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Caminhos da Serra: Serras dos Órgãos, Santana e Botija

A Serra dos Órgãos é uma cordilheira do que abriga o famoso Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos. A serra é recoberta por extensas áreas de Mata Atlântica e formadora de inúmeros riachos. É a cadeia montanhosa na qual a cidade de Petrópolis, de grande relevância histórica, está encravada.

O belvedere, também conhecido como Mirante da Vista Soberba, proporciona uma vista privilegiada do Pico do Escalavrado (1.406m), Dedo de Nossa Senhora (1.320m), Dedo de Deus (1.692m), Cabeça de Peixe (1.680m) e outros pontos da Serra dos Órgãos. A região onde fica Teresópolis era habitada no século XVI por índios timbiras e posteriormente passou a abrigar os escravos que fugiam das plantações de cana-de-açúcar da baixada fluminense, que formaram o Quilombo da Serra. Em 1821 o português de origem inglesa George March adquiriu uma grande gleba e transformou-a em uma fazenda-modelo, com sua sede localizada onde atualmente encontra-se o Bairro do Alto. A fazenda, de nome Fazenda Santo Antônio, ou Fazenda Sant’Ana do Paquequer, acabou por gerar o primeiro povoado de maior importância ao longo do caminho que ligava a corte à província das Minas Gerais, desenvolvendo de maneira considerável a sua agricultura, pecuária e o veraneio da região. No dia 6 de julho de 1891 o então governador do estado Francisco Portella elevou a freguesia à condição de município, emancipando-a de Magé e nomeando-a de Teresópolis em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, que havia falecido dois anos antes.


A Serra dos Órgãos é parte integrante da Serra do Mar abrangendo uma área que ultrapassa 20 mil hectares. O nome vem da semelhança entre as rochas verticalizadas e os órgãos usados em igrejas antigas. Ao longo da escarpa, a escala de altitude em relação ao nível do mar ultrapassa os dois mil metros.

Quem chega pela RJ-130, a estrada Terê-Fri, na localidade de Alto do Vieira, se depara com uma região agrícola, repleta de fazendas com plantações de verduras, tubérculos e frutas, onde, não raro, é possível até sentir o aroma da couve-flor, cujo cultivo é extenso e muito comum na região do distrito de Campo do Coelho. A agricultura também é um dos pilares econômicos da cidade, conhecida por sua grande produção de morango, caqui, tomates e hortaliças. O Bairro Vieira pertence ao 3º Distrito (Vale de Bonsucesso) do município de Teresópolis, localizado na zona rural do município. O rio Vieira passa pela vila, onde possui muitas edificações rente às suas margens. A área agrícola da vila tem plantações localizadas às margens do curso d’água; em regiões montanhosas, onde o rio forma corredeiras e em áreas mais planas (pequenas baixadas).

As montanhas chamadas Dedo de Deus e Escalavrado são ícones. Junto aos picos próximos, formam muros de rocha escarpada que são características dramáticas. Podem ser vistas em qualquer dia claro de dentro da cidade do Rio de Janeiro. Uma fratura norte-oeste é exposta nas superfícies rochosas do platô, que define a direção dos sulcos e vales ao longo da escarpa.

As fraturas verticais da direção Nordeste, espaçadas regularmente a cada 500 metros, cortam as estruturas em ângulos retos. A erosão ao longo dessas fraturas isolou os blocos de rochas maciças.

Teodoro de Oliveira, transpunha-se o divisor de águas a mais de mil metros de altura, pela Estrada RJ-116. O trecho entre a Boca do Mato (Cachoeiras de Macacu) e Teodoro de Oliveira (Nova Friburgo) possui traçado tortuoso e atrevido, córregos encachoeirados e vales profundos. Na localidade havia a substituição da locomotiva de cremalheira pelas convencionais e começava a descida para o vale do Bengala, rio que corta a cidade de Friburgo. Os trens de passageiros nesse trecho foram desativados em algum dia entre julho de 1963 e outubro de 1965. O pátio e tudo o mais de Teodoro de Oliveira foi arrasado para dar lugar a uma retificação da rodovia Friburgo-Cachoeiras do Macacu-Rio de Janeiro. A parte final do pátio (sentido Cachoeiras) era cortado pelo viaduto da rodovia Niterói-Friburgo. Quando o antigo trecho da rodovia na serra foi condenado devido a enormes deslizamentos de terra, aproveitou-se o antigo leito da ferrovia para construir a retificação. O pátio inativo e já sem trilhos e o viaduto sobreviveram até cerca de 1971, quando foram demolidos. A retificação foi inaugurada por volta de 1972. 

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é uma Unidade de Conservação situada na Serra dos Órgãos. Abrange os municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis, com uma área de 20.030 hectares. É aberto para visitação permanente e administrado pelo ICMBio, uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.

Localizado na Posse, distrito de Petrópolis, o Brejal é um reduto de chácaras, sítios, fazendas, haras e pousadas que chamam, cada vez mais, a atenção de turistas e apaixonados por agricultura orgânica - uma de suas referências.        O Brejal é conhecido como um pequeno paraíso rústico, ideal para quem quer se conectar com as raízes do meio agrícola. O ar puro das montanhas é um dos motivos de o local ser considerado, por muitos, um pequeno paraíso rural.


Apesar de estar aberta o ano inteiro, de maio a setembro inicia-se a temporada de montanhismo. Aventureiros de toda parte vêm buscando o contato direto com a natureza. O principal roteiro é a Travessia Petrópolis Teresópolis, que exige três dias e é considerada a caminhada mais bonita do Brasil.

A região do Ouro é conhecida em Guapimirim por sua vasta produção de banana. Mas, não é por esta razão que ela é chamada assim. Nos tempos do Brasil Colônia, com a exploração portuguesa das minas de ouro no Século 18, surgiu também o contrabando da riqueza que já era roubada na região. Enquanto a rota original seguia apenas pelo Socavão, um desvio era utilizado para a fuga dos ladrões. Este é o trajeto hoje chamado de Trilha do Ouro – que tem como símbolo um enorme Jequitibá centenário, provavelmente plantado pelos bandos que por ali transitavam. Atualmente são encontradas pelo caminho as belezas naturais da região. Partindo do bairro Caneca Fina, o Caminho do Ouro leva à localidade do Paraíso (próximo ao Centro de Primatologia do Rio de Janeiro).

Nos topos mais elevados da Serra dos Órgãos, entre Petrópolis e Teresópolis, salienta-se uma estreita superfície rochosa ou com solos muito rasos, dominada por campos de altitude e relevo praticamente plano, bruscamente delimitada por paredões subverticais, tanto voltados para a Baía de Guanabara, quanto para o continente.

Esse planalto elevado, alçado a mais de 2.000m de altitude, contrasta com o relevo extremamente acidentado das escarpas serranas, caracterizado por vertentes muito íngremes e topos aguçados.

A localidade da Barreira do Soberbo encanta a todos que a visitam. Emoldurada pelas belíssimas cachoeiras do rio Soberbo. No local encontra-se o casarão da antiga sede da fazenda da Barreira, as ruínas do engenho da fazenda, a ponte velha da estrada de rodagem, as ruínas de um antigo hotel e da casa de cobrança, as duas pontes que serviram à antiga estrada Magé-Sapucaia, depois utilizadas pela Estrada de Ferro Teresópolis, monumentos que atestam sua importância econômica no passado e valorizam o turismo ecológico-histórico da região.

Eesse planalto elevado está associado a um remanescente de uma antiga superfície de erosão, denominada Superfície dos Campos, cuja idade seria anterior à abertura do oceano Atlântico.

A escarpa da Serra dos Órgãos, entre Teresópolis e Nova Friburgo, mantém seu aspecto monolítico imponente, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.100 e 1.300m, a oeste, para 1.400 a 2.000m, a leste. Destaca-se, próximo a Nova Friburgo, o Pico da Caledônia, com 2.319m, como o ponto mais elevado da Serra do Mar em todo o território brasileiro.

Guapiaçu está situado entre as margens do Rio Guapiaçu e do Rio Mariquita, na bacia hidrográfica do Rio Macacu, dentro dos limites da zona de amortecimento do Parque Estadual dos Três Picos, numa área cercada de pastagens, lavouras e pela Mata Atlântica e encravado aos pés da Serra dos Órgãos. O rio Guapiaçu e seus afluentes, em meio àvegetação preservada, promovem a presença de inúmeros poços e cachoeiras propícios para o banho, destacando-se a localidade de Guapiaçu, um pequeno bairro rural que concentra o fluxo de visitações. O rio Guapiaçu tem sua nascente na Serra dos Órgãos. As características geoambientais da região contam com a vegetação de Mata Atlântica e o forte potencial hídrico e agrícola lá presentes, que desde antes da colonização portuguesa, quando o Recôncavo da Guanabara era ocupado por povos indígenas, vêm caracterizando os usos territoriais dos povos e comunidades que ali habitam. A própria palavra Guapiaçu, nome do principal rio da região onde as comunidades em questão hoje habitam, é manifestação atual de uma ocupação histórica indígena do tronco linguístico Tupi-Guarani. A palavra Guapiaçu significa “A grande cabeceira”, o que torna possível perceber a íntima relação que os diversos povos que ocuparam a região ao longo do tempo vieram tendo com as águas. Na época da invasão/ocupação portuguesa, no ano de 1500, uma complexa rede de aldeias habitava o Recôncavo da Guanabara (região correspondente à atual Baixada Fluminense e outros municípios ao redor da Baía de Guanabara). No decorrer do século XVI, as terras do Vale do Guapiaçu tornaram-se sesmarias. Como o responsável na época, o fidalgo português Miguel de Moura, não fez uso produtivo da terra, foi doada a Companhia de Jesus, sob comando de jesuítas. Nesse processo, os povos indígenas originários ou eram considerados inimigos (e nesse caso, massacrados) ou aliados (assim foram cristianizados e escravizados). O rio Guapiaçu, à época, se caracterizava por ser uma das principais vias de acesso ao interior e permitia a interiorização da colonização no Recôncavo da Guanabara, pois era um rio considerado navegável. Dentre as atividades econômicas da região, além dos engenhos para a produção de açúcar e a extração de madeira, destaca-se a intensa produção de farinha de mandioca, arroz, feijão e milho - alimentos, que, ainda hoje são produzidos nos terrenos agricultáveis da região.

Essa unidade mantém sua cobertura florestal preservada, principalmente dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Todavia, é comum a ocorrência de movimentos de massa nas escarpas florestadas, demonstrando, assim, o processo de evolução geomorfológica dessa unidade de relevo.

Desde que o parque foi delimitado, uma comunidade rural residente no bairro do Bonfim, distrito de Correas, Petrópolis foi incluída em seu interior. Esta comunidade foi formada durante a década de 50, por funcionários da antiga Fazenda Bonfim e seus descendentes que permanecem no local até hoje, morando e usando a terra para cultivar hortaliças e flores. Ao longo dos 45 anos que decorreram entre a criação do parque e a definição de seus limites precisos, a comunidade cresceu, mantendo-se essencialmente rural, ao contrário da parte mais baixa do vale, que sofreu uma urbanização de forma rápida e desordenada. Em meados da década de 50, um rapaz chamado José Joaquim da Costa e Silva, veio de Portugal para o Brasil, em busca de trabalho e tentar uma vida melhor. Já estando no Brasil, ele conheceu Maria Levandeira, que também tinha vindo de Portugal para o Brasil. Aqui se casaram e posteriormente compraram um terreno no Vale do Bonfim. Aqui começaram o plantio de hortaliças e legumes. Na época, os produtores de hortaliças vendiam seus produtos em feiras regionais, não havia entregas para supermercados, quitandas ou hortfruit. O Seu Joaquim então começou algo novo, começou as entregas para estabelecimentos comerciais de Petrópolis e com a ajuda dos seus sete filhos, que viera a ter. Desses sete filhos, Célio da Costa e Silva e Paulo Artur Almeida Da Silva, se uniram e criaram a AgroSerra Petrópolis. 

Assim sendo, eventos de enxurrada durante eventos pluviais críticos podem promover problemas em localidades situadas nos altos cursos de rios em posição de sopé da escarpa, tais como Tinguá, Xerém, Inhomirim, Santo Aleixo, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu.

O Distrito de Santo Aleixo localiza-se no extremo norte do município de Magé, junto às divisas de Petrópolis e Guapimirim; distanciando-se não apenas do centro de Magé mas também de Duque de Caxias, principal cidade vizinha. Situado ao sopé da Serra dos Órgãos, entre montanhas e cortado por rios, o relevo acidentado encerra as construções em um pequeno vale coberto por densa mata secundária cortada por inúmeros riachos. Todo o traçado urbano seguiu a conformação do vale. O início da colonização do distrito se deu por volta do século XVIII, onde alguns desbravadores, portugueses e escravos, encontraram na região um solo fértil para a lavoura, água em abundância e um clima bastante agradável. O distrito de Santo Aleixo engloba ainda os bairro de Andorinhas, Cascata, Capela, Cachoeirinha, Gandé, Jardim Esmeralda, Morro Cavado, Morro do Pau à Pique, Morro do Batatal, Poço Escuro e Vila Operária. Há décadas Santo Aleixo contava com uma importante fábrica têxtil e sua rotina era agitada por dois cinemas, hoje desativados.

Consiste em um proeminente alinhamento serrano, de orientação SSW-NNE, bastante dissecado, que se projeta da Serra do Mar, próximo às cabeceiras do rio Macacu, em direção às baixadas litorâneas.

Trata-se de um típico espigão destacado, que sofreu um recuo erosivo menos acentuado em relação ao escarpamento principal da Serra do Mar, devido ao fato de estar protegido à retaguarda dos maciços intrusivos alcalinos de Tanguá e Rio Bonito.

Como não há uma política de assentamento legal, no vale do Alto Jacuba - Rio Bonito, especialiastas temem o surgimento de favelas e aumento dos loteamentos sem infraestrutura habitacional (rede de esgoto, água, luz, calçamento), com lançamento de esgoto in natura nos rios e nas encostas.A serra do Amar e Querer, no limite com o sertão de Tanguá. Eram terras praticamente “incultas”, quer dizer sem cultivo algum, praticamente vazias. Em mapa feito por Vieyra Leão em 1767, só aparecem registrados no campo de Bacaxá o Curral de Sombá, o Curral do Meio, Bacaxá e o Curral de Baixo. Os maiores povoamentos próximos eram Cabo Frio, de um lado e Santo António de Sá, do outro, onde florescia a cana de açúcar e engenhos.

Configura-se no divisor principal entre as bacias dos rios Macacu e São João, ambas drenando para os terrenos planos das baixadas litorânea s.

O bairro do Paraíso faz fronteira com o município de Cachoeiras de Macacu. Banhado pelo rio Orindi-Açu, dá acesso ao Reservatório da Cedae, onde são encontrados os poços próximos à entrada do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro - CPRJ. Em funcionamento desde o ano de 1975, trata-se de modelo original e único no mundo com o propósito de conservar a fauna primatológica. Mantém um patrimônio biótico de valor incalculável, cujo gerenciamento é considerado modelar na preservação da vida selvagem. O Paraíso está situado junto à antiga Estação Ecológica Estadual do Paraíso (EEEP), hoje integrada ao Parque Estadual dos Três Picos (PETP). A localização é privilegiada, sendo boa parte da área permanece revestida de mata cuja riqueza biótica ainda é significativa, principalmente sob o ponto de vista florístico.


A linha de cumeada do topo do espigão apresenta altitudes decrescentes entre o escarpamento principal e os maciços de Tanguá e Rio Bonito. As elevações decrescem rapidamente, de 1.600 a 900m, mantendo-se o espigão com altitudes entre 800 e 1.000m. A leste dos maciços alcalinos, destaca-se um alinhamento serrano degradado, com orientação preferencial W-E, onde se encaixa a bacia do alto rio São João. 

Rio Bonito é uma área de proteção ambiental, localizada em Macaé de Cima, próximo ao distrito de Lumiar. O nome se deu por conta do Rio Bonito, que aflui do Rio Macaé e se une a um dos principais atrativos da cidade, o Encontro dos Rios. É um local de ambiente natural privilegiado e diversificado, com cachoeiras, trilhas, patrimônios históricos etc. Por ser uma área rural, caracteriza-se pela produção agrícola, o que atribui ao lugarejo muitas características positivas, ganhando cada vez mais admiradores. A riqueza em fauna e flora, proporciona um misto de sensações aos visitantes e moradores – que têm uma hospitalidade sem igual.

Constitui-se pelas serras de Monte Azul (500 a 700m) e Cachoeira Grande (300 a 500m), terminando próximo ao médio curso do rio São João. Apenas algumas localidades ocupam o entorno desse alinhamento montanhoso, tais como os núcleos urbanos de Japuíba e Gaviões, situados junto às planícies fluviais dos rios Macacu e São João, respectivamente.

Foi no Caleme, onde ocorreu a primeira das três grandes cabeças d’água que devastaram Teresópolis. Antes da tragédia havia uma área de grande beleza natural. Ali ficava uma das fazendas da família Guinle, onde nas décadas de 20 e 30, foi construída a barragem do Triunfo (nome do córrego). Mais recentemente, a área foi sendo vendida e loteada, mas sem projeto aprovado pela prefeitura. O resultado foi o surgimento de construções sobre as margens do rio, sem que o poder público tivesse controle ou mesmo conhecimento. No bairro Santa Rita surgiu há alguns anos um assentamento do INCRA, também sem o necessário planejamento para construção sobre uma área às margens de um rio. Além das construções, até bem pouco tempo era explorada, no local, a extração clandestina de granito, alterando as características naturais do curso d’água.

Essa unidade é representada por três maciços montanhosos intrusivos, com morfologias circulares a semicirculares, dispostos em formação triangular próximos uns aos outros, configurando-se em imponentes contrafortes da escarpa da Serra do Mar. Apresentam formas dômicas bem definidas, conectadas à escarpa da Serra do Mar pelo espigão constituído pelas serras de Santana e da Botija.

Esse conjunto morfológico atua como importante zona dispersora de águas entre a bacia da Baía de Guanabara (especificamente, a bacia do rio Macacu) e a bacia do rio São João. Estão aí situadas importantes nascentes de ambas as bacias, tais como os rios Caceribu e Soarinho, drenando para a bacia da Baía de Guanabara, e os rios São João e Bacaxá, drenando para a bacia do rio São João.

Gaviões é uma localidade rural do município de Silva Jardim de notável interesse ecológico, situada nas proximidades da Serra do Bertholdo e da Serra do Mar, respectivamente nas divisas políticas com os municípios de Nova Friburgo e de Cachoeiras de Macacu. Em suas serras podem ser encontrados resquícios de Mata Atlântica, bem como animais silvestres desse notável ecossistema. O lugar é um dos pontos de destino dos praticantes do trekking e do ecoturismo. O distrito foi criado em 1860, com o nome de Nossa Senhora da Conceição dos Gaviõesem 1877foi transferido para a vila de Santana de Macacu depois Cachoeiras de Macacu. Em 1880, o distrito volta a pertencer a vila de Nossa Senhora da Lapa do Capivari (Silva Jardim).


Mais a oeste, próximo à localidade de Tanguá, localiza-se a serra dos Garcias (741m), que consiste em um maciço dômico com cristas anelares intensamente erodido na sua borda leste. Mais a leste, próximo à localidade de Rio Bonito, encontra-se a serra do Sambê, com 961m de altitude, consistin- do em um maciço dômico bastante preservado dos processos de dissecação do relevo, apresentando também cristas anelares.

Na comunidade de Faraó, em Cachoeiras de Macacu, predominam produtores agrícolas de base familiar. O grande desafio se encontra em conciliar seus sistemas de produção, com a crescente demanda da proteção ambiental, uma vez que a comunidade está situada em áreas de unidades de conservação. A localidade é assim chamada por estar localizada ás margens do rio do mesmo nome, que, também é conhecido como rio Batatal, sendo atingida pelo processo de reestruturação espacial promovida pela construção do COMPERJ, agravada pela paralisação das obras em 2015. Os obstáculos e entraves na construção do referido complexo industrial acabaram inviabilizando uma série de pequenos empreendimentos locais, liberando significativo contingente da força de trabalho utilizada direta e indiretamente nas atividades de apoio ao empreendimento. A comunidade encontra-se relativamente isolada em relação a outras áreas rurais do município, com o acesso limitado a uma estrada de terra, em precário estado de conservação.

Mais a norte, próximo à localidade de Papucaia, localiza-se a serra do Soarinho (715m), que consiste em um maciço dômico alongado na direção W-E, apresentando cristas paralelas.


Os maciços de Tanguá-Rio Bonito situam-se a leste da bacia do rio Macacu e delimitam-se abruptamente com as colinas baixas da superfície de aplainamento da Região dos Lagos e os terrenos das baixadas adjacentes, pontilhadas de colinas e morrotes isolados, e as planícies fluviais dos rios Macacu, Caceribu e Bacaxá.

O projeto do Governo do Estado para a construção de uma barragem no rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na Região das Baixadas Litorâneas do Rio. A estrutura reforçaria o abastecimento de água para Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana, afetados pela crise hídrica. A grande polêmica no entorno da construção é que agricultores da região teriam que ser realocados. O local é uma das áreas agrícolas mais produtivas do estado, sendo responsável principalmente pelo cultivo de aipim. Um projeto alternativo, que sugeria a construção de três barragens menores, sem a necessidade de tantos agricultores deixarem a região, chegou a ser apresentado ao governo.

As vertentes estão protegidas por densa cober- tura florestal, principalmente nas áreas mais eleva- das com relevo mais imponente.

Todavia, as baixas encostas desses maciços vêm sendo progressiva- mente ocupadas por atividades agrícolas, principalmente próximo aos núcleos urbanos de Tanguá e Rio Bonito, podendo vir a comprometer a cobertura florestal e a disponibilidade hídrica das localidades no seu entorno.

Antes da chegada dos primeiros portugueses à região de Magé, no século XVI, a mesma era habitada por índios Timbira, Tamoio e Temiminó, da tribo de Arariboia, chamados pejorativamente por seus inimigos de "maracajás". Na parte alta, que hoje corresponde à Serra dos Órgãos e consequentemente à Teresópolis, era registrado povoamento dos Guaranis, além do Quilombo da Serra, que abrigava escravos fugitivos das fazendas de cana-de-açúcar da baixada mageense. No século XVIII, várias trilhas surgiram na subida da Serra a partir de Guapimirim que tinham como destino onde hoje está localizado o bairro de Três Córregos, no Segundo Distrito. O primeiro caminho passava pela Garganta Maria da Prata (hoje na área do Parque Estadual dos Três Picos) e chegava a Canoas. O segundo caminho passava pelo Soberbo e Garrafão (em trajeto próximo ao da BR-116, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos) e chegava a Boa Vista e Paquequer, onde atualmente está o bairro do Alto. Em 2005, foi registrado nos entornos da sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos cinco comunidades carentes, além de construções de classe média em seus limites. No mesmo período, foi registrado o crescimento de três favelas de porte médio e uma pequena em direção ao interior da mata do APA Jacarandá, resultado do crescimento desordenado do bairro Meudon. Já no Parque Estadual dos Três Picos, a especulação imobiliária é responsável pela ocupação irregular, com registro de construção de condomínios no bairro Canoas que ferem os limites da área de preservação ambiental.


Morro de São João Consiste num pequeno maciço montanhoso intrusivo, bastante preservado dos processos de dissecação do relevo, localizado no baixo curso da baixada fluviolagunar do rio São João, apresentando uma perfeita morfologia de cone vulcânico com estruturas anelares preservadas.

Possui altitudes expressivas, elevando-se a mais de 700m de altitude (Morro de São João – 728m). Destaca-se topograficamente da planície fluviolagunar adjacente e de colinas isoladas. O rebordo da antiga cratera vulcânica foi dissecado em sua face leste por um pequeno tributário do rio São João. As vertentes estão protegidas por densa cobertura florestal, a despeito do avanço do cultivo de banana nas baixas encostas.

Em 1954, por iniciativa do governo municipal, foram abertas estradas de rodagem, facilitando o acesso aos distritos de Bananeiras e Gaviões, melhorando a ligação da zona serrana com a baixada, onde está a sede do município. Pouco depois, o governo federal implementou a rodovia tronco BR-101, com traçado a cerca de 5km de Silva Jardim. O governo federal, em 1965, através do Decreto nº 57.081, de 15/10/65, destinou toda a região fisiográfica, definida pelo IBGE como Baixada do Rio São João, como “Zona Prioritária de Emergência para fins de Reforma Agrária”, dadas as condições de improdutividade de suas terras agrícolas. Apesar deste Decreto, ao longo das décadas de 70 e 80, toda a região foi enquadrada no processo de expansão da fronteira agrícola fluminense, nos moldes da grande propriedade como unidade de produção, também pelo governo federal. O programa favoreceria aos antigos proprietários da região, os quais trataram de arrendar as terras, inicialmente para o arroz e, diante do fracasso da rizicultura ocorrido em menos de 10 anos, para aipim, batata doce e banana, a custa de muitos insumos químicos. No mesmo “pacote” de obras do DNOS, estava a construção da Barragem de Juturnaíba, cujos objetivos eram o abastecimento de água e o incremento da atividade turística na Região dos Lagos. Com a retificação do rio São João e as demais obras realizadas pelo DNOS, a Região das Baixadas sofreu processo de grilagem de terras públicas por parte dos proprietários confrontantes. Esta grilagem, embora contestada por ações judiciais, ainda hoje em curso, compromete o uso da terra na região. Atualmente, nas atividades agropecuárias desenvolvidas na região da bacia, observam-se a criação de gado para corte e leite na região das colinas e nas baixadas dessecadas, apiscicultura, aavicultura, asuinocultura e acriação de cavalos. A principal lavoura é a de citricultura, seguida de cana de açúcar, mandioca, banana, coco, feijão, inhame, mamão, maracujá e milho, além de gramíneas e forrageiras plantadas. As lavouras irrigadas são principalmente olericultura e cítricos à montante do reservatório e cítricos e cana-de-açúcar à jusante do mesmo. A irrigação é realizada em diferentes épocas, dependendo do tipo de cultura e da disponibilidade hídrica do solo.

A BR 495, ou estrada das Hortências, é considerada uma das mais belas rodovias do Brasil e liga Teresópolis a Petrópolis, chegando também a outras localidades, como o lugarejo Sana, na Serra de Macaé. São cerca de 37km, por uma das estradas mais antigas de concreto do país, com pista estreita, administrada pelo DNIT, que exige cuidado do motorista, mas que oferece paisagens únicas, algumas que parecem lunares.

O Vale do Cuiabá é uma região de Itaipava, 3º distrito de Petrópolis, que faz fronteira com outro município, Teresópolis. O bairro se distancia do centro de Petrópolis 40 km. Após a BR-492, o acesso é feito pela Estrada do Cantagalo, com diferentes tipos de vias (pavimentadas, lajota e terra).  Com as chuvas de 2011, os afetados de Petrópolis se concentraram principalmente no Vale do Cuiabá e região, tendo recebido a concentração de esforços dos entes federais, estaduais e municipais para atender a população atingida. Uma comunidade periurbana, distante dos centros, tendo uma população assalariada e trabalhando para os grandes sítios, fazendas e pousadas da região. Nível de escolaridade baixo, de emprego alto. Sem saneamento básico, transporte público de qualidade e com a maioria da população residindo em casa própria sem registro de imóveis.

Há poucos mirantes e locais seguros para estacionar, não há acostamento. Mas o baixo número de veículos circulando permite trafegar em baixa velocidade, apreciando a paisagem. Em alguns pontos, árvores de lindas formas e cores estão á beira dos precipícios naturais, desafiando a natureza. Anteriormente era conhecida como a Estrada das Hortênsias, pois havia muitas plantadas à beira da pista. Atualmente são raras.


Em 1970, o índice de urbanização do município de Cachoeiras de Macacu era inferior à média regional. A situação demográfica do município caracterizava-se pela predominância da população rural, a qual apresentou aumento das taxas de crescimento anuais, tanto no período 1950/1960 quanto em 1960/1970. É possível que este crescimento da população rural estivesse vinculado a oferta de empregos rurais ocasionados pela expansão da agricultura. A acessibilidade criada pela melhoria das condições rodoviárias, integrando o abastecimento do mercado metropolitano, foi responsável pelo surgimento de oportunidades de empregos nas áreas agrícolas do entorno metropolitano Parte desse comportamento pode ser explicado por um aumento geral de população nas Baixadas Litorâneas após a construção da ponte Rio–Niterói, que atraiu um fluxo de migrantes para a região, e parte pelas próprias condições internas ao município de migração campo-cidade, não apenas para a sede municipal, mas também para os distritos de Japuíba e, principalmente, de Papucaia. As mudanças ocorreram com a redistribuição da população e da cidade em si. Entretanto, com a influência do COMPERJ, o município vem entrando em uma nova fase de urbanização e alcançando uma nova posição na Região Metropolitana do Rio de Janeiro O centro urbano da sede municipal já reflete a nova dinâmica no município, apresentando processos de ocupação desordenada, diversidade de serviços e comércio e aumento do fluxo de transportes públicos e alternativos. Há mobilidade frequente para outras localidades de Cachoeiras de Macacu, principalmente, para os núcleos urbanos de Japuíba e Papucaia e para os municípios vizinhos de Nova Friburgo, Itaboraí e Guapimirim. A maior mobilidade da população também pode ser observada nas áreas rurais, havendo diariamente, ainda que com menos opções de horários, transportes públicos que realizam o trajeto do centro a localidades do interior do município – Vecchi, Faraó, São José da Boa Morte, Maraporã, Marubaí e Quizanga.

O Maciço de Suruí consiste em um pequeno maciço granítico bastante dissecado, por vezes escarpado, resistente à erosão diferencial, com altitudes modestas, entre 200 e 350m, no qual se destaca a Serra da Palha (330m)

Localiza-se no recôncavo da baixada da Baía de Guanabara, atuando como um baixo contraforte no sopé da Serra dos Órgãos. A unidade destaca-se topograficamente das baixadas fluviais e fluviomarinhas (mangues) dos rios Inhomirim, Suruí, Iriri e Santo Aleixo e das colinas isoladas do recôncavo da Baía de Guanabara. A unidade é definida pelo sistema de relevo Morrotes e Morros Baixos Isolados, constituído por um antigo bloco montanhoso, desfeito em um relevo amorreado, profundamente desgastado.
Nos séculos XVI e XVII, vários sesmeiros receberam terras, ou sesmarias, dentro dos limites de Suruhy; porém a sesmaria de maior importância foi a de Nicolau Baldim, 1500 braças no Rio Suruhy em 22 de outubro de 1614. A Freguesia de Suruí foi criada antes do ano de 1647. O núcleo urbano de Suruí se localiza às margens do rio de mesmo nome. Resguardado a Norte e Nordeste por elevações, mantém preservadas suas coberturas vegetais e abre-se para uma grande planície ao Sul, em direção ao litoral, numa paisagem de arbustos e vegetação rasteira. No alto de uma pequena elevação que sobe abruptamente bem no centro do núcleo está implantada a Igreja de São Nicolau de Suruí, construída em 1710, voltada para o casario que se desenvolveu próximo ao rio, em meados do século XVIII, em função do porto de embarque dos produtos cultivados no interior da Freguesia. O distrito de Suruí foi criado por meio de um Alvará de 1755, que também criou o distrito de Guapimirim (hoje município emancipado no ano de 1990). O termo Suruí é de origem tupi-guarani e significa “rio do sururu”.

Os gradientes são elevados e os topos arredondados. Apresenta densidade de drenagem média e padrão predominantemente dendrítico, tornando-se meandrante e divagante, conforme se aproxima dos fundos de vales afogados pela sedimentação fluviomarinha. A unidade apresenta um médio potencial de vulnerabilidade a eventos de erosão e movimentos de massa, devido a seu relevo menos expressivo e acentuado pela relativa preservação da cobertura florestal remanescente no maciço, como verificado em campo. A localidade de Suruí situa-se junto ao seu sopé.

No ano de 1926, Suruí recebia os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina. Além da estação, o distrito recebeu uma usina para a britagem e classificação pedra para lastreamento de via. Ao lado da plataforma da estação, há uma plataforminha menor, construída para a comunicação com a locomotiva do trem cargueiro que seguia em direção à pedreira. A travessia em nível foi construída justamente no trecho mais perigoso da estrada, fora da serra. A pedreira ainda funciona, mas não há o tráfego de trens a ela há muitos anos e os trilhos estão se degradando no local. A pedreira aberta nos anos 1950 pela Leopoldina, posuía  capacidade de usinagem de 40 m³/hora realizava a britagem e classificação de pedra para lastreamento de via.

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Caminhos da Serra: Maciço do Tinguá e Serra do Couto

Consiste num maciço montanhoso imponente, com formato dômico bem definido, bastante elevado (1.600m de altitude), destacando-se topo-graficamente na escarpa da Serra do Mar, junto à Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

O distrito de Conrado (antigo Sertão) foi criado em 1957, subordinado ao município de Vassouras. Em 1987 foi desmembrado e anexado a Miguel Pereira. O distrito é formado pelas localidades de Conrado, Santa Branca, Mangueiras e Paes Leme. A área em que se cogitou abrigar a cidade de Isabelópolis hoje se encontra em terras da Reserva Biológica do Tinguá. Estando em ruínas escondidas sobre a vegetação de Mata Atlântica. Isabelópolis, nome sugerido pelo idealizador da homenagem, o nobre Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o Barão de Paty do Alferes, formaria com Petrópolis e Teresópolis um corredor de cidades serranas fluminenses em homenagem à família imperial. O nome batizaria o antigo distrito de Sant’Anna das Palmeiras, criado em outubro de 1855 sob forte lobby do barão, com o intuito de concretizar seu projeto, e pertencente à Vila de Iguassu, atual Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A região de Sant’Anna, a então futura Isabelópolis, era cortada pela Estrada do Comércio, uma das principais vias de escoamento do café das fazendas do Sul do estado, e de produtos vindos de Minas Gerais. Foi próspera até por volta de 1880, quando atingiu seu auge. Mas vieram a estrada de ferro, que esvaziou a Estrada do Comércio, e a ampliação da rede de abastecimento de água da Corte, com a captação na região.


Atua como zona dispersora de águas entre as bacias das baías de Guanabara e de Sepetiba, alojando as nascentes de importantes drenagens dessas bacias, tais como os rios Iguaçu e Tinguá, que drenam para a Baía de Guanabara, e rios Douro e Santo Antônio, que drenam para a Baía de Sepetiba. Em seu topo, ressaltam cristas de estruturas anelares, sugerindo o rebordo de uma antiga cratera vulcânica.

Esse rebordo está erodido apenas em sua porção sudoeste pelas cabeceiras de drenagem do rio Douro. A face sul do Maciço do Tinguá forma um escarpamento íngreme e imponente em direção às baixadas litorâneas.

A Serra do Tinguá, nos contrafortes da Serra do Mar, no município de Nova Iguaçu, ainda abriga mananciais de água potável e, em 1880, assistiu à construção do Reservatório do Rio D’Ouro. O bairro ganhou importância estratégica para o município em 1883, quando da construção da Estrada de Ferro Rio d'Ouro, que começava no bairro do Caju, no Rio de Janeiro e terminava em Rio D’Ouro. Uma das principais funções da estrada de ferro foi a construção e a manutenção dos aquedutos que abasteciam o Rio de Janeiro, então sede da Corte. A estrada de ferro foi desativada e suprimida na década de 1970 e o bairro perdeu a importância que tinha, sendo atualmente um bairro de caráter rural nas proximidades da Reserva Biológica do Tinguá. O antigo leito da linha férrea originou a atual rodovia vicinal RJ-113, mais conhecida localmente como Estrada de Jaceruba, sendo um dos principais acessos ao bairro.

Esse limite morfológico é abrupto, onde o escarpamento mergulha sobre uma baixada pontilhada de colinas e morrotes isolados e pela planície fluvial do rio Iguaçu, onde se situam as localidades de Adrianópolis, Cava e Rio Douro. Na face norte, delimita-se com a escarpa da serra da Bandeira, através do profundo vale do rio São Pedro, ou com o seu alto curso suspenso e aplainado, que segue aproximadamente o contato litológico entre as rochas alcalinas e as rochas cristalinas encaixantes.

Em sua face leste, o importante escarpamento do maciço tem continuidade em direção a Petrópolis por meio da serra do Couto, conferindo aspecto monolítico a esse trecho da Serra do Mar. As vertentes estão protegidas por densa cobertura florestal, principalmente dentro da Reserva Biológica do Tinguá.

O bairro tem caráter essencialmente rural e conta com diversas entidades e organizações não governamentais ligadas à ecologia e à proteção ambiental devido à existência da Reserva Biológica Federal do Tinguá, criada pelo Decreto Federal 97 780, de 23 de maio de 1989, que mantém parte da Mata Atlântica. Teve grande importância durante o século XIX por causa da antiga estação ferroviária de mesmo nome fundada em 1883 e desativada em 1964.


Todavia, esta vem sofrendo um processo inicial de ocupação devido à pressão urbana crescente exercida pela ocupação da Baixada Fluminense, visto que o Maciço do Tinguá situa-se em zona periférica desse grande núcleo de adensamento populacional. As escarpas das Serras do Couto consistem numa muralha montanhosa, alçada por tectônica, que delimita o recôncavo da bacia da Baía de Guanabara.

Na sua porção ocidental, esse escarpamento está separado da escarpa degradada da Serra das Araras pelo profundo vale do rio Santana, impresso sobre o Lineamento Jacuecanga-Conrado, e prolonga-se ininterruptamente em direção a leste, como um paredão monolítico, até às cabeceiras do rio Macacu, nas proximidades de Nova Friburgo.

As terras que hoje formam o Vale das Videiras pertenciam ao município de Vassouras. Por serem impróprias para a plantação de café, o “ouro negro” da época, foram deixadas de lado pela comarca. O nome “Vale das Videiras” se deve a tentativa fracassada de transformar a região em uma próspera vinícola, cuja iniciativa partiu de imigrantes vindos do sul italiano. O valor da região estava na geografia desta, em que haviam rotas para viajantes e fazendeiros que iam e vinham da região central de Vassouras, Paraíba do Sul e Três Rios. Tropeiros, vaqueiros, negociantes, viajantes de todas as partes e de todas as classes circulavam por este trecho levando e trazendo várias mercadorias – de ouro a pinga. Quando chovia, a estrada se tornava um atoleiro cheio de obstáculos. Isso obrigava os viajantes a interromper a viagem e esperar as condições climáticas melhorarem.

Esse escarpamento caracteriza-se como um relevo de transição entre os terrenos planos e elevações isoladas do recôncavo da baixada da Baía de Guanabara e a zona montanhosa do planalto reverso da Região Serrana).

Esse escarpamento é drenado pelas principais bacias de drenagem que desembocam na Baía de Guanabara, tais como as bacias dos rios Iguaçu-Tinguá, Estrela-Saracuruna-Inhomirim, Suruí, Santo Aleixo e Macacu-Guapiaçu-Guapimirim.

Localizado no Vale do Belvedere, divisa de Duque de Caxias e Petrópolis, descida da BR 040, o acesso ao Aviário é realizado pela estrada de chão, chamada Aviário. Esta área segura toda água que vem de longa distância, por ser uma região de vale. A bacia  tem de 10 a 12 km² de água. Após a instalação do atual pedágio, os moradores do Aviário ficaram limitados a passarem pela Estrada do Aviário (uma estrada de terra com crateras, e que quando chove fica alagada. Quando chove forte, o rio que se encontra na região transborda impossibilitando a passagem de moradores que moram depois do cruzamento da Rodovia, forçando-os a passarem pelo pedágio da BR-040Rodovia Washington Luiz.

Na porção oeste, o rio São Pedro drena as vertentes íngremes da serra da Bandeira e do Maciço alcalino intrusivo de Tinguá em direção à Baixada de Sepetiba.

A serra da Bandeira consiste num prolongamento ocidental da serra do Couto, que contorna o Maciço do Tinguá e termina junto à localidade de Japeri, no médio curso do rio Guandu. Registra altitudes em torno de 600 a 800m; no seu topo, observa-se uma pequena zona colinosa que se caracteriza como um remanescente de uma superfície aplainada alçada a mais de 700m de altitude.

O rio Facão, principal afluente na parte alta do Rio Santana, este nasce na Serra do Couto em altitudes de 1.800 metros, sendo este o ponto culminante da Bacia. Este afluente possui cerca de 8,5 km de curso sinuoso e em sua maior parte turbulento. As cabeceiras encontram-se protegidas por matas. O vale apresenta pequenos trechos em várzeas, onde as escarpas se afastam da margem do rio, muito utilizadas para a criação de gado. A região possui um único povoado, Marcos da Costa, situado próximo à sua foz, localizada no entorno do Caminho do Ouro, entre a REBIO de Araras e a REBIO do Tinguá. Na localidade há pequenas propriedades rurais com destaque à agropecuária de diversas culturas plantadas, incluindo capim para o período de entressafra na região do Vale das Princesas e de alguns haras. Na beira da estrada um pequeno centrinho, com presença de escolas, igrejas, campo de futebol e mercearia. Ao longo da estrada, com a proximidade com o município de Petrópolis voltam a aparecer as casas de veraneio. As regiões do Vale das Princesas, Marcos da Costa e Vila Suzano. Na comunidade da Fazenda Inglesa, entra-se a Estrada da Vargem Grande, estrada histórica de terra conhecida também como Caminho do Ouro, que liga Petrópolis a Miguel Pereira e leva até esses povoados. Por esse caminho, ainda podem ser vista as Ruínas da Fazenda do Capitão Marcos da Costa Construída em 1712, teve sua base em pedras de cantaria colocadas por escravos. Marcos da Costa da Fonseca Castelo Branco, foi almoxarife da Fazenda Real do Rio de Janeiro, em 1708.

Entre as serras da Bandeira e do Couto e a serra de Miguel Pereira, localiza-se a bacia do alto curso do rio Santana, que consiste num relevo montanhoso inserido entre dois alinhamentos de escarpas, drenando diretamente para a Baixada de Sepetiba.

Apesar de sofrer declínio econômico devido à abolição da escravatura em 1888 e ao esgotamento das terras devido à exploração inadequada das plantações de café, o desenvolvimento urbano de Miguel Pereira é impulsionado no início do século XX, quando foi aberto ramal auxiliar da estrada de ferro Melhoramentos, que, partindo de Japeri, na baixada Fluminense, atingia o rio Paraíba do Sul na cidade de Paraíba do Sul. O eixo ferroviário estimulou o nascimento de povoações que, em sua maioria, abrigavam os próprios trabalhadores da ferrovia. Este é o caso de Governador Portela, onde parte das áreas urbanas era de propriedade da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, que construiu toda uma vila residencial destinada aos ferroviários. Esta característica é responsável pelo desenvolvimento da sede distrital que ocorreria antes de Estiva, atual Miguel Pereira.

A unidade caracteriza-se por uma majestosa e abrupta barreira orográfica, sendo que sua linha de cumeada apresenta uma significativa elevação de oeste para leste na serra do Couto (de 900 para 1.500m), destacando- se o Morro do Caramujo (1.400m).

No colo de Petrópolis, sob denominação local de serra da Estrela, o alinhamento montanhoso sofre uma inflexão de direção N-S, provavelmente condicionado por estruturas regionais de orientação SSW-NNE. A leste de Petrópolis, a direção original é retomada na Serra dos Órgãos, atingindo altitudes superiores a 2.000m (Pedra do Sino – 2.263m; Pedra do Açu – 2.218m).

Vila Inhomirim ou Raiz da Serra é o bairro onde, no passado, se iniciava a subida da locomotiva que empurrava os vagões da composição que vinha da estação ferromarítima de Praia de Mauá em direção à cidade de Petrópolis, parte da E. F. B. Mauá, primeira ferrovia comercial do país. Atualmente é o terminal do ramal Inhomirim ↔ Saracuruna ↔ Central, operado pela Supervia, com circulação de três composições movidas a diesel fazendo o primeiro trecho desta ligação. No Passado se chamava ''Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim'' que pertencia a Vila de Iguassú, atual Nova Iguaçu. Com a divisão e emancipação do distrito de Vila de Estrela de Nova Iguaçu, e voltando no final ainda no século 19, toda região de Vila Inhomirim foi incorporada a Magé, pela distância do centro de Vila de Iguassu e Maxambomba. Logo depois já nos anos 40 veio a emancipação de Duque de Caxias de Nova Iguaçu, porém a região continuou sendo de Magé,

O Caminho Novo foi aberto por Garcia Rodrigues Paes e levava vinte ou trinta dias de viagem, um terço do tempo feito pelo Caminho Velho. Ele iniciava num porto do rio Pilar, que desagua no fundo da baía da Guanabara, subia a Serra do Mar na altura de Xerém, passava por Marcos da Costa, Paty do Alferes e Paraíba do Sul, onde havia um Registro para a fiscalização colonial, e seguia para as Minas Gerais, passando por Juiz de Fora e Barbacena.

Ocorre que a subida do paredão da Serra do Mar, em Xerém, era muito íngreme, onde muitas vezes pessoas e mulas carregadas rolavam ribanceira abaixo. Depois de vinte anos de sofrimento, Bernardo Proença, um rico fazendeiro da região, se propôs abrir uma nova subida da Serra por antiga trilha de índios em sua fazenda. Aceita a proposta, Proença construiu o Porto da Estrela no fundo da baía da Guanabara, onde é hoje a Praia de Mauá, e que se tornou logo uma importante vila, depósito e escoamento de mercadorias.

O bairro Meio da Serra está localizado na subida da Serra de Petrópolis na divisa com Magé. Nele, se localiza a RJ-107 conhecida como Serra Velha da Estrela, Serra Velha ou Estrada Velha da Estrela. Ali é o que se chama de "bairro bimunicipal", pois são dois bairros (dois municípios cortados por uma estrada) que se comportam como um só. Quem passa por ali vê um lugar homogêneo. De lá se tem uma bela vista para a Baía de Guanabara e arredores. Possui uma antiga estação ferroviária que atualmente se encontra descaracterizada e convertida em uma moradia. O prédio da antiga estação foi inaugurado em 1883 pela Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará (posteriormente denominada como Linha do Norte da Estrada de Ferro Leopoldina) e foi desativado em 1964, logo após a extinção do trecho serrano da linha férrea.  Nomeadamente o centro originário do bairro – foi onde se fixou o Núcleo Fabril da Cia. Fiação e Tecidos Cometa nos fins do século XIX. A Fábrica possuía linha ferroviária própria, com acesso pouco depois da estação Meio da Serra. A fábrica ainda tem suas ruínas e chaminés visíveis no meio da mata.

Esse porto, com sua capela em louvor de Nossa Senhora Estrela dos Mares, está hoje em ruínas, mas ainda pode ser visitado. Ele foi o início da variante do Caminho Novo, por onde os tropeiros subiam a Serra do Mar, atravessando a exuberante encosta da nossa Serra Velha. Chegando ao alto, a Variante de Proença seguia em direção à área onde hoje está situada a Estação de Transbordo Imperatriz Leopoldina, passando pela fazenda do Córrego Seco, onde, mais tarde, surgiria Petrópolis.

Utilizando apenas pás, picaretas e enxadas, operários venceram os obstáculos existentes na Serra de Petrópolis e foram erguidos três viadutos no caminho para a cidade imperial. Uma locomotiva com vagonetes (que se encontra atualmente no Museu Rodoviário de Mont Serrat) ajudou na construção da estrada, que foi inaugurada em 25 de agosto de 1928. Para se cumprir este objetivo foi preciso vencer a Baixada Fluminense, que possuía na época profundos banhados, e a Serra do Mar, que desafia a todos com suas encostas íngremes e quase intransponíveis.

A linha Rio x Petrópolis, operada pela Unica/Fácil já foi operada pela UTIL, que faz atualmente ligação entre o Rio de Janeiro e o Vale do Paraíba Fluminense. A empresa UTIL surgiu em Petrópolis em 1936, e as viagens inauguram-se em abril de 1937, com o serviço de transporte de passageiros por ônibus entre Petrópolis e Rio de Janeiro. 

O resultado foram vias com rampas de oito metros de largura, raio mínimo de 50 metros e tangente mínimo de 40 metros. Curvas sinuosas da Rodovia Washington Luiz. Concluídas as suas obras, a Rio-Petrópolis passou a ser uma das mais modernas rodovias da América Latina, com 47,5 Km de pavimento em concreto de cimento, 11, 5 Km de pavimento em macadame betuminoso e 3 km pavimentados em paralelepípedo totalizando sessenta e um quilômetros de via. Nos anos de 1935 e 1936, a Rio – Petrópolis recebeu obras de arborização na serra e reformas. E para quem gosta de apreciar a paisagem da serra, foram abertos espaços para estacionamento, postos telefônicos e a “Polícia das Estradas”.

No final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o distrito ficou famoso nacionalmente por abrigar uma fábrica de revisão de motores de avião. Logo em seguida, porém, a fábrica passou a fabricar caminhões da marca italiana Alfa Romeo. Nos anos 1970, a fábrica foi vendida para a Fiat, que veio a desativá-la. 

Na noite do dia 3 de janeiro de 2013, o distrito foi atingido por uma forte chuva. Devido ao enchimento e vazão abrupta da comporta de uma das barragens do rio que corta a localidade, muitos dos seus bairros e sub-bairros, de topografias decrescentes, foram alagados. A Prefeitura de Caxias decretou estado de emergência após esse desastre.


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Caminhos da Serra: Serras das Araras e Paracambi

Consiste num degrau de borda de planalto intensamente dissecado e recuado, apresentando cristas amorreadas. Está alçado por tectônica a mais de 500m de altitude, emoldurando o recôncavo da Baixada de Sepetiba.

Ponte Coberta está situado aos pés da Serra das Araras, às margens da Rodovia Presidente Dutra. O bairro é ligado ao centro de Paracambi por um caminho aberto para a construção de um ramal de serviço da usina de Fontes e da represa de Ribeirão das Lages. A ferrovia já não existe mais, deixando então o caminho livre para uma circulação de automóveis e ônibus.


No dia 22 de janeiro de 1967, as encostas da Serra das Araras praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.

Em algumas localidades, destruição foi total, é o caso de Cacaria e Mazomba, que praticamente foram varridas do mapa pelas enclhentes, que deixaram um rastro de cadáveres espalhados em diversos pontos, nos locais onde antes havia plantações e pastagens.


Grande parte da Guanabara ficou às escuras, assim permanecendo por cerca de 1 hora e meia. A causa foi o soterramento das usinas Niio Peçanha e Fontes, no Estado do Rio, onde àquela altura a catástrofe já atingira seu clímax. Novas chuvas voltaram cair na sexta-feira, na região assolada pelo temporal de domingo, e, em conseqüência, Rio dos Macacos, que atravessa Paracambi cujo nível ainda estava acima do normal, inundou uma parte da cidade, mostrando que situação não estava absolutamente sob controle.

 O Rio Saudoso nasce na Serra das Araras, em altitudes de 600-700 m. Percorre cerca de 11 km, em sua maioria em trecho acidentado, recebendo pela margem esquerda o Córrego dos Macacos e o Rio Ingá, com 9 e 4 km, respectivamente. No alto curso situa-se uma captação da CEDAE, no local denominado Barragem do Jonas, que abastece a cidade de Paracambi. No baixo curso na altura da estrada de terra que interliga Paracambi à Ponte Coberta, o rio tem cerca de 2,5 metros de largura, água relativamente clara e leito de areia com poucas pedras. As margens são revestidas por capim. A bacia encontra-se em sua maioria ocupada por pastos na parte média e inferior. Somente na poção superior da bacia existem florestas, porém entremeadas de bananais.

A Serra das Araras se individualiza da escarpa da serra da Bocaina, a oeste, e das escarpas das serras do Couto e dos Órgãos, a leste, por sua posição mais interiorana e altitudes mais modestas. Trata-se de uma unidade de relevo transicional entre os terrenos planos e colinas isoladas da Baixada de Sepetiba e o relevo colinoso da depressão interplanáltica do médio vale do rio Paraíba do Sul. Esse escarpamento estende-se da serra da Calçada até o sítio do conduto forçado da represa de Ribeirão das Lajes, evidenciando o recuo diferencial desse trecho da escarpa da Serra do Mar. A partir daí, segue uma direção SW-NE até às proximidades de Governador Portela.


A unidade é definida pelo sistema de relevo Escarpas Serranas Degradadas e Degraus em Borda de Planaltos, sendo drenada pelos principais formadores da bacia do rio Guandu: ribeirão das Lajes e rio Santana. A linha de cumeada do topo do escarpamento sustenta altitudes entre 500 e 600m, na Serra das Araras, e entre 500 e 700m, nas serras de Paracambi e Pau-Ferro, um pouco mais a leste.

Cacaria é um pequeno vilarejo em Piraí. Escondido na Serra, fica a 40km do Centro do município e possu 1300 habitantes. É um bom destino para quem curte esportes off-road. A antiga freguesia de São José do Bom Jardim, foi criada pela Lei Provincial nº 519, de 4 de maio de 1850, (até então era Curato pertencente à São João Marcos). Em 1890, o distrito da Freguesia de São José do Bom Jardim (Cacaria) passou a pertencer a Piraí. Em 1908 as freguesias de São José do Bom Jardim e Arrozal de São Sebastião foram completamente assoladas por febre epidêmica, declarada como consequência de uma represa mandada construir em terras da mesma pela Light & Pwer Cia. O povoado foi reerguido pelos moradores que voltaram depois do flagelo. Após uma tragédia na Serra das Araras, os locais baixos do povoado foram destruídos por uma tromba d'água, uma chuva muito forte ocorrida em 1967, a qual devastou a Serra das Araras, Mazomba (Itaguaí, )Cacaria (Piraí) e Ponte Coberta (Paracambi).

Até 1935, quando foram iniciados trabalhos de desobstrução de sua calha, o Ribeirão das Lajes apresentava florestas bem desenvolvidas às suas margens. Atualmente, neste estirão, o rio é turbulento, tem águas barrentas e barranca elevada, onde se registram solapamentos.

Pouco depois da Via Dutra segue com curso mais lento até as proximidades da confluência com o Rio dos Macacos. Neste local há uma laje, chamada localmente de “itapuca” ou “ponte dos Carneiros”, que atravessa por completo o leito do Ribeirão das Lajes.

O bairro da Cascata, privilegiado por sua localidade geográfica, abrigou duas importantes fábricas da cidade, a Fábrica de Tecido Maria Cândida e a Crown Industria e Comercio LTDA. Fundada em 1924 por um grupo de investidores, a Fábrica Maria Cândida chegou a ser a segunda maior indústria do município. Além disso, em 1937 o empreendimento montou um bairro operário aos redores da fábrica. A pequena vila com 75 casas, escola, creche, praça, campo de futebol, posto médico e igreja, abrigava aproximadamente 300 moradores que forneciam a fábrica cerca 162 operários além dos moradores de outros bairros. Com o fechamento das fábricas da Cascata em 2007, a economia do local foi fortemente abalada, muitos operários tiveram que se reinventar e buscar novas profissões. Hoje, as instalações permanecem fechadas e vazias, o bairro da Cascata nunca mais foi o mesmo após o encerramento das atividades.

Antes da transposição, nos períodos de estiagem, o rio fluía por baixo da laje (itapuca significa pedra furada), que formava uma ponte natural utilizada pelos moradores para ir de uma margem a outra. Com a ampliação da vazão, o fato não mais ocorre. Neste trecho o rio é turbulento e as águas e formam uma forte correnteza à jusante, com redemoinho. Observa-se solapamento de barrancas e a água é barrenta. À jusante, as águas seguem mais calmas até a confluência com o Rio Santana.


O Ribeirão das Lajes tem poucos estirões com matas de beira-rio, ocorrendo por vezes bambuzais às suas margens. A principal fonte de cargas orgânicas, lixo e dejetos industriais é o Rio dos Macacos, que cruza as áreas urbanas de Paulo de Frontin e Paracambi. Ocorre extração de areia desde a ponte da Via Dutra para jusante. Tentativas de extração nas proximidades do Valão d’Areia têm sido rechaçadas pelo Exército

Palmeiras da Serra  está inserida num povoado rural, entre os túneis 7 e 8 da EFCB. Era então uma instância de veraneio, com dois hotéis. Foi nomeada a partir de velhas palmeiras existentes no pátio da estação inaugurada em 1876. Em 1920 o local foi atingido por uma queda de barreiras, que chegou a interromper o tráfego ferroviário para o Rio de Janeiro. Até 1996 a localidade foi atendida pelo trem "Barrinha", que, com a interrupção do tráfego de passageiros entrou em decadência, restando apenas casas e pequeno comércio local. Seu acesso é feito pela rua Manoel Lucas, que se encontra em péssimas condições. O entorno da estação é constituído por residências, que se alinham ao longo da estrada de rodagem paralela à via férrea, mais precisamente ao sul, enquanto ao norte há basicamente montanhas e vegetação.


Esse trecho da Serra do Mar reflete um marcante controle estrutural evidenciado pela adaptação do rio Santana e ribeirão das Lajes ao importante Lineamento Jacuecanga-Conrado. O lineamento, de direção SW-NE, está paralelo ao front da escarpa. O marcante controle estrutural, associado a uma litologia menos resistente aos processos de intemperismo e erosão (os granitos sine pós-tectônicos que recobrem grandes extensões das serras da Bocaina e dos Órgãos não afloram na serra das Araras, mas sim os granitóides anatéticos do Batólito Serra das Araras), parece ter condicionado o recuo diferencial e a degradação mais intensa desse trecho da escarpa da Serra do Mar. A frente original do escarpamento parece ter se situado ao longo do alinhamento serra da Calçada-serra da Bandeira, próximo ao núcleo urbano de Japeri.


A região de Morro Azul foi povoada devido à presença de proprietários de terras, principalmente provenientes da concessão de sesmarias. O nome da região se dá pela Fazenda Morro Azul, que posteriormente foi desmembrada em sítios menores. Com o estabelecimento de algumas famílias na área, Morro Azul também é impactada pela expansão de uma ferrovia que saía de Japeri e terminava em Paty do Alferes. O trecho construído pelo Engenheiro Paulo de Frontin passava por Morro Azul para chegar à Vassouras. Morro Azul é atualmente uma região com forte atração turística e é o polo hoteleiro de Engenheiro Paulo de Frontin.

A competência erosiva do rio Guandu recuou a escarpa da Serra das Araras até o lineamento Jacuecanga-Conrado, capturando o rio Santana e o ribeirão das Lajes, que, anteriormente, drenavam para o vale do rio Paraíba do Sul. A unidade apresenta um alto potencial de vulnerabilidade a eventos de erosão e movimentos de massa, tanto pelo relevo escarpado submetido a um forte controle litoestrutural, quanto pelo desmatamento generalizado ocorrido.

Trata-se do trecho da escarpa da serra do Mar mais devastado no estado do Rio de Janeiro. Esse fato deve-se às altitudes relativamente modestas da escarpa da Serra das Araras, tornando-se, portanto, no principal eixo de comunicação entre ametrópole carioca e o Vale do Paraíba, sendo atravessada pela Estrada de Ferro Rio-São Paulo e pela Via Dutra (BR-116).

Humberto Antunes está inserido numa área semi-rural, na periferia de Mendes, constituído por residências e alguns comércios. Seu nome homenageia o engenheiro da Central do Brasil, Humberto Saraiva Antunes. Na localidade estão a estação e a boca superior do Túnel Grande. A estação foi inaugurada em 1894, criada, inicialmente, para atender ao fluxo de carga e descarga da Fábrica de Papel Itacolomy. Em 1912 foi adquirida pela CIPEC (Companhia Industrial de Papéis e Cartonagem) e eletrificada. De Humberto Antunes saía um ramal de bondes para o transporte dos funcionários, feito através de bondes de carga elétricos e pequenos bondes a gasolina.

A Usina Hidrelétrica de Lajes também aí está instalada, desviando as águas das bacias dos rios Piraí e Paraíba do Sul para a bacia do rio Guandu, por meio dos reservatórios de Ribeirão das Lajes e do Vigário. Assim sendo, a escarpa da serra das Araras consiste numa unidade de relevo extremamente vulnerável a eventos de chuvas intensas.


Os eventos extremos de 1966 e 1967, quando foi registrado um expressivo número de movimentos de massa ao longo do escarpamento, caracterizam o processo de evolução geomorfológica desse tipo de relevo. O núcleo urbano de Engenheiro Paulo de Frontin localiza-se num patamar escalonado da escarpa, enquanto os núcleos de Paracambi e Japeri situam-se junto ao sopé, no recôncavo da Baixada de Sepetiba.

Os escravos e índios que fugiam de Itaguaí, formavam quilombos nas matas próximas - Guandu, Bacaxá, Palmares, do Garcia no Valão da Areia e o Mundéo dos Pretos na serra do Caçador. Para seu sustento vendiam madeiras. Em 1817 a Comissão de Melhoramentos, formuladora do Plano Quinquenal de reorganização da Fazenda de Santa Cruz e presidida pelo Superintendente Visconde do Rio Sêco deu instruções para o plantio de café em larga escala. Tal empreendimento envolveu a desapropriação de grandes áreas. A efetiva instalação de Itaguaí se deu em 11 de fevereiro de 1820. Havia em 1911 os distritos de Itaguaí, Bananal e Paracambi. Em 1933, Itaguaí, Seropédica (em 1997 se emancipou), Paracambi (que se emancipou em 1960), Caçador (atual Ibituporanga) e Coroa Grande (extinto em 1993 quando foi incorporado ao distrito de Itaguaí). O Distrito de Ibituporanga está localizado na ZPP (zona de preservação permanente). Em visita ao local, percebeu-se que se trata de uma região com residências afastadas umas das outras, cada qual atendida com o sua própria fonte de alimentação de água (geralmente poços ou nascentes) e também quanto ao sistema de esgoto (geralmente fossas sépticas ou negras). Ibituporanga, RJ - Ybýtý-poráng-a: palavra composta por: ybýtýra: morro, serra e poráng= bonito, isto é, morro bonito, serra bonita

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