçu tornaram-se sesmarias. Como o responsável na época, o fidalgo português Miguel de Moura, não fez uso produtivo da terra, foi doada a Companhia de Jesus, sob comando de jesuítas. Nesse processo, os povos indígenas originários ou eram considerados inimigos (e nesse caso, massacrados) ou aliados (assim foram cristianizados e escravizados). O rio Guapiaçu, à época, se caracterizava por ser uma das principais vias de acesso ao interior e permitia a interiorização da colonização no Recôncavo da Guanabara, pois era um rio considerado navegável. Dentre as atividades econômicas da região, além dos engenhos para a produção de açúcar e a extração de madeira, destaca-se a intensa produção de farinha de mandioca, arroz, feijão e milho - alimentos, que, ainda hoje são produzidos nos terrenos agricultáveis da região.

Essa unidade mantém sua cobertura florestal preservada, principalmente dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Todavia, é comum a ocorrência de movimentos de massa nas escarpas florestadas, demonstrando, assim, o processo de evolução geomorfológica dessa unidade de relevo.

Desde que o parque foi delimitado, uma comunidade rural residente no bairro do Bonfim, distrito de Correas, Petrópolis foi incluída em seu interior. Esta comunidade foi formada durante a década de 50, por funcionários da antiga Fazenda Bonfim e seus descendentes que permanecem no local até hoje, morando e usando a terra para cultivar hortaliças e flores. Ao longo dos 45 anos que decorreram entre a criação do parque e a definição de seus limites precisos, a comunidade cresceu, mantendo-se essencialmente rural, ao contrário da parte mais baixa do vale, que sofreu uma urbanização de forma rápida e desordenada. Em meados da década de 50, um rapaz chamado José Joaquim da Costa e Silva, veio de Portugal para o Brasil, em busca de trabalho e tentar uma vida melhor. Já estando no Brasil, ele conheceu Maria Levandeira, que também tinha vindo de Portugal para o Brasil. Aqui se casaram e posteriormente compraram um terreno no Vale do Bonfim. Aqui começaram o plantio de hortaliças e legumes. Na época, os produtores de hortaliças vendiam seus produtos em feiras regionais, não havia entregas para supermercados, quitandas ou hortfruit. O Seu Joaquim então começou algo novo, começou as entregas para estabelecimentos comerciais de Petrópolis e com a ajuda dos seus sete filhos, que viera a ter. Desses sete filhos, Célio da Costa e Silva e Paulo Artur Almeida Da Silva, se uniram e criaram a AgroSerra Petrópolis. 

Assim sendo, eventos de enxurrada durante eventos pluviais críticos podem promover problemas em localidades situadas nos altos cursos de rios em posição de sopé da escarpa, tais como Tinguá, Xerém, Inhomirim, Santo Aleixo, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu.

O Distrito de Santo Aleixo localiza-se no extremo norte do município de Magé, junto às divisas de Petrópolis e Guapimirim; distanciando-se não apenas do centro de Magé mas também de Duque de Caxias, principal cidade vizinha. Situado ao sopé da Serra dos Órgãos, entre montanhas e cortado por rios, o relevo acidentado encerra as construções em um pequeno vale coberto por densa mata secundária cortada por inúmeros riachos. Todo o traçado urbano seguiu a conformação do vale. O início da colonização do distrito se deu por volta do século XVIII, onde alguns desbravadores, portugueses e escravos, encontraram na região um solo fértil para a lavoura, água em abundância e um clima bastante agradável. O distrito de Santo Aleixo engloba ainda os bairro de Andorinhas, Cascata, Capela, Cachoeirinha, Gandé, Jardim Esmeralda, Morro Cavado, Morro do Pau à Pique, Morro do Batatal, Poço Escuro e Vila Operária. Há décadas Santo Aleixo contava com uma importante fábrica têxtil e sua rotina era agitada por dois cinemas, hoje desativados.

Consiste em um proeminente alinhamento serrano, de orientação SSW-NNE, bastante dissecado, que se projeta da Serra do Mar, próximo às cabeceiras do rio Macacu, em direção às baixadas litorâneas.

Trata-se de um típico espigão destacado, que sofreu um recuo erosivo menos acentuado em relação ao escarpamento principal da Serra do Mar, devido ao fato de estar protegido à retaguarda dos maciços intrusivos alcalinos de Tanguá e Rio Bonito.

Como não há uma política de assentamento legal, no vale do Alto Jacuba - Rio Bonito, especialiastas temem o surgimento de favelas e aumento dos loteamentos sem infraestrutura habitacional (rede de esgoto, água, luz, calçamento), com lançamento de esgoto in natura nos rios e nas encostas.A serra do Amar e Querer, no limite com o sertão de Tanguá. Eram terras praticamente “incultas”, quer dizer sem cultivo algum, praticamente vazias. Em mapa feito por Vieyra Leão em 1767, só aparecem registrados no campo de Bacaxá o Curral de Sombá, o Curral do Meio, Bacaxá e o Curral de Baixo. Os maiores povoamentos próximos eram Cabo Frio, de um lado e Santo António de Sá, do outro, onde florescia a cana de açúcar e engenhos.

Configura-se no divisor principal entre as bacias dos rios Macacu e São João, ambas drenando para os terrenos planos das baixadas litorânea s.

O bairro do Paraíso faz fronteira com o município de Cachoeiras de Macacu. Banhado pelo rio Orindi-Açu, dá acesso ao Reservatório da Cedae, onde são encontrados os poços próximos à entrada do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro - CPRJ. Em funcionamento desde o ano de 1975, trata-se de modelo original e único no mundo com o propósito de conservar a fauna primatológica. Mantém um patrimônio biótico de valor incalculável, cujo gerenciamento é considerado modelar na preservação da vida selvagem. O Paraíso está situado junto à antiga Estação Ecológica Estadual do Paraíso (EEEP), hoje integrada ao Parque Estadual dos Três Picos (PETP). A localização é privilegiada, sendo boa parte da área permanece revestida de mata cuja riqueza biótica ainda é significativa, principalmente sob o ponto de vista florístico.


A linha de cumeada do topo do espigão apresenta altitudes decrescentes entre o escarpamento principal e os maciços de Tanguá e Rio Bonito. As elevações decrescem rapidamente, de 1.600 a 900m, mantendo-se o espigão com altitudes entre 800 e 1.000m. A leste dos maciços alcalinos, destaca-se um alinhamento serrano degradado, com orientação preferencial W-E, onde se encaixa a bacia do alto rio São João. 

Rio Bonito é uma área de proteção ambiental, localizada em Macaé de Cima, próximo ao distrito de Lumiar. O nome se deu por conta do Rio Bonito, que aflui do Rio Macaé e se une a um dos principais atrativos da cidade, o Encontro dos Rios. É um local de ambiente natural privilegiado e diversificado, com cachoeiras, trilhas, patrimônios históricos etc. Por ser uma área rural, caracteriza-se pela produção agrícola, o que atribui ao lugarejo muitas características positivas, ganhando cada vez mais admiradores. A riqueza em fauna e flora, proporciona um misto de sensações aos visitantes e moradores – que têm uma hospitalidade sem igual.

Constitui-se pelas serras de Monte Azul (500 a 700m) e Cachoeira Grande (300 a 500m), terminando próximo ao médio curso do rio São João. Apenas algumas localidades ocupam o entorno desse alinhamento montanhoso, tais como os núcleos urbanos de Japuíba e Gaviões, situados junto às planícies fluviais dos rios Macacu e São João, respectivamente.

Foi no Caleme, onde ocorreu a primeira das três grandes cabeças d’água que devastaram Teresópolis. Antes da tragédia havia uma área de grande beleza natural. Ali ficava uma das fazendas da família Guinle, onde nas décadas de 20 e 30, foi construída a barragem do Triunfo (nome do córrego). Mais recentemente, a área foi sendo vendida e loteada, mas sem projeto aprovado pela prefeitura. O resultado foi o surgimento de construções sobre as margens do rio, sem que o poder público tivesse controle ou mesmo conhecimento. No bairro Santa Rita surgiu há alguns anos um assentamento do INCRA, também sem o necessário planejamento para construção sobre uma área às margens de um rio. Além das construções, até bem pouco tempo era explorada, no local, a extração clandestina de granito, alterando as características naturais do curso d’água.

Essa unidade é representada por três maciços montanhosos intrusivos, com morfologias circulares a semicirculares, dispostos em formação triangular próximos uns aos outros, configurando-se em imponentes contrafortes da escarpa da Serra do Mar. Apresentam formas dômicas bem definidas, conectadas à escarpa da Serra do Mar pelo espigão constituído pelas serras de Santana e da Botija.

Esse conjunto morfológico atua como importante zona dispersora de águas entre a bacia da Baía de Guanabara (especificamente, a bacia do rio Macacu) e a bacia do rio São João. Estão aí situadas importantes nascentes de ambas as bacias, tais como os rios Caceribu e Soarinho, drenando para a bacia da Baía de Guanabara, e os rios São João e Bacaxá, drenando para a bacia do rio São João.

Gaviões é uma localidade rural do município de Silva Jardim de notável interesse ecológico, situada nas proximidades da Serra do Bertholdo e da Serra do Mar, respectivamente nas divisas políticas com os municípios de Nova Friburgo e de Cachoeiras de Macacu. Em suas serras podem ser encontrados resquícios de Mata Atlântica, bem como animais silvestres desse notável ecossistema. O lugar é um dos pontos de destino dos praticantes do trekking e do ecoturismo. O distrito foi criado em 1860, com o nome de Nossa Senhora da Conceição dos Gaviõesem 1877foi transferido para a vila de Santana de Macacu depois Cachoeiras de Macacu. Em 1880, o distrito volta a pertencer a vila de Nossa Senhora da Lapa do Capivari (Silva Jardim).


Mais a oeste, próximo à localidade de Tanguá, localiza-se a serra dos Garcias (741m), que consiste em um maciço dômico com cristas anelares intensamente erodido na sua borda leste. Mais a leste, próximo à localidade de Rio Bonito, encontra-se a serra do Sambê, com 961m de altitude, consistin- do em um maciço dômico bastante preservado dos processos de dissecação do relevo, apresentando também cristas anelares.

Na comunidade de Faraó, em Cachoeiras de Macacu, predominam produtores agrícolas de base familiar. O grande desafio se encontra em conciliar seus sistemas de produção, com a crescente demanda da proteção ambiental, uma vez que a comunidade está situada em áreas de unidades de conservação. A localidade é assim chamada por estar localizada ás margens do rio do mesmo nome, que, também é conhecido como rio Batatal, sendo atingida pelo processo de reestruturação espacial promovida pela construção do COMPERJ, agravada pela paralisação das obras em 2015. Os obstáculos e entraves na construção do referido complexo industrial acabaram inviabilizando uma série de pequenos empreendimentos locais, liberando significativo contingente da força de trabalho utilizada direta e indiretamente nas atividades de apoio ao empreendimento. A comunidade encontra-se relativamente isolada em relação a outras áreas rurais do município, com o acesso limitado a uma estrada de terra, em precário estado de conservação.

Mais a norte, próximo à localidade de Papucaia, localiza-se a serra do Soarinho (715m), que consiste em um maciço dômico alongado na direção W-E, apresentando cristas paralelas.


Os maciços de Tanguá-Rio Bonito situam-se a leste da bacia do rio Macacu e delimitam-se abruptamente com as colinas baixas da superfície de aplainamento da Região dos Lagos e os terrenos das baixadas adjacentes, pontilhadas de colinas e morrotes isolados, e as planícies fluviais dos rios Macacu, Caceribu e Bacaxá.

O projeto do Governo do Estado para a construção de uma barragem no rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na Região das Baixadas Litorâneas do Rio. A estrutura reforçaria o abastecimento de água para Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana, afetados pela crise hídrica. A grande polêmica no entorno da construção é que agricultores da região teriam que ser realocados. O local é uma das áreas agrícolas mais produtivas do estado, sendo responsável principalmente pelo cultivo de aipim. Um projeto alternativo, que sugeria a construção de três barragens menores, sem a necessidade de tantos agricultores deixarem a região, chegou a ser apresentado ao governo.

As vertentes estão protegidas por densa cober- tura florestal, principalmente nas áreas mais eleva- das com relevo mais imponente.

Todavia, as baixas encostas desses maciços vêm sendo progressiva- mente ocupadas por atividades agrícolas, principalmente próximo aos núcleos urbanos de Tanguá e Rio Bonito, podendo vir a comprometer a cobertura florestal e a disponibilidade hídrica das localidades no seu entorno.

Antes da chegada dos primeiros portugueses à região de Magé, no século XVI, a mesma era habitada por índios Timbira, Tamoio e Temiminó, da tribo de Arariboia, chamados pejorativamente por seus inimigos de "maracajás". Na parte alta, que hoje corresponde à Serra dos Órgãos e consequentemente à Teresópolis, era registrado povoamento dos Guaranis, além do Quilombo da Serra, que abrigava escravos fugitivos das fazendas de cana-de-açúcar da baixada mageense. No século XVIII, várias trilhas surgiram na subida da Serra a partir de Guapimirim que tinham como destino onde hoje está localizado o bairro de Três Córregos, no Segundo Distrito. O primeiro caminho passava pela Garganta Maria da Prata (hoje na área do Parque Estadual dos Três Picos) e chegava a Canoas. O segundo caminho passava pelo Soberbo e Garrafão (em trajeto próximo ao da BR-116, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos) e chegava a Boa Vista e Paquequer, onde atualmente está o bairro do Alto. Em 2005, foi registrado nos entornos da sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos cinco comunidades carentes, além de construções de classe média em seus limites. No mesmo período, foi registrado o crescimento de três favelas de porte médio e uma pequena em direção ao interior da mata do APA Jacarandá, resultado do crescimento desordenado do bairro Meudon. Já no Parque Estadual dos Três Picos, a especulação imobiliária é responsável pela ocupação irregular, com registro de construção de condomínios no bairro Canoas que ferem os limites da área de preservação ambiental.


Morro de São João Consiste num pequeno maciço montanhoso intrusivo, bastante preservado dos processos de dissecação do relevo, localizado no baixo curso da baixada fluviolagunar do rio São João, apresentando uma perfeita morfologia de cone vulcânico com estruturas anelares preservadas.

Possui altitudes expressivas, elevando-se a mais de 700m de altitude (Morro de São João – 728m). Destaca-se topograficamente da planície fluviolagunar adjacente e de colinas isoladas. O rebordo da antiga cratera vulcânica foi dissecado em sua face leste por um pequeno tributário do rio São João. As vertentes estão protegidas por densa cobertura florestal, a despeito do avanço do cultivo de banana nas baixas encostas.

Em 1954, por iniciativa do governo municipal, foram abertas estradas de rodagem, facilitando o acesso aos distritos de Bananeiras e Gaviões, melhorando a ligação da zona serrana com a baixada, onde está a sede do município. Pouco depois, o governo federal implementou a rodovia tronco BR-101, com traçado a cerca de 5km de Silva Jardim. O governo federal, em 1965, através do Decreto nº 57.081, de 15/10/65, destinou toda a região fisiográfica, definida pelo IBGE como Baixada do Rio São João, como “Zona Prioritária de Emergência para fins de Reforma Agrária”, dadas as condições de improdutividade de suas terras agrícolas. Apesar deste Decreto, ao longo das décadas de 70 e 80, toda a região foi enquadrada no processo de expansão da fronteira agrícola fluminense, nos moldes da grande propriedade como unidade de produção, também pelo governo federal. O programa favoreceria aos antigos proprietários da região, os quais trataram de arrendar as terras, inicialmente para o arroz e, diante do fracasso da rizicultura ocorrido em menos de 10 anos, para aipim, batata doce e banana, a custa de muitos insumos químicos. No mesmo “pacote” de obras do DNOS, estava a construção da Barragem de Juturnaíba, cujos objetivos eram o abastecimento de água e o incremento da atividade turística na Região dos Lagos. Com a retificação do rio São João e as demais obras realizadas pelo DNOS, a Região das Baixadas sofreu processo de grilagem de terras públicas por parte dos proprietários confrontantes. Esta grilagem, embora contestada por ações judiciais, ainda hoje em curso, compromete o uso da terra na região. Atualmente, nas atividades agropecuárias desenvolvidas na região da bacia, observam-se a criação de gado para corte e leite na região das colinas e nas baixadas dessecadas, apiscicultura, aavicultura, asuinocultura e acriação de cavalos. A principal lavoura é a de citricultura, seguida de cana de açúcar, mandioca, banana, coco, feijão, inhame, mamão, maracujá e milho, além de gramíneas e forrageiras plantadas. As lavouras irrigadas são principalmente olericultura e cítricos à montante do reservatório e cítricos e cana-de-açúcar à jusante do mesmo. A irrigação é realizada em diferentes épocas, dependendo do tipo de cultura e da disponibilidade hídrica do solo.

A BR 495, ou estrada das Hortências, é considerada uma das mais belas rodovias do Brasil e liga Teresópolis a Petrópolis, chegando também a outras localidades, como o lugarejo Sana, na Serra de Macaé. São cerca de 37km, por uma das estradas mais antigas de concreto do país, com pista estreita, administrada pelo DNIT, que exige cuidado do motorista, mas que oferece paisagens únicas, algumas que parecem lunares.

O Vale do Cuiabá é uma região de Itaipava, 3º distrito de Petrópolis, que faz fronteira com outro município, Teresópolis. O bairro se distancia do centro de Petrópolis 40 km. Após a BR-492, o acesso é feito pela Estrada do Cantagalo, com diferentes tipos de vias (pavimentadas, lajota e terra).  Com as chuvas de 2011, os afetados de Petrópolis se concentraram principalmente no Vale do Cuiabá e região, tendo recebido a concentração de esforços dos entes federais, estaduais e municipais para atender a população atingida. Uma comunidade periurbana, distante dos centros, tendo uma população assalariada e trabalhando para os grandes sítios, fazendas e pousadas da região. Nível de escolaridade baixo, de emprego alto. Sem saneamento básico, transporte público de qualidade e com a maioria da população residindo em casa própria sem registro de imóveis.

Há poucos mirantes e locais seguros para estacionar, não há acostamento. Mas o baixo número de veículos circulando permite trafegar em baixa velocidade, apreciando a paisagem. Em alguns pontos, árvores de lindas formas e cores estão á beira dos precipícios naturais, desafiando a natureza. Anteriormente era conhecida como a Estrada das Hortênsias, pois havia muitas plantadas à beira da pista. Atualmente são raras.


Em 1970, o índice de urbanização do município de Cachoeiras de Macacu era inferior à média regional. A situação demográfica do município caracterizava-se pela predominância da população rural, a qual apresentou aumento das taxas de crescimento anuais, tanto no período 1950/1960 quanto em 1960/1970. É possível que este crescimento da população rural estivesse vinculado a oferta de empregos rurais ocasionados pela expansão da agricultura. A acessibilidade criada pela melhoria das condições rodoviárias, integrando o abastecimento do mercado metropolitano, foi responsável pelo surgimento de oportunidades de empregos nas áreas agrícolas do entorno metropolitano Parte desse comportamento pode ser explicado por um aumento geral de população nas Baixadas Litorâneas após a construção da ponte Rio–Niterói, que atraiu um fluxo de migrantes para a região, e parte pelas próprias condições internas ao município de migração campo-cidade, não apenas para a sede municipal, mas também para os distritos de Japuíba e, principalmente, de Papucaia. As mudanças ocorreram com a redistribuição da população e da cidade em si. Entretanto, com a influência do COMPERJ, o município vem entrando em uma nova fase de urbanização e alcançando uma nova posição na Região Metropolitana do Rio de Janeiro O centro urbano da sede municipal já reflete a nova dinâmica no município, apresentando processos de ocupação desordenada, diversidade de serviços e comércio e aumento do fluxo de transportes públicos e alternativos. Há mobilidade frequente para outras localidades de Cachoeiras de Macacu, principalmente, para os núcleos urbanos de Japuíba e Papucaia e para os municípios vizinhos de Nova Friburgo, Itaboraí e Guapimirim. A maior mobilidade da população também pode ser observada nas áreas rurais, havendo diariamente, ainda que com menos opções de horários, transportes públicos que realizam o trajeto do centro a localidades do interior do município – Vecchi, Faraó, São José da Boa Morte, Maraporã, Marubaí e Quizanga.

O Maciço de Suruí consiste em um pequeno maciço granítico bastante dissecado, por vezes escarpado, resistente à erosão diferencial, com altitudes modestas, entre 200 e 350m, no qual se destaca a Serra da Palha (330m)

Localiza-se no recôncavo da baixada da Baía de Guanabara, atuando como um baixo contraforte no sopé da Serra dos Órgãos. A unidade destaca-se topograficamente das baixadas fluviais e fluviomarinhas (mangues) dos rios Inhomirim, Suruí, Iriri e Santo Aleixo e das colinas isoladas do recôncavo da Baía de Guanabara. A unidade é definida pelo sistema de relevo Morrotes e Morros Baixos Isolados, constituído por um antigo bloco montanhoso, desfeito em um relevo amorreado, profundamente desgastado.
Nos séculos XVI e XVII, vários sesmeiros receberam terras, ou sesmarias, dentro dos limites de Suruhy; porém a sesmaria de maior importância foi a de Nicolau Baldim, 1500 braças no Rio Suruhy em 22 de outubro de 1614. A Freguesia de Suruí foi criada antes do ano de 1647. O núcleo urbano de Suruí se localiza às margens do rio de mesmo nome. Resguardado a Norte e Nordeste por elevações, mantém preservadas suas coberturas vegetais e abre-se para uma grande planície ao Sul, em direção ao litoral, numa paisagem de arbustos e vegetação rasteira. No alto de uma pequena elevação que sobe abruptamente bem no centro do núcleo está implantada a Igreja de São Nicolau de Suruí, construída em 1710, voltada para o casario que se desenvolveu próximo ao rio, em meados do século XVIII, em função do porto de embarque dos produtos cultivados no interior da Freguesia. O distrito de Suruí foi criado por meio de um Alvará de 1755, que também criou o distrito de Guapimirim (hoje município emancipado no ano de 1990). O termo Suruí é de origem tupi-guarani e significa “rio do sururu”.

Os gradientes são elevados e os topos arredondados. Apresenta densidade de drenagem média e padrão predominantemente dendrítico, tornando-se meandrante e divagante, conforme se aproxima dos fundos de vales afogados pela sedimentação fluviomarinha. A unidade apresenta um médio potencial de vulnerabilidade a eventos de erosão e movimentos de massa, devido a seu relevo menos expressivo e acentuado pela relativa preservação da cobertura florestal remanescente no maciço, como verificado em campo. A localidade de Suruí situa-se junto ao seu sopé.

No ano de 1926, Suruí recebia os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina. Além da estação, o distrito recebeu uma usina para a britagem e classificação pedra para lastreamento de via. Ao lado da plataforma da estação, há uma plataforminha menor, construída para a comunicação com a locomotiva do trem cargueiro que seguia em direção à pedreira. A travessia em nível foi construída justamente no trecho mais perigoso da estrada, fora da serra. A pedreira ainda funciona, mas não há o tráfego de trens a ela há muitos anos e os trilhos estão se degradando no local. A pedreira aberta nos anos 1950 pela Leopoldina, posuía  capacidade de usinagem de 40 m³/hora realizava a britagem e classificação de pedra para lastreamento de via.

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