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Caminhos da Serra: Serras da Bocaina, Mangaratiba e Mazomba

Consiste num imponente alinhamento serrano que se notabiliza como uma muralha montanhosa, alçada por tectônica a mais de 1.000m de altitude. Esse escarpamento mergulha diretamente sobre as águas das baías da Ilha Grande e de Sepetiba por meio de costões rochosos, produzindo uma paisagem pontilhada de ilhas, cabos, sacos e enseadas que configuram o litoral sul fluminense.

Esse escarpamento prolonga-se ininterrupta- mente desde a serra de Parati – um grande esporão que parte da escarpa principal da Serra da Bocaina e demarca a divisa com o estado de São Paulo – até a escarpa da serra do Mazomba, alcançando a baixada de Sepetiba. Consiste num importante segmento da cadeia montanhosa da Serra do Mar, que prossegue, a oeste, no litoral norte do Estado de São Paulo.


A localidade do Taquari inclui, além da área de assentamento do Incra, uma área de preservação ambiental (já que parte dela localiza-se dentro do Parque Nacional da Bocaina), uma área de fazenda (de propriedade da White Martins) ocupada por posseiros e uma área em processo de urbanização.

Cada uma das áreas que compõem a localidade do Taquari recebe um nome específico, a saber: Sertão de Taquari, Areal, Vila da Penha Taquarizinho e Sertãozinho. O bairro Taquari conta, hoje, com um total de 270 famílias que podem ser consideradas habitantes regulares do mesmo. Resultou da intervenção do Incra que, para solucionar vários conflitos de terras nos anos 1970 e 1980, resolveu desapropriar parte das fazendas Taquari e Barra Grande, dando origem ao assentamento de Taquari em 1983.

A escarpa da Serra da Bocaina caracteriza-se como um relevo de transição entre os terrenos planos das exíguas baixadas fluviomarinhas que ocupam as reentrâncias do litoral, recortado do sul fluminense e a zona colinosa a montanhosa do planalto da Bocaina.


O desenho geográfico original de Tarituba é o de uma extensão de terra que desce da serra até se encontrar com uma calma baía, onde sua praia forma uma ferradura encerrada em ambos os lados por morros, dando uma sensação de proteção e acolhimento. Desta praia, vê-se outras ilhas espalhadas, sendo amais próxima, a Ilha do Pelado.

Aquele suave declive que no passado recebeu muitos pés de café, passou a ser ocupado com as casas das famílias quefundaram aquela comunidade. Daquela serra, escorre o Rio Perequê para se encontrar com as águas salgadas daquela baía. 

Tarituba é uma vila que se desenha descendo de um pequeno morro da Serra da Bocaina findando ao encontrar-se com o mar tranquilo da baía da Ilha Grande. Esse relevo em forma de ferradura, que hoje é dividido ao meio pela BR101 Rodovia Rio-Santos, abrigou outrora uma grande fazenda de café, como tantas outras naquela parte do litoral, apontando sua produção para o mar de onde seguia para ser escoado por Angra dos Reis e Paraty. Está localizada entre essas duas cidades que foram muito importantes no processo de escoamento da produção de diversas riquezas na direção de Portugal.

Como caiçaras, edificaram aquele espaço de acordo com suas necessidades. Ainda em 1989, o cais em que as embarcações atracavam era demadeira e ficou assim até ser substituído por outro de concreto em meado dos anos 1990. Em frente à praia, ainda há as pequenas edificações feitas para guardar os barcos, redes e outros objetos ligados ao trabalho no mar.


Rios de planalto descem vertiginosamente a escarpa em direção aos fundos de enseadas e em- baíamentos da baía da Ilha Grande, tais como os rios do Funil, Mambucaba, Bracuí-Paca Grande e Ariró. Rios menores drenam exclusivamente a escarpa da Serra da Bocaina, tais como os rios Parati-Mirim, Perequê-Açu, da Barra Grande e do Frade, dentre outros.

A Bacia do Rio Jurumirim abrange as comunidades de Serra d'Água, Águas Lindas e Zungu, com área total de 70km² e população de aproximadamente mil habitantes, a maioria residente na Vila da Serra d'Água, local onde se concentram o comércio e os serviços (escola, posto de saude, associação de moradores). As principais atividades econômicas são as agro-pastoris (banicultura, criação de gado e agricultura de subsistência), as extrativistas (estração de areia do Rio Jurumirim e exploração de brita), o pequeno comércio (bares, pensão, padaria, mercado, lojas) e as pequenas indústrias (fábrica de blocos de cimento e tijolos e fábrica de gelo).


Essa unidade é caracterizada por uma majestosa barreira orográfica, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.400 e 1.700m, a oeste do rio Mambucaba, e em torno de 1.000 a 1.200m, entre o rio Mambucaba e o colo da estrada Angra dos Reis-Lídice. Destaca-se, nesse trecho, o Pico do Frade (1.589m).


A Vila Residencial é a última praia do município de Paraty, na direção de Angra dos Reis. Logo após a praia, passa o Rio Mambucaba, que faz divisa entre os dois municípios. Do outro lado do rio fica a Vila Histórica de Mambucaba. Nesta praia foi criada uma vila residencial destinada aos trabalhadores da usina nuclear de Angra dos Reis. Apesar de ser um bairro residencial com muitas casas, a praia fica bem vazia fora de finais de semana e da alta temporada.

Mambucaba se encontra no 4° distrito do município de Angra dos Reis. Do final do século XVIII ao XIX, essa localidade foi importante porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba, situado na foz do Rio Mambucaba, já que aqueles que eram comprados no Município Neutro, atual cidade do Rio de Janeiro, vinham em embarcações até as ilhas situadas em frente à Vila e, lá, era feita sua triagem e encaminhamento para as fazendas serra acima.

As escarpas das serras de Mangaratiba (ou das Lajes) e do Mazomba consistem em um prolongamento a leste da escarpa da Serra da Bocaina. Formam um relevo de transição entre a depressão interplanáltica do médio vale do rio Paraíba do Sul, onde se assentam os núcleos urbanos de Lídice e Rio Claro e o reservatório de Ribeirão das Lajes, e as exíguas baixadas fluviomarinhas, situadas em reentrâncias das baías da Ilha Grande e de Sepetiba.


A Serra do Piloto pertence a APA de Magaratiba, com grande representatividade do ecossistema de Floresta ombrófila densa. O local obteve destaque em meados do século XIX, quando era ponto de passagem de escravos e café que iam rumo ao município por meio da Estrada São João Marcos, antiga Estrada Imperial, a primeira via de rodagem do Brasil, datada de 1856.

São João Marcos foi, durante mais de 50 anos, parte do município de Resende. Sua História se inicia em meados do século XVIII com a busca pelas minas gerais realizada pelos bandeirantes que passavam por essa região. Com o desenvolvimento da região, seus habitantes começaram uma luta pela separação de seus territórios do domínio do município de Resende. A maior e mais moderna usina hidrelétrica do país foi construída no município de Piraí. Sua construção se iniciou em 1905 e três anos depois ela foi posta em operação. Para alimentar essa usina foi utilizado o Rio Ribeirão das Lajes, que cortava São João Marcos, pelo qual seria possível a inundação da cidade, para que pudesse encher suas barragens. Aos poucos, embora num processo relativamente rápido, as águas da represa foram se aproximando de São João Marcos e a destruição começou a ser sentida pelos que viviam mais próximos às águas. Como muitos, ao saírem de São João Marcos, se espalharam pelos distritos de Rio Claro e pelos lugares próximos à antiga cidade, o Macundu, que recebeu boa parte dos marcossenses, é visto por alguns como a nova São João Marcos. No Local existe até a festa do padroeiro São João Marcos, que acontece no mês de agosto. Macundu foi uma fazenda que, por ficar próximo ao ex-município, acabou se tornando de fácil acesso para os que não podiam ir muito longe.

Ao longo de 40km de extensão, a estrada oferece uma bela vista para a Baía de Mangaratiba, o que atrai bastante turistas em busca de trilhas ou esportes de aventura por quedas d´água como as cachoeiras dos Escravos e ruínas de São João Marcos. Contudo, a Serra do Piloto também chama a atenção pelos prédios antigos de linhas arquitetônicas simples, típicas do período colonial, pontos e algumas ruínas.


As Serras do Matoso (Itaguaí) e Serra do Piloto (Mangaratiba) são locais de características rurais e serranas, situados nas regiões metropolitanas e Costa Verde, tem seus limites geográficos em região de serra com municípios de Seropédica, Piraí e Rio Claro

A Serra do Matoso, iniciando no entroncamento entre a estrada do Cacau, subindo a direita por toda a estrada do caçador, separando com a estrada do Nono, pelo distrito de Ibituporanga, perfazendo um total de 8.2 Km². Já a Serra do piloto, situado no Município de Mangaratiba, inicia nas Ruínas da praia do Saco, seguindo sentido RJ-149 Estrada de São João Marcos, região conhecida como “Do Saco”, onde se encontra o “centro da Serra do Piloto”, com uma distancia média de 12.3 Km.

O nome da Serra do Mattoso têm origem na família do mesmo nome, cujo patriarca é Francisco da Silveira Mattoso, natural da freguesia de Santa Bárbara - Ilha do Falal. No alto desta serra, encontram-se as comunidades do Santarém, Fazendinha, Nonô, Nova Aliança, Serra do Matoso, Benfica, Fazenda Coroação e Fazenda Andrade - Foto: Reprodução da internet

Ao todo o curso entre ambas as localidades somados perfazem um total de 20.5Km² se for incluído o percurso que interliga ambas as serras o percurso total aumenta para 50. Km², sendo boa parte de “chão de terra batido” e sem atrativos de paradas. Ambas localidades, Serra do Matoso e Serra do Piloto), interligam-se por uma saída vicinal de estrada após o centro da Serra do Piloto, localizado entre o Parque Estadual do Cunhambebe e a Represa de Ribeirão das Lajes, encontrando-se com a estrada do Nono nas proximidades do Rancho Claudio Cordeiro.


Tanto Serra do Matoso como Serra do Piloto, apresentam características espaciais similares, com uma predominância de floresta ombrófila densa, vegetações predominantes do bioma da Mata Atlântica, com características de elementos territoriais rurais, como coesão social e cultural de seus atores, espaços com pequenas e medias vilas e povoados. 

Nestas localidades foram identificados grandes espaçamentos de terra sem a presença permanente do homem, com domicílios recenseados em toda a extensão de sua área, situado nos limites dos espaços urbanos. Ambiente natural pouco modificado e/ou parcialmente convertido as atividades agro-silvopastoris; baixa densidade demográfica população pequena; base na economia primária e seus encadeamentos secundários e terciários; hábitos culturais e tradições típicas no universo rural.

O homem mais rico do Brasil no século XIX foi o comendador Joaquim José de Souza Breves, ‘O Rei do Café’ e o maior escravocrata nacional. Ele construiu o Porto do Saco e, pela estrada, escoava toda a sua produção de café e traficava seus escravos. Existem ruínas na Praia do Saco, em Mangaratiba, referentes a armazéns. No local também eram realizados leilões de escravos. O porto da Praia do Saco era considerado um dos mais movimentados do país nesse período.

Uma economia baseada em uma na atividade rural, dependentes diretas da natureza, com baixa densidades populacional, complexidade social e mobilidade social, tendo diferenças na homogenia e heterogenia da população. Ambas as localidades (Serra Matoso / Serra do Piloto), apresentam ao longo de suas extensões potencialidades turísticas, que remetem a caminhos indígenas dos séculos XVII e XVIII, e atividades de seres humanos escravizados, principalmente no trabalho de construção de engenharia e em atividades relacionadas ao caminho de escoamento do ouro que vinha de Minas Gerais e posteriormente nas rotas do ciclo cafeeiro do Médio Paraíba durante o século XIX.


As principais drenagens que drenam essas escarpas são as dos rios Japuíba, Ingaíba e do Saco. O rio Mazomba, por sua vez, não desemboca diretamente no litoral, atravessando um grande trecho da baixada fluviomarinha de Sepetiba. O nome Ingaíba aparece nos primeiros mapas da região no século XVI, já com certo destaque pela belíssima composição de sua área de grande planície, cercada de montanhas e cortadas por grandes rios. Já no século XVIII, grandes fazendeiros começam a se estabelecer na região de Mangaratiba à procura de terras férteis. Neste período esta localidade se destacava pela grande produção de arroz, anil e de mandioca (na região do Batatal).

Durante todo o século XIX Ingaíba se destacou como uma das áreas mais produtoras de Mangaratiba. Com seus engenhos, fazendas e casas de negócio exportavam centenas de arroubas de café, milho, arroz, feijão e farinha etc. Após a decadência do Povoado do Saco (1864), toda a atenção das autoridades do município ficou virada para Ingaíba, por esta ser a principal área produtora de Mangaratiba. Em 1881, a Ingaíba é citada nas Atas da Câmara como centro de maior produção desse município.

A linha de cumeada do topo do escarpamento sustenta altitudes entre 1.200 e 1.400m, na serra de Mangaratiba, atingindo cotas superiores a 1.500m (Morro das Lajes – 1.692m), e em torno de 900 a 1.200m, entre o colo do rio do Saco e a porção terminal da serra do Mazomba.

Garatucaia faz divisa com o município de Mangaratiba, está a 28 Km do Centro de Angra. É uma praia muito procurada  por surfistas, ávidos pelas suas águas agitadas, a Praia de Garatucaia é rodeada por condomínios particulares e casas de veraneio. No dia 13 de Novembro de 1996 foi instituída a área de Proteção Ambiental – APA de Garatucaia, constituída pelas localidades denominadas de Cantagalo, Sororoca, Canto dos Pescadores e Caetés, pelos loteamentos Garatucaia e Cidades da Bíblia e pelas vertentes à montante da BR 101, no trecho descrito.

Importantes espigões destacam-se do escarparmento principal e prolongam-se em direção à linha de costa ao longo de todo esse alinhamento monta- nhoso, tais como as serras de Parati, da Pedra Branca, do Frade, de Capivari e de Muriqui. Tais feições conferem um padrão de escarpas festonadas e digitadas ao conjunto montanhoso.

Vales estruturais de direção W-E (rios Pequeno, da Barra Grande e Mazomba) e SW-NE (Rio do Saco) demonstram um relativo controle estrutural no processo de dissecação diferencial da escarpa, que ainda apresenta um aspecto monolítico, apesar da ocorrência de colos bastante rebaixados em trechos específicos.


O Vale do Mazomba fica no Parque Estadual Cunhambebe (que abrange as cidades de Itaguaí, Mangaratiba, Angra dos Reis e Rio Claro). Rota dos trilheiros rumo à Serra do Mar, é também o acesso às cachoeiras de Itimirim e Itinguçú, com grandes quedas d’água. Outras cachoeiras estão ao longo do caminho. A Cachoeira do Bicão tem acesso pela rodovia Rio-Santos.

Em fins do século XVIII, com a expansão cafeeira, o pólo dinâmico da atividade econômica deslocou-se de Parati para Angra. Isso se deu em virtude não só das vantagens do porto localizado na vila de Angra, mais profundo e livre de assoreamento; mas também, pela existência de pequenos embarcadouros naturais, caso de Jurumirim, Bracuí, Ariró, Frade e Mambucaba, fixados na Baía da Ilha Grande, próximos às produtoras de café “serra acima. O litoral sul-fluminense especializou-se no escoamento da produção proveniente do vale do Paraíba. Isso ocorreu em função da abertura ou melhoria das estradas. Em Angra chegavam tropas de São João Marcos, de Resende, de Piraí, de São Paulo e de Minas Gerais. Entretanto, em torno de 1860, houve a diminuição das saídas de embarcações com café dos portos angrenses, associada à construção da Estrada de Ferro D. Pedro II que, em 1864, chegou a Barra do Piraí, em 1871, a Barra Mansa e, em 1877, a Queluz. Consequentemente, a partir de 1870, “em Angra dos Reis, os casarões assobradados que tinham depósitos de café na parte térrea, foram sendo abandonados e começaram a ruir. Destino semelhante tiveram as estradas que conduziam as produções até o litoral, como as de Ariró, de Mambucaba e de Parati.

Acima da cota de 100m, todo o escarpamento a oeste do rio Mambucaba pertence ao Parque Nacional da Serra da Bocaina. Todavia, as baixas vertentes desse escarpamento estão fortemente impactadas devido à abertura da rodovia Rio-San- tos (BR-101) na década de 70.

A implantação da rodovia acelerou o crescimento urbano das antigas vilas de pescadores e a proliferação de condomínios de alta renda, através do desenvolvimento de atividades turísticas e do setor industrial calcado na indústria naval e nas usinas nucleares, em detrimento das atividades portuária e pesqueira.

Em decorrência, os processos de movimentos de massa, bastante comuns na região, foram potencializados pela abertura da rodovia e pela expansão da malha urbana de Angra dos Reis.


Durante a primeira metade do século XX, o crescimento urbano de Rio Claro esteve relacionado com o tráfego ferroviário. O ramal Barra Mansa-Angra dos Reis era a via por onde as indústrias de Barra Mansa recebiam suas matérias-primas e faziam escoar seus produtos. Rio Claro, Lídice e Getulândia correspondiam a estações de passagem. Apesar da importância do eixo ferroviário, a economia municipal permaneceu concentrada no setor primário, sem grande desenvolvimento urbano.



O tráfego de passageiros até Angra dos Reis, descendo e subindo a serra, foi extinto entre 1979 e 1980, mas alguns trens turísticos foram implantados depois disso. Enquanto a RFFSA era a dona da linha, até 1996, eles funcionaram. Com a entrada das concessionárias, eles foram suprimidos.

O distrito de Lídice, é marcado historicamente pela degradação da vegetação nativa, primeiro para produção de café, pecuária e horticultura nos séculos XVIII e XIX, impulsionados pela construção de ferrovias, e depois pela industrialização e produção de carvão vegetal. No distrito está localizada a Comunidade Quilombola do Alto da Serra do Mar, criada por descendentes de trabalhadores escravizados em fazendas de café na região do Médio Paraíba. Essa população presenciou a expansão da produção agrícola avançar sobre a floresta nativa da Mata Atlântica por séculos, ameaçando a biodiversidade.

A partir de 1950, a pavimentação da rodovia de acesso a Angra dos Reis induziria pequeno crescimento, particularmente em Passa Três. A sede municipal se localiza nas margens do Rio Piraí, sendo cortada por um de seus afluentes, o Rio Claro.

A proibição do tráfico escravo e, posteriormente, a abolição da escravatura desorganizaram a economia da região baseada na exploração do latifúndio e fortemente dependente da mão de obra escrava. A decadência foi tão grande que o Município de Mangaratiba foi extinto em 08 de maio de 1892, apesar de ter sido restabelecido alguns meses mais tarde, em 17 de dezembro do mesmo ano.

Os portos de Mangaratiba e do Sahy ficaram desertos e inúmeras edificações foram abandonadas, tais como os grandes solares, armazéns, o teatro, conforme atestam as ruínas hoje existentes no Saco de Cima e na Praia do Sahy. A estagnação econômica foi total, sendo Mangaratiba um exemplo de cidade nascida de uma rota comercial que não tinha bases produtivas próprias que permitissem uma autonomia.

A atividade era apenas reflexo da produção agrícola existente na região serrana e pereceu diante do surgimento de novas alternativas produtivas e comerciais. A estagnação da economia e da vida em Mangaratiba persistiu até 1914 quando foi concluído o ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil, que integrou o Município no sistema ferroviário do Rio de Janeiro. Posteriormente ocorreu um ligeiro progresso econômico propiciado pela exportação de bananas e pela construção de residências de veraneio ao longo da linha férrea ou concentradas em alguns núcleos urbanos.

Na década de quarenta deste século ocorreram os grandes loteamentos na orla marítima como Muriqui, Praia do Saco, Itacuruçá e outros e em 1942 foi aprovado o primeiro código de obras para o Município.

Graças à sua situação privilegiada na Baía de Sepetiba, Itacuruçá foi escolhida pelas empresas de turismo marítimo para base de operações de passeios mundialmente famosos, conhecidos como “Ilhas Tropicais”. Ali também se encontra a Delegacia da Capitania dos Portos. O distrito resiste o quanto pode à invasão do progresso desordenado. Suas ruas estreitas e calçadas de paralelepípedo sempre limpas, ainda exibem o casario do início do século.

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Caminhos da Serra: Maciço de Itatiaia e Serra da Pedra Selada

Essa escarpa ocupa, no território fluminense, apenas um pequeno braço do escarpamento principal, que se estende do Maciço de Itatiaia até a garganta de Passa-Vinte, sendo denominada serra da Pedra Selada.


No alto da Serra da Mantiqueira está o Pico da Pedra Selada. A pedra dá nome ao Parque Estadual da Pedra Selada, um corredor verde que começa no Parque Nacional do Itatiaia e protege várias nascentes que abastecem o Rio Paraíba do Sul. A Serra Pelada está localizada em Área de Proteção Ambiental na zona rural com a beleza dos campos de pastagens e de áreas remanescentes da mata atlântica. No distrito resendense da Pedra Selada estão as localidades rurais da Bagagem, Capelinha, Fumaça, Lote 10, Pedra Selada, Rio Preto, Serrinha e Vargem Grande.

Nessa garganta, o rio Preto, que 
forma a divisa com o Estado de Minas Gerais, é capturado por uma importante linha de fraqueza estrutural de direção N-S, formando um vale estrutural que atravessa o front da Escarpa da Serra da Mantiqueira, colocando-a, portanto, em território mineiro a partir desse trecho.


A pequena e charmosa vila de Penedo foi fundada em 1929 como a única colônia finlandesa no País. A influência dos imigrantes finlandeses foi muito forte e até hoje é possível desfrutar um pouquinho dessa rica cultura europeia.


Consiste num relevo de transição entre a depressão interplanáltica do médio vale do rio Paraíba do Sul e o planalto do alto rio Grande, em território mineiro.

Na escarpa da serra da Pedra Selada, situam-se os formadores dos rios Pirapetinga e da Pedra Preta, que drenam para o rio Paraíba do Sul, e o seu reverso montanhoso é drenado por pequenos tributários do rio Preto.

Essa unidade é caracterizada por um alinhamento montanhoso bastante elevado, alçado por tectônica, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.100 e 1.400m, atingindo mais de 1.700m (Pico da Pedra Selada – 1.755m).

Com natureza preservada, dentro de uma área de proteção ambiental e na divisa com o Parque Nacional de Itatiaia encontra-se as 3 vilas: Vila de Mauá, Vila de Maringá e Vila da Maromba. Com abundância de cachoeiras, rios e piscinas naturais de águas límpidas e cristalinas, neste cenário bucólico, Maromba é um encantador povoado, cuja pequenas casas lembram tradicionais povoações rurais mineiras, apesar de estar localizado no Estado do Rio. Possui artesanato típico, pousadas, bares e restaurantes. Diversas trilhas levam até cachoeiras e poços do Rio Preto. A praça central é ponto de encontro de turistas e moradores.

Atinge, em média, desnivelamentos superiores a 800m em relação à superfície colinosa do Vale do Paraíba e superiores a 400m em relação ao nível de base do rio Preto.

Em direção a leste, aproximando-se das localidades de Fumaça e Falcão, a serra da Pedra Selada torna-se menos elevada, perdendo seu aspecto monolítico devido à influência de lineamentos estruturais de direção N-S, que promovem um desgaste erosivo mais acentuado nesse trecho do escarpamento.

Os índios Puris foram os primeiros habitantes desta região. No ano de 1788, os nativos sobreviventes dos confrontos com os brancos foram confinados na Aldeia de São Luis Beltrão. Esta aldeia foi elevada a Curato e depois à freguesia de São Vicente Ferrer, sendo mudada também sua sede para onde permanece até hoje. Em 15 de dezembro de 1938, por meio de decreto, passou a se chamar Vila da Fumaça, 7º distrito de Resende, em homenagem à cachoeira existente no local, na qual podemos observar uma neblina de fumaça em sua maior queda. Nesta região surgiram as primeiras plantações de café no Vale do Paraíba, introduzidas pelo Padre Couto.

Registram-se vales estruturais de direção N-S tanto no setor leste da serra da Pedra Selada, quanto nas zonas colinosas, e degraus serranos adjacentes. A serra da Pedra Selada não consiste apenas em um contraforte serrano, mas integra o Sistema Mantiqueira.

Delimita-se com a depressão colinosa do médio vale do rio Paraíba do Sul, onde se assenta a localidade de Pedra Selada.

Desmembrado do distrito de Fumaça em 1853, a localidade recebeu, em 1943, o nome de Ibitigoaia, passando logo depois, em 1944, à sua denominação atual: Pedra Selada, apesar de a população ainda chamar a localidade de Vargem Grande.


Nesta região surgiram as primeiras plantações de café no Vale do Paraíba, introduzidas pelo Padre Couto. Da fazenda de Antônio Bernardes Bahia saíram as primeiras sementes para o cultivo do café na região meridional fluminense e também para os municípios paulistas de Bananal e Areias. Resende também difundiu a cultura para o Oeste Paulista, através da lendária Caravana Pereira Barreto, que levou para lá mudas do Café Bourbon, cultivado na Fazenda Monte Alegre, em Vargem Grande.

Após o declínio da cultura cafeeira, os fazendeiros locais começaram a vender suas terras por preços irrisórios - situação que só foi superada com a vinda dos mineiros que compraram as fazendas, implantando aqui a pecuária leiteira. Hoje, além de razoável produção leiteira, a localidade produz manteiga, queijo, alguns cereais e tubérculos.

As Três Bacias são também conhecidas como Banheira de Pedra. Cercada pela mata nativa, ela é formada por três pequenas quedas formando, em cada uma delas. As Três Bacias estão localizadas no bairro da Fazendinha, no Alto Penedo. Apesar de ser pequena, a região possui grandes atrações turísticas nos arredores, como o Parque de Itatiaia e as vilas de Visconde de Mauá. O Alto Penedo é composto pelas localidades do Jambeiro I e II, África II; Vale do Ermitão e Fazendinha, todas situadas às margens do Ribeirão das Pedras.


O nome Visconde de Mauá homenageia Irineu Evangelista de Sousa, barão e depois visconde, que recebeu as terras da região em 1870, como concessão do governo imperial para exploração de madeira, que seria transformada em carvão vegetal. Em 1889, ainda no Império, seu filho, Henrique Irineu de Souza, instalou nas terras um núcleo colonial, formado por famílias de imigrantes europeus.


A iniciativa fracassou e a maior parte dos colonos retornou aos países de origem. Em 1908 o governo federal compra as terras de Henrique e cria o Núcleo Colonial Visconde de Mauá, segunda tentativa de receber colonos europeus. Este núcleo acaba extinto em 1916. Algumas famílias alemãs permaneceram em Visconde de Mauá e, a partir da década de 1930, começaram a receber parentes e amigos vindos da Europa, iniciando a atividade turística na região.


As vertentes estão protegidas por densa cobertura florestal, principalmente nas áreas mais eleva- das com relevo mais imponente.


A região ficou famosa sob o nome de apenas uma das vilas – Visconde de Mauá – nome que na verdade abrange toda a região e abriga diversas vilas (incluindo Penedo) e vales nos pés da Serra da Mantiqueira. Duas das vilas mais próximas entre si, Maromba e Maringá disputam os visitantes que buscam lugarejos pequenos, cachoeiras e o friozinho da serra. Ao subir a serra a primeira vila é Visconde de Mauá. Depois de 5 Km está a vila Maringá. Até aqui a estrada é sinuosa, porém toda asfaltada. Mais 3 Km para a frente vem a vila Maromba, mas esse último trecho é de terra e cascalho. Em Maringá tem uma ponte que separa a vila, de um lado é Minas e do outro é Rio.

RJ-151 | RJ-163 Estrada Parque

Com 185 quilômetros de extensão, a RJ-151 é uma das principais vias do Sul Fluminense. Margeando a divisa dos estados do Rio e Minas Gerais, a rodovia começa em Comendador Levy Gasparian, no Centro-Sul, e termina em Maromba, no município de Itatiaia.


O governo investiu R$ 65,9 milhões na implantação da primeira estrada-parque do estado na região de Visconde de Mauá. Foram pavimentados os trechos das RJ-163 e RJ-151, entre Capelinha, em Resende, e Vila de Maringá, em Itatiaia, passando por Visconde de Mauá. Com essas obras, o percurso da Via Dutra aos distritos encurtou em mais de uma hora e meia. Além disso, a melhoria impulsiona a economia de Mauá.

RJ-151 entre as vilas de Mauá e Maromba - Foto: Blog Assomar

Os serviços incluíram drenagem, pavimentação, terraplanagem e alargamento de pista e foram executados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ). Ao todo, foram investidos R$ 7,2 milhões. A obra poderá impulsionar o crescimento turístico da região, além de servir de alternativa ao tráfego proveniente da Zona da Mata de Minas Gerais. No ano passado, o governo do estado entregou a pavimentação do trecho da estrada entre Visconde de Mauá e a Vila de Maringá, em Itatiaia.


Na obra, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) usou o asfalto-borracha, a mesma tecnologia usada na pavimentação da RJ-122 (Guapimirim-Cachoeiras de Macacu). O chamado asfalto ecológico já se tornou referência para o mundo. A pavimentação dos 35 quilômetros da RJ-122 rendeu o Prêmio Mundial de Melhor Obra, da Federação Internacional de Rodovias, na categoria manutenção e restauração. O material tem durabilidade 50% maior do que a do asfalto convencional, com um custo 30% menor. O asfalto comum dura, no máximo, 10 anos e o asfalto-borracha, 20. Ele diminui o ruído da roda na superfície e o espaço de frenagem também é menor. As melhorias na estrada são importantes porque permite ao turista circular com mais rapidez e segurança e desfrutar melhor dos atrativos das vilas de Mauá, Maringá e Maromba, que compõem a região turística de Visconde de Mauá. 

No distrito de Engenheiro Passos, na parte sudoeste da Região do PNI encontra-se instalada a Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da INB com uma área de 600 ha. A instalação abriga a área administrativa da empresa, o Centro Zoobotânico e laboratórios para o desenvolvimento de atividades industriais relacionadas ao ciclo do combustível nuclear.


Paulatinamente, o Município de Resende teve seu território reduzido. Finalmente, em 1988, o distrito de Itatiaia foi oficializado como Município e, em 1995, Porto Real também foi institucionalizado como Município deixando o grupo de distritos pertencentes a Resende. Atualmente o Município é constituído de cinco distritos: Resende, Agulhas Negras, Engenheiro Passos, Fumaça e Pedra Selada.

Engenheiro Passos, distante 31 km do centro, tem como marca registrada a presença dos hotéis-fazenda, instalados em sedes antigas de grandes propriedades rurais. Os casarões atestam a opulência e a prosperidade econômica da época do café no Vale do Paraíba e conciliam conforto com a tradicional comida caseira, rios, cachoeiras e a vida natural do campo, com passeios a cavalo e de charrete.


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Caminhos da Serra: Serras de Macaé, Macabu e Imbé

As escarpas caracterizam-se por um conjunto de alinhamentos serranos, que se sucedem a leste da Serra dos Órgãos, alçados por tectônica a mais de 1.000m de altitude, sendo que alguns picos atingem quase 2.000m.

A comunidade de Barra dos Passos está situada às margens da RJ-146, estrada que liga Visconde de Imbé a Bom Jardim. Barra dos Passosé o refúgio para desfrutar de momentos tranquilos em um lugar de tirar o fôlego com tanta beleza, com belas fazendas históricas, artesanatos e paisagens encantadoras. Em 2014 foi inaugurado na Fazenda Olaria, o projeto Turismo Rural. O evento faz parte da parceria dos proprietários, com a prefeitura trajanense e o Sebrae, este que capacitou e direcionou todas as ações dos participantes. O projetovisa preservar o rico patrimônio histórico e a natureza exuberante da região.

A partir de Nova Friburgo, a escarpa da Serra do Mar perde o seu aspecto de uma barreira montanhosa monolítica e passa a adquirir o padrão de um conjunto de cadeias serranas paralelas entre si e separadas pelos vales dos principais rios que cortam a região: São João, Macaé, Macabu e Imbé. Esses rios correm em direção oeste-leste. O relevo acidentado prolonga- se até o rio Paraíba do Sul, a jusante de São Fidélis, num trecho estrangulado dessa bacia, a partir de onde se inicia o seu baixo curso.


A escarpa da serra do Taquaruçu caracteriza-se como um relevo de transição entre terrenos planos e elevações isoladas da baixada do rio São João e a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macaé. Tributários do rio São João drenam essa escarpa, tais como os rios Pirineus, da Bananeira e Aldeia Velha. A escarpa é caracterizada como a primeira barreira montanhosa desse sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza essa unidade, sendo que sua linha de cumeada apresenta altitudes decrescentes em direção a leste, variando de 1.400 para 1.000m. As localidades de Correntezas e Aldeia Velha situam-se na sua base.

A localidade também conhecida como Quartéis, situa-se no pé da Serra do Mar na divisa política entre os municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu, distante 8 quilômetros da BR-101 e da portaria da Reserva Biológica Poço das Antas por uma estrada ainda não pavimentada. Trata-se de um povoado cercado por áreas de Mata Atlântica preservada pelas propriedades rurais da região.  Por sua relevância no cenário ambiental recebeu o título de capital do ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. É um pequeno povoado, com aproximadamente 900 habitantes. Está localizada dentro da APA São João/ Mico Leão Dourado, que inclui a Reserva Biológica Poço das Antas, e segue em direção a Serra do Mar, onde se encontram montanhas cobertas pela Floresta Atlântica, com suas inúmeras nascentes que formam os rios Aldeia Velha e Quarteis.

O paredão montanhoso é completamente desmantelado próximo a Casimiro de Abreu, pela ação erosiva do rio Macaé, que atinge a baixada litorânea nesse trecho. Um pequeno alinhamento serrano degradado persiste a leste de Casimiro de Abreu, com altitudes entre 300 e 500m (destaca-se um pico de mais de 900m de altitude), desaparecendo próximo à localidade de Rocha Leão. A escarpa da serra de Macaé caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macaé e o planalto reverso da Região Serrana.


O planalto da bacia do alto rio Macaé insere-se entre dois alinhamentos de escarpas, reunindo os principais formadores do rio Macaé, destacando-se os rios Macaé de Cima e Bonito. Aí, situam-se os núcleos urbanos de Lumiar e São Pedro da Serra.


Localizado a 9km de Lumiar e a 40km da sede do município de Nova Friburgo, está o bairro de Santa Luzia. O bairro fica na divisa com o município de Casimiro de Abreu às margens do Rio Macaé. Após Lumiar ter se tornado um lugar conhecido com o movimento hippie dos anos 70 e 80, a região experimentou uma relativa expansão imobiliária em que pessoas provenientes dos grandes centros urbanos passaram a fixar residência em sítios e loteamentos que foram surgindo ao longo da rodovia que fora projetada pelo ex-prefeito de Nova Friburgo, o engenheiro Heródoto Bento de Mello. Privilegiado pelas belezas naturais do rio Macaé, o lugar sempre foi alvo da cobiça de projetos econômicos que tinham como objetivo a implantação de centrais hidrelétricas na região, o que sempre encontrou a resistência dos moradores locais.

Em direção a leste, extensos tributários do rio Macaé drenam a escarpa, tais como os rios Sana, do Ouriço e São Pedro. A escarpa da serra de Macaé é caracterizada como a segunda barreira montanhosa do sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza a unidade, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.200 e 1.600m, com picos de 1.900m.

O distrito de Barra Alegre no município de Bom Jardim, foi colonizado por migrantes internos oriundos das terras das Minas Gerais exploradas pela obsessão provocada pelo ouro, que trouxe grande riqueza para alguns e imensas desgraças para outros. O Distrito é considerado um dos distritos mais rurais do Município, possuindo um conjunto de vilarejos agrícolas, com uma grande extensão territorial. Destaca-se o período a partir de 2006 onde o Barra Alegre passou a ser o novo pólo industrial de Bom Jardim, recebendo diversas fábricas e indústrias do setor de plástico e de outros segmentos, que por conta dos incentivos fiscais, baseados na Lei Estadual nº 5.636/2010 (originalmente 4.533/2005, conhecida como Lei Rosinha).

Os colos entre as localidades de São Pedro da Serra e Barra Alegre e entre Glicério e Vila da Grama apresentam altitudes em torno de 900 e 1.000m. As localidades de Sana, Cachoeiros, Frade e Glicério situam-se na base desse escarpamento.


O paredão montanhoso é gradualmente desmantelado em direção à localidade de Córrego do Ouro pela ação erosiva do rio São Pedro e, em direção a Conceição de Macabu, pela ação erosiva do rio Macabu. Esses rios atingem a baixada litorânea nessas posições.

Situado na sub-bacia do rio Sana, que é parte da bacia do rio Macaé, região serrana do município próximo a Lumiar e Nova Friburgo, o local é abrigo de muitas cachoeiras e um dos destinos favoritos dos fluminenses praticantes do ecoturismo. O Arraial de Sana, 6º distrito de Macaé, faz parte de uma Unidade de Conservação da Natureza de uso sustentável, do tipo Área de Proteção Ambiental (APA), e é cercado de vários rios que fazem da região um dos destinos preferidos para quem quer sombra e água fresca. Antes de chegar no Arraial, a primeira parada é na Barra do Sana, onde o rio Sana encontra o rio Macaé. Depois de mais 6 quilômetros de estrada de terra em condições razoáveis, o Arraial em que vive a maior parte da população se revela como um lugar acolhedor. E ainda existe a região da Cabeceira do Sana, onde nasce o rio que deu nome ao distrito, recebendo em seu curso pequenos e médios afluentes como o córrego Peito de Pombo, o Rio Andorinhas, os córregos São Bento e Boa Sorte, entre outros.

A escarpa da serra de Macabu caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macabu e o planalto reverso da Região Serrana. Em direção a leste, esse escarpamento caracteriza-se com um relevo de transição entre os terrenos planos e colinas suaves da planície fluvial do rio Macabu e da superfície aplainada do litoral leste fluminense e o relevo escarpado do alto curso da bacia do rio do Imbé.


O distrito de Vila da Grama é um dos destinos turísticos na região que mais se destacam devido aos cuidados, principalmente no que diz respeito à gestão do meio ambiente. A visitação a locais preservados, como as florestas, áreas de conservação, e a represa que compõe a bacia do Rio Macabu, cresce dia a dia no local. A barragem de Tapera, mas conhecida também como barragem de Sodrelândia, muito usada para pratica esportiva como Jet-sky é um dos pontos turísticos mais visitados no local. A geografia privilegiada destaca Tapera entre os roteiros turísticos de famílias, amigos e amantes do esporte radical.

O planalto da bacia do alto rio Macabu insere-se entre dois alinhamentos de escarpas, por onde, de forma encaixada, corre o alto curso do rio Macabu. Aí, situam-se os núcleos urbanos de Vila da Grama e Sodrelândia e a represa de Macabu. Ao longo de toda a zona montanhosa, a bacia do rio Macabu apresenta-se estreita e alongada, não possuindo grandes tributários.

A RJ-162, estrada de acesso ao distrito de Sodrelândia e Tapera, ambos em área rural do município de Trajano de Moraes sempre sofre danos causados por fortes chuvas. Quedas de barreiras, interditam a via nos dois sentidos. A erosão causada pelo fluxo das enxurradas danificam as estradas de chão batido. 

A escarpa da serra de Macabu é caracterizada como a terceira barreira montanhosa do sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza essa unidade, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.100 e 1.500m, com picos de 1.600m.

Sodrelândia é muito visitado por turistas aventureiros e também por famílias que buscam descanso e diversão. O nome do distrito é uma homenagem a Feliciano Sodré, ex-prefeito de Niterói. A entrada dos imigrantes de origem européia ocorreu quando os ‘escravos’ saíram e houve uma importação de colonos italianos. Olivette era uma família italiana de colonos. Carmo, Carino, Rocco Carino, Viso, o Riguetti, Sartori, Vasolli, Badalino. Dollor e Cano eram famílias espanholas. José de Moraes, a exemplo do seu pai Trajano, procurou trazer europeus para colonizar terras no município: Seu pai tentou fazer uma colonização na Sodrelândia de austríacos. Mas isso depois não prosperou, não conseguiram nada. Mas inclusive a Áustria mandou uma comenda para ele como agradecimento pelo esforço que ele fez pelo assentamento de austríacos. A tentativa frustrada de Juca de Moraes estabelecer uma colônia no distrito de Sodrelândia teria ocorrido na década de 1920, quando se elegeu deputado federal. O distrito de Boa Esperança de Macabu foi criado por Lei estadual n ° 1721 de 31 de outubro de 1921 com território desmembrado 2 ° e 4 ° distritos Visconde de Imbé e Ponte da Grama, respectivamente. O topónimo do distrito de Boa Esperança de Macabu por efeito da Lei estadual n ° 2 264 de 26 de janeiro de 1928, alterado para Sodrelândia pelo Decreto-lei estadual n ° 1063, de 28 de janeiro de 1944. 

O colo entre as localidades de Sodrelândia e Trajano de Moraes apresenta altitudes em torno de 700 e 800m. Próximo a essa zona rebaixada da cadeia serrana nasce o rio do Imbé. Assim, não existe uma escarpa serrana delineada separando as bacias dos rios Macabu e Imbé, mas apenas um conjunto de cristas alinhadas.


A leste de Trajano de Moraes, a escarpa da serra de Macabu torna-se um imponente degrau de borda de planalto com altitudes em torno de 700 a 800m (serra dos Seixas), estendendo- se até a localidade de Triunfo.

São Pedro do Triunfo teve sua origem na Estrada Geral de Cantagalo, também conhecida como Estrada Macaé-Cantagalo. Com 62,1 km², o segundo distrito de Santa Maria Madalena, foi chamado Itapuá, palavra indígena que significa “pedra pontuda”, alusão à formação montanhosa que domina a região. A estrada era utilizada por tropeiros que costumavam pernoitar e descansar seus animais. A partir daí, a região foi sendo lentamente povoada até sofrer uma explosão populacional nos anos 80, quando o êxodo rural levou várias famílias para o bairro. O distrito também já se chamou São Pedro do Macabu, referência ao Rio Macabu e ao padroeiro São Pedro. Mas logo retornou ao nome indígena: Itapuá.


Os contrafortes dos maciços de Conceição de Macabu parecem ser um prolongamento a leste dessa escarpa, porém já completamente desmantelada. A escarpa da serra do Imbé caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macabu e o planalto reverso da Região Serrana. Em direção a leste, esse escarpamento caracteriza-se com um relevo de transição entre os terrenos planos, colinas e morros da planície fluvial do rio do Imbé e da superfície aplainada do litoral leste fluminense e a escarpa reversa da serra do Desengano.


O alto curso do rio do Imbé percorre um vale estreito e alongado até descer vertiginosamente o escarpamento serrano, quando passa a percorrer paralelamente ao sopé da escarpa até desaguar na lagoa de Cima. Importantes tributários do rio do Imbé drenam a escarpa, tais como os rios do Norte e Mocotó. A escarpa da serra do Imbé é caracterizada como o prosseguimento da escarpa da serra de Macabu, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 900 e 1.300m, entre Trajano de Moraes e Santa Maria Madalena, e entre 1.200 e 1.600m, com picos de 1.800m, na sua porção leste.

A região do Imbé faz parte da “zona de amortecimento” do Parque Estadual do Desengano, a mais antiga unidade de preservação ambiental do Rio de Janeiro. O parque abriga o maior índice de biodiversidade do estado, com plantas e animais nativos da Mata Atlântica, muitos deles raros e ameaçados. Possui ainda muitas montanhas de grande porte sendo a mais conhecida a do Pico do Desengano, situado em Santa Maria Madalena. No Imbé, também está localizado o ponto mais elevado de Campos, o Pico São Mateus; formação rochosa arredondada com 1.676m de altitude, construído por uma gigantesca massa granítica, de onde tem-se ampla visão do município.


A partir da bacia do rio Preto, a escarpa da serra do Imbé perde progressivamente o seu aspecto de muralha montanhosa, com altitudes decrescentes, que variam de 1.000 para 700m, no seu trecho final (serra de São José). Prolongamentos da Serra do Mar, sob forma de alinhamentos serranos escalonados, ocorrem também além do rio Paraíba do Sul, seguindo a mesma direção estrutural da serra do Imbé, atingindo cotas superiores a 800m. Enquanto os núcleos urbanos de Trajano de Moraes e Dr. Loretti se instalaram no alto curso da bacia do rio do Imbé, as localidades de Santo Antônio do Imbé, Sossego e Morangaba situam-se na base desse escarpamento.


Devido ao recuo erosivo acentuado desses escarpamentos, sobressaem-se importantes espigões que se destacam do escarpamento principal e prolongam-se em direção às baixadas litorâneas, principalmente na escarpa das serras de Macaé e do Imbé. Tais feições conferem um padrão de escarpas festonadas e digitadas ao conjunto montanhoso. No conjunto desses escarpamentos serranos são definidos nitidamente vales estruturais de direção N-S (rios do Ouriço, d’Anta e Macabuzinho).

A Serra Macaense engloba os distritos de Cachoeiros de Macaé, Sana, Frade, Glicério e Córrego do Ouro, todos com determinadas potencialidades econômicas do turismo em áreas rurais. O Distrito do Frade sofreu transformações em sua extensão territorial, perdendo terras para criação do distrito de Glicério. Uma linha férrea ligava o Frade à Sede Macaé, mas, com a criação de Glicério, a linha passou a ligar Glicério-Macaé; isolando de certa forma o Frade. Isso acarretou certa estagnação econômica durante muito tempo. Apesar da prática do turismo, a renda principal vem da pecuária, agricultura e atualmente da realização de festas populares, também tradicionais na região.


A escarpa da serra do Imbé apresenta um condicionamento estrutural muito mais intenso, sendo retalhada por estruturas ortogonais, controlando os principais canais num padrão de drenagem retangular.

A região tem um grande potencial turístico pouco explorado, exceto nos núcleos de Lumiar e São Pedro da Serra. O restante da área é caracterizado por atividades rurais de pouca expresssão ou por extensas áreas de remanescentes de Mata Atlântica. Destaca-se, nesse contexto, o Parque Nacional da Serra do Desengano, na escarpa da serra do Imbé.

Alguns imigrantes suíços, um tempo após a chegada a Nova Friburgo, abandonaram a terra oferecida a eles porque não era de boa qualidade. Migraram para outras áreas, e, assim foram responsáveis pela colonização das localidades vizinhas. As "vilas" de Mury, Lumiar, São Pedro da Serra e Macaé de Cima são pacatas e oferecem uma ótima oportunidade para contato com a natureza e dias tranquilos. Macaé de Cima está localizada numa encosta da Serra do Mar e é uma área de proteção ambiental do ecossistema Mata Atlântica. Em Macaé de Cima localiza-se a nascente do rio Macaé. O caminho para a localidade é cercado de pequenas montanhas, vales, sítios e o rio margeando a estrada. Macaé de Cima não tem um centro, é uma região de sítios, casas e pousadas. Apesar de haver vários caminhos para chegar a Macaé de Cima, alguns deles com trechos asfaltados e outros de terra [nem sempre  em boas condições].

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Rotas Fluminenses: Extensão de Paracambi

O Ramal dos Macacos saía da estação Bifurcação (depois Guedes da Costa) da EFCB, passava pela estação de Lages (antiga Nicanor Pereira, de 1858), até a estação de Macacos (atual Paracambi, antes Macacos e Tairetá, acompanhando os nomes do distrito). O ramal foi construído pelos proprietários da antiga Fazenda dos Macacos.


O trecho da EFCB que corta Paracambi e iniciava a subida da serra foi construído entre 1860 e 1880. Compreendia as estações de Bifurcação (Guedes da Costa), Oriente (Mario Belo) e Serra (Engenheiro Gurgel).


Quando da inauguração do trecho Corte - Queimados - Belém (atual Japeri), reconhece Cristiano Benedito Ottoni, em um dos seus relatórios da D. Pedro II, que não foi carregado para a ferrovia o café, que descia a Serra do Mar pela chamada Estrada do Comércio e seguia para a Vila Iguassu.


A partir daí, começou uma intensa disputa política na capital do Império pela expansão da estrada de ferro.

De um lado, grupo poderoso da já entãp crescente e próspera Vassouras, que pelo seu próprio estágio de desenvolvimento necessitava com urgência de um meio de transporte que atendesse seu potencial de crescimento, que este caminho passasse por Macacos ou por Morro Azul; e, do outro lado, a emergente Macacos que, embora longe do desenvolvimento de Vassouras, contava com apoio de grupos de grande influência política na Corte e em projetos de grandes investimentos na região.


Não se sabe bem quais os critérios estabelecidos para a escolha, mas foi decidido que a expansão imediata da estrada seria feita através de um ramal até Macacos (provavelmente para resolver um problema imediato: a dificuldade de comunicação de Japeri e Macacos, devida aos alagamentos constantes na Estrada Presidente Pedreira, pois os recursos necessários para a manutenção da estrada, neste trecho atravessando terrenos pantanosos, eram direcionados para a construção da ferrovia).



Dsponibilizados os recursos, foi iniciada imediatamente a obra, ficando para mais tarde a expansão até Vassouras, concretizada em 18 de junho de 1865 com a inauguração da estação (Barão de Vassouras). Partindo de Japeri, com 8,25km, em 1 de agosto de 1861, foi inaugurada a estação de Macacos, posteriormente Tairetá, e atualmente Paracambi.


A chegada da estrada à localidade de Macacos, agregava o início do serviço de telégrafo, e já contava na época com 22 locomotivas de fabricação inglesa e americana. Tudo isso, além da topografia favorável da região e da qualidade e quantidade dos mananciais de água, mudou completamente a vida local da localidade, com a população passando a se agrupar em torno da estação, estimulada pelo desenvolvimento do comércioe a facilidade de comunicação com a Capital.

Estação de Paracambi - Foto Acervo Inaldo Carvalho

Dessa forma, a ferrovia pode absorver toda a carga que desejava transportar. A Vila Iguassu entrou em decadência e a ligação fluvial foi abandonada. Em consequência, a sede da antiga Vila teve de ser transferida para a localidade de Maxambomba, mais tarde denominada Nova Iguaçu.


Imediatamente, abriram-se novas oportunidades de investimento face ao transporte fácil e barato até o Rio de Janeiro, que era não só um grande mercado consumidor, mas também porta de saída para todos os produtos produzidos na região e que pudessem ser exportados. Posteriormente, nesse Ramal foram abertas as estações Guedes da Costa, antes chamado Bifurcação, Dr. Eiras e Lages, inaugurada em 21 de setembro de 1906.

Composição passando por Lages - Foto: Acervo Rodrigo Peliteiro


A formação do município de Paracambi

Uma curiosidade deste município é a maneira como foi constituído. Existiam dois distritos separados pelo Rio dos Macacos.


Do lado de Vassouras, seu 7º Distrito:
→ Belém (1892)
→ Macacos (1906)
→ Belém (1909)
→ Paracambi (1919)
→ Tairetá (1938)

Do lado de Itaguaí, seu 3º Distrito:
→ S. Pedro e S. Paulo do Ribeirão das Lajes (1836)
→ Macacos (1895)
→ Paracambi (1901)

Como se vê, ambos compartilharam alternadamente os mesmos topônimos, prevalecendo Paracambi como nome do município.

Antiga fazenda do Sabugo anos 50 - Foto: Rogério Medeiros

O início do desbravamento do atual território do município de Paracambi data de meados do século XVIIl. Os jesuítas lançaram as bases da futura povoação em terras compreendidas entre os Rios Tinguaçu e Itaguaí para catequizar os índios da região.


Posteriormente, os missionários verificaram que as terras da Fazenda de Santa Cruz, mais próximas do mar, melhor se prestavam para aldeamento, para lá se transferindo com os índios onde erigiram templo dedicado a São Francisco Xavier, inaugurado em 1729. Após a expulsão dos inacianos, surge a freguesia de São Pedro e São Paulo, gerando a recuperação econômica da Fazenda de Santa Cruz. 

Entretanto, a abertura do “Caminho Novo do Tinguá” por Garcia Rodrigues Paes deu início à ocupação da região, tendo em vista a doação de várias sesmarias às margens do caminho e, posteriormente, sertão adentro.

Sede do Sítio da Fazenda da Floresta. Até o ano de 1960, o Ti-Long-Ly, dedicou-se a criação de cavalos de puro sangue. Atualmente a produção leiteira - Foto: Acervo Jablonsky, Tibor

Em 1818, a aldeia de Itaguaí foi elevada à categoria de vila com a denominação de Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, cujo município foi desmembrado de territórios do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis.


O início da expansão das estradas de ferro, na época entre o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo marcava definitivamente a região geográfica industrial do Brasil e consolidava o Rio de Janeiro como principal polo de produção da indústria têxtil, que até então tinha como núcleo principal a Bahia.

Com o tráfego na estrada de Ferro Dom Pedro II, em 1861 alcançou a região acentuado progresso quando ali foram sendo instaladas as fábricas de tecidos de algodão pela Companhia Brasil Industrial e de dinamites pelo industrial francês Lepelletier, ambas tragicamente desaparecidas. A primeira a 21 de dezembro de 1883, em razão de um incêndio provocado por raio; e a segunda em novembro de 1886, em conseqüência de explosões daquele estabelecimento fabril.

Serviços de bondes puxados por cavalos que ligava a Fábria à Estação. As instalações da fábrica estavam a um quilômetro de distância da Estação dos Macacos, mas esse problema foi solucionado com a construção de um acréscimo na linha férrea, de modo que a ligação entre a estação e o edifício da fábrica passasse a ser direto. Este fato demonstrava o total apoio e empenho da Corte para o sucesso do empreendimento. - Foto: Acervo Martins Ribeiro

Havia um forte e poderoso motivo para que os investidores brasileiros e estrangeiros acreditassem na vantagem financeira da instalação e do desenvolvimento têxtil no Brasil: com o fim da Guerra Civil Americana em 1865, e a retomada da exportação do algodão por aquele país, o Brasil que era o 4º maior prudutor mundial, ficou sem mercado para vender seu produto e seu algodão se acumulando, encalhado.


A industrialização de Paracambi

Os Srs. George N. Davis e M. Pattison, investidores norte-americanos em visita à região de Macacos, ainda praticamente despovoada, decidiram pela criação de uma companhia destinada a ser uma fábrica de tecidos de algodão, aprovada em 18 de setembro de 1867, pelo Decreto nº 3965. Este projeto industrial, colocado em uma região até então de formação física, cultral e econômica totalmente agropecuárias, era uma consequência da diversificação da aplicação de capital pelos grandes investidores brasileiros e estrangeiros a partir da experiência do Velho Mundo, confiantes na viabilidade econômica de seus projetos.

Cia. Brasil Industrial - Foto: Reprodução da internet

Em 1870, foi incorporada uma companhia denominada Campanhia Brasil Industrial, aprovada pelo Decreto nº 4552, de 23 de julho, para o estabelecimento de uma fábrica de tecidos de algodão a ser instalada na área da Fazenda do Ribeirão dos Macacos, junto à estação. A constituição e posse da diretoria foram presididas pelo Barão de São Francisco Filho.


O projeto inicial da fábrica era bastante avançado para a época e incorporava o que havia de mais moderno na tecnologia e equipamentos em uso na Europa em instalações industriais. Este projeto, elaborado por um equipe sob a coordenação do engenheiro William S. Elison, previa o desvio e represamento de rios que banhavam a área e que teriam suas águas canalizadas até próximo à fábrica, daí descendo até o prédio onde, além dos detalhes específicos para a movimentação dos equipamentos de produção e de apoio, seriam utilizados também para alimentar um complexo sistema de extinção de incêndio que se extendia por toda a fábrica.

Cia Brasil Industrial - Foto: Acervo Inaldo Carvalho

Este projeto também incluía a construção de um ramal com 2km ligando a fábrica à estação de Macacos, que seria utilizado para o transporte de matéria-prima, dos tecidos e dos funcionários nos próprios vagões da estrada.

A quantidade de rios e ribeirões existentes na região foi um dos mais importantes motivos para a instalaçao da indústria, pois as opções energéticas disponíveis na época eram poucas: a energia hidráulica; e a das máquinas a vapor, a partir da queima de carvão, que era importado da inglaterra, gerando um custo elevado sujeito à entregas irregulares.


No dia 13 de setembro de 1871, foi assinada pela Princesa Isabel a Carta Imperial concedendo licença para o funcionamento da companhia. No dia 7 de setembro de 1872, foram iniciados os trabalhos de construção, promovendo grande crescimento da área urbana devido ao grande número de operários e famílias, que vinham de outras localidades para a execução da obra, além da participação de um grande número de escravos.

Companhia Brasil Industrial - Foto: Acercervo Inaldo Carvalho

Dezesseis anos mais tarde, em 1887, foi inaugurada a Cia e Tecelagem Santa Luísa, que passou a ser a Fábrica de Tecidos Maria Cândida, ou fábrica “Cascata”, como ficou mais conhecida, em 1924.


Com a chegada das indústrias têxteis na região, ocorreu a implantação de um Complexo (Fábrica com Vila Operária). Faziam parte destes complexos as edificações específicas das fábricas, a casa da gerência, vilas operárias, escolas, igrejas, clubes e armazéns.

As fábricas com vila operária tornam-se um complexo socioeconômico, cultural e político: a fábrica moderna com o trabalho assalariado e sua servidão burguesa; o paternalismo industrial com formas específicas de educação (a escola operária), de religiosidade (as capelas com o (a) padroeiro(a) dos operários e da fábrica), de consumo (o armarinho, o armazém etc.), de lazer (o clube social, o futebol de várzea).

Companhia Brasil Industrial - Foto: Reprodução da internet

A Cia. Brasil Industrial foi a primeira fábrica brasileira a produzir tecidos de algodão de melhor qualidade, pois até então eram produzidos somente tecidos grosseiros, que serviam unicamente para a confecção de roupas para trabalhadores livres, escravos e para a confecção de sacos para embalagem de açúcar e café, que com crescente demanda para exportação necessitava de qualidades cada vez maiores de embalagens.


A produção daquele tecido grosseiro foi importante também para o aprendizado e treinamento dos operários e mecânicos brasileiros no manuseio dos equipamentos e na melhoria na quantidade dos tecidos.

Dotado de terras férteis, o município de Paracambi desfrutou até 1880 de fortes atividades rurais e comerciais, exportando em grande escala cereais, café, farinha, açúcar e aguardente. Com a abolição da escravatura, houve considerável êxodo dos antigos escravos, ocasionando grave crise econômica.

Na segunda década do século XX, foi instalada a Fábrica de Tecidos, inicialmente fundada por ingleses e mais tarde adquirida por franceses, hoje cartão postal da cidade.

Usina de Palmeira da Serra - Foto: Mário Pinheiro

A década de 1950 foi de expansão no país e também na Fábrica Brasil. A direção da Cia construiu, neste período, a Usina Palmeira da Serra, no Engenho da Serra, situado na Estrada Engenheiro Paulo de Frontin. Aproveitando o grande açude que se forma na cabeceira do Rio dos Macacos, nos limites  entre os  municípios de Paracambi e Paulo de Frontin, possui capacidade de produção de 320 kw de potência.


Outra Usina construída naquela década foi a Usina da Cascata ou Usina do Curió e está localizada no Rio Ipê, que abastece o açude da Cascata. A usina foi inaugurada em 1952, com 1250 KVA, 41 possibilitando a substituição de motores hidráulicos por motores elétricos.

O município de Paracambi (que significa “macaco pequeno”) foi emancipado pela Lei n.º 4.426, de 08 de agosto de 1960, formado pela união de dois distritos: o 7º de Vassouras, denominado Tairetá, e o 3º de Itaguaí, denominado Paracambi, e instalado em 13 de novembro, do mesmo ano.

RJ-127 em Lages - Foto Acervo Aninha Souza

Prevaleceu o nome do mais antigo dos dois distritos. Na verdade, as duas vilas formavam uma só, tendo a dividi-las o Rio dos Macacos, sem, contudo, separá-las socialmente.


Paracambi é servido pela RJ-127, que acessa a rodovia Rio-São Paulo na fronteira com Itaguaí e Seropédica, ao sul, e a Engenheiro Paulo de Frontin, ao norte. Outra estrada é a RJ-093, que liga a Japeri, a leste, conectando-se com a RJ-125 em direção a Miguel Pereira.



O Ramal de Serviço para a construção da Usina de Fontes

Além de operar a linha de bondes com tração elétrica e animal na capital, a "Companhia Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro (Light)" também operou uma companhia de bondes com tração a gasolina, esta localizada a cerca de 70km ao norte da cidade, no Ramal de Paracambi, próximo ao Ribeirão das Lages.

Baldeação no ramal de Paracambi na estação de Lages para o trolei que seguia para a Usina.(Reparar no carro da Central, em 1911) - Foto: Reprodução da internet

Os 21,37km de via em bitola larga foram usados para apoio à cosntruçaõ da Usina Hidrelétrica Nilo Peçanha, inaugurada em 19 de maio de 1906. Após a conclusão da construção da usina, a referida linha passou a servir no transporte de trabalhadores e visitantes nas idas e vindas à cidade.


Tratava-se possivelmente da única bitola de 1,60m com "bondes" em serviço regular no Brasil. O seu material rodante era constituído de 2 locomotivas tender Porter e 10 vagões tipo prancha. Quando seus trilhos foram removidos em 1935, construi-se uma rodovia em parte do leito da linha.

A usina de Ribeirão das Lages e o troley a gasolina que em 1911 subia o plano inclinado até a represa - Foto: Reprodução da internet


Na represa, operava uma linha funicular, alimentada pela casa de força, em bitola métrica, com 15km, posteriormente substituida por locomotiva a vapor.


Nos anos 50, às três principais economias de Paracambi eram a Brasil Industrial, a Fábrica de Tecidos Maria Cândida e a Fazenda do Sabugo. Na fazenda haviam vários empregados e o número aumentava nos meses de julho e início de agosto, quando era feita a colheita da laranja. No início existia um troley puxado por um burro que fazia o transporte das laranjas da Fazenda até o centro e Paracambi.

Casarão-Sede da Fazenda do Sabugo

As laranjas eram levadas pelos trens cargueiros, puxados por Maria Fumaça, até o cais do porto e embarcadas para a Argentina. Trabalhava muita gente no Barracão (onde a fruta era selecionada para a exportação) e nos laranjais.


Na Olaria, desativada também havia muitos empregados. A Olaria, era a única da região e sua produção abastecia tanto a região quanto ao estado do Rio. No início a Olaria produzia cerca de 15 mil tijolos por dia e quando foi desativada sua produção era estimada em 60 mil tijolos. As terras da fazenda era arrendada da Fazenda Nacional de Santa Cruz.

NC03 Paracambi x Sabugo - Transportes Blanco

Com o passar do tempo, o laranjal foi substituído por coco. A olaria interrompeu sua produção por um tempo e acabou voltando a funcionar, durando cerca de dez anos e foi desativada. A Fazenda ainda foi vendida para várias pessoas, mas ninguém conseguiu levar à frente.

Os sabugos de milho desciam rio abaixo e houve uma chuva muito forte levando o moinho, então acabou a plantação de milho e o local ficou conhecido como Sabugo. - Olaria do Sabugo - Foto: Reprodução da internet

Hoje se tornou um bairro, uma parte pertence à Prefeitura e outra a moradores que compraram lotes. O local onde era o Barracão de laranja é hoje sede da Associação dos Moradores.

As estações da extensão de Paracambi


Inicialmente com 5 estações, duas terminais e três intermediárias, o Ramal deParacambi possui traçado semelhante ao da RJ-093 Estrada de Lages, percorrendo uma região predominantemente despovoada, contando com pequenos núcleos urbanos próximos à Japeri, Lajes e Paracambi.


Entre Japeri e Lages ambos os percursos são em área rural, sendo o rodoviário bastante precário, com pouca sinalização, vegetação alcançando as pistas e iluminação insuficiente.



✅ Estação Japeri

A estação foi inaugurada em 1860 denominada de Belém. Foi o ponto terminal do segundo trecho inaugurado pela E. F. Dom Pedro II - o primeiro foi até Queimados, em 1858.

Estação de Japeri - Foto: Papagoiaba

A partir de 1898, passou a ser também estação da E. F. Melhoramentos, que vinha também do centro do Rio de Janeiro (da estação Alfredo Maia) e seguia para Porto Novo do Cunha, também galgando a serra do Mar. A Central do Brasil acabou por incorporar essa linha em 1903, alterando seu nome para Linha Auxiliar.
Barrinha em Palmeira da Serra noa anos de 1990 - Foto: José Emilio Buzelin

Entre 1945 e 1947, a estação teve seu nome alterado para Japeri. Mais tarde, passou a ser ali o ponto de partida do trem Barrinha, que transportava passageiros e a produção agrícola da serra para Barra do Piraí, extinto em 1996 depois de um grande desastre com vítimas.


Estação Guedes da Costa

A estação se chamava originalmente Bifurcação, pois dela saía o ramal de Paracambi. Em 1914, quando foi construído o prédio novo, a estação já se chamava Guedes da Costa. O nome homenageava Carlos Guedes da Costa, antigo chefe da via permanente.

Foto sem data mostra a localização da antiga estação, então já não mais existente: no mesmo local onde aparecia na foto a torre de fios de alta tensão - Acervo Victor Pedretti

Durante as chuvas de 1928, a estação sofreu alagamento no dia 24 de abril, devido ao transbordamento da represa da Light em Ribeirão das Lages. Em junho de 1935, a estação foi fechada por causa da duplicação de linhas para o ramal de Paracambi. A estação já foi demolida.

No ponto de bifurcação da linha ainda existe uma ruína de plataforma da demolida estação de Guedes Costa, embaixo de uma torre de uma linha de transmissão remanescente da eletrificação da EFCB. O posto atual da MRS não fica sobre onde era a estação.


Parada Doutor Eiras

Doutor Eiras foi a última das estações a ser construída no ramal, em 1964. Era uma parada simples, com somente uma plataforma.

Estação de Doutor Eiras em 1967 - Foto: Reprodução da internet

Funcionou até maio de 2012 como estação de trens metropolitanos operado pela Supervia. Seu fechamento foi no dia 18 de maio desse ano, devido ao fechamento da Casa de Saúde Dr. Eiras, que ali existia.


Estação Lages

A Estação Lages está localizado na Rua Aníbal Cardoso, perímetro urbano da RJ-093 (Estrada Japeri-Paracambi), no bairro de mesmo nome. Uma das estações mais antigas do Brasil, Lages foi inaugurada em 1858 e permaneceu como ponta de linha do ramal até 1861, quando a estação terminal de Paracambi foi inaugurada.


A estação funciona até hoje para os trens metropolitanos da Supervia, que tem a concessão desde 1997. A estação de Lages chamou-se Nicanor Pereira, mas este nome foi usado durante tempos muito antigos, e logo depois substituído por Lages da Central, posteriormente Lages.


De Lages partia a E. F. Light (linha da Light and Power, levando à represa de Ribeirão das Lages) passando pelas localidades de Guarajuba e Ponte Coberta. Em Ponte Coberta a linha passava por baixo da Rodovia Presidente Dutra). O atual prédio da estação de Lages é posterior a 1928, o atual foi construído quando a edificação anterior que era de madeira pegou fogo isso lá pelos anos 1950/60.


Lages não tinha bilheteria desde este incêndio até 1996, quando a Flumitrens instalou o gradeamento e a casa onde hoje é a bilheteria. A cobrança de passagens no ramal era feita no desembarque em Japeri apenas; durante uma época a Central usou trens com roleta dentro, mas logo isso foi abandonado e o ramal passou a operar as estações de Lages e Dr Eiras gratuitamente, sendo eliminada também a cobrança no desembarque em Japeri.


✅ Estação Paracambi

A estação de Macacos foi inaugurada em 1861 como ponta de linha do ramal. Na primeira década do século XX passou a ser chamada de Paracambi.

A estação ainda sem eletrificação - Foto:  Autor desconhecido

Durante um período nos anos 1940 chamou-se Tairetá, voltando a ter o nome original nos anos 1960. A estação funciona até hoje para os trens metropolitanos da Supervia. Trens para Paracambi saíam direto da estação de Dom Pedro II, sem necessidade de baldeação em qualquer estação do sistema, por muitos anos. Atualmente há que baldear em Japeri, para uma composição que trafega apenas no ramal.

A linha do ramal não terminava em Paracambi, depois da estação de Paracambi a mesma seguia mais 1 Km em direção a fábrica Brasil Industrial pela avenida dos operários.


Durante muito tempo os trens da Central seguiam até a fábrica, sendo depois substituídos por bondes puxados a burro e posteriormente elétricos, e depois suprimidos. A Brasil Industrial faliu nos anos 1990 e hoje é uma faculdade estadual da FAETEC.

Avenida dos Operários na década de 1920 com os trilhos desde a estação (lado esquerdo) até a Fábrica.
Foto: Autor Desconhecido

A estação possuía um pátio que servia à carga e passageiros tanto para as diversas indústrias da cidade (como a siderúrgica Lanari) como ao depósito central de munições do exército, batalhão paiol que substituiu o paiol de Deodoro após a explosão deste. Este pátio foi dividido pela metade e teve suas linhas arrancadas nos anos 1990.


O transporte por ônibus entre Paracambi e Vassouras

Quase 8 décadas após a chegada do trem à Vassouras, no ano de 1943 é criada a empresa Pedro Antonio e Filho, voltada para a venda de peças, acessórios e para o transporte.


Após a criação de sua primeira linha, ligando Vassouras à Mendes, a empresa cria as linhas Vassouras x Rodeio e Vassouras x Tairetá, chegando na década de 1950 no Rio de Janeiro.

P.A.F. - Pedro Antonio e Filho → Empresa Melhoramentos de Vassouras | Foto: Reprodução da internet

Em 1964, ao iniciar no segmento de fretamento, a empresa altera a sua razão social para Empresa de Ônibus e Turismo Pedro Antonio Ltda. A partir da década de 70, a empresa adquire outras empresas que atuavam na região:

1972 - Auto Luxo Paracambi;
1974 - Viação São Jorge;
1976 - Viação São Cristóvão;
1983 - Parte da Riviera Transportes e Turismo;

P.A.F. na Rua Dominique Level - Foto: Acervo Martins Ribeiro



No final dos anos 80 houve uma cisão na Pedro Antônio, e os trajetos em Miguel Pereira, Paty do Alferes, Barra do Piraí, Paracambi, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin, Japeri e Petrópolis passaram à Viação Cidade das Rosas, que explorou as linhas urbanas por aproximadamente 10 anos.
Antes de seu fechamento, Grupo Luiz Boa Pinta criou a Viação Monte Verde, a fim de substituir a Cidade das Rosas, que na época acumulava dívidas e processos trabalhistas. 

Mas o projeto não foi a diante e a Cidade das Rosas foi piorando sua situação cada vez mais, até que em março de 2001 sofreu intervenção do Detro e suas linhas intermunicipais restantes foram passadas para Viação Normandy do Triângulo.

O serviço rodoviário foi totalmente repassado para a Viação Normandy do Triângulo, enquanto os urbanos ficaram com as empresas:

- Progresso (Vassouras, Mendes, Eng. Paulo de Frontin e Paracambi);

- Barra do Piraí (Paracambi, Eng. Paulo de Frontin, Mendes e Barra do Piraí);

- Normandy do Triângulo (Miguel Pereira, Paty do Alferes, Três Rios, Nova Iguaçu, Japeri e Petrópolis);

- Pedro Antonio (Vassouras, Paty di Alferes, Engenheiro Paulo de Frontin e Paracambi);

- Viação Emanuel (municipais de Eng. Paulo de Frontin e Miguel Pereira);

- Evial Expresso (municipais de Mendes).


Mais tarde a Cidade das Rosas operou a linha Barra do Piraí x Paty de Alferes, comprada pela Normandy e repassada para a Linave.


Operação Emergencial Trem-Ônibus

Em tempos passados, ao realizar manutenção preventiva na via permanente ou por qualquer razão que afetasse a circulação do Ramal de Paracambi, a Supervia disponibilizava ônibus gratuito aos seus passageiros saindo da Praça Cara Nova em Paracambi e da Rua Monsenhor Manuel Cheyk Rejame em Japeri.


Como rota de deslocamento entre os dois municípios, a lnha emergencial seguia pela RJ-093 Estrada Japeri-Paracambi, que atende às etações Japeri, Lages e Paracambi.


Viaduto ferroviário Japeri-Paracambi

Foi inaugurado no dia 4 de abril de 2011 o viaduto de 1,5 km separando a circulação de trens de carga e de passageiros. Além de maior nível de segurança no trecho, o viaduto proporciona ganhos operacionais para ambas as empresas.

Viaduto Japeri-Paracambi x MRS Logística - Foto: Fabio Ferreira

Agora, as duas vias podem operar continuamente. Entre Japeri e Paracambi, circulam os trens da MRS (carga) e da Supervia (passageiros).


Com a inauguração do viaduto ferroviário, uma linha variante transpôs um cruzamento em nível no Km 64 entre os trens de carga operados pela MRS e os trens metropolitanos da Supervia. Tornando possível a operação simultânea das duas concessionárias.

Viaduto ferroviário Japeri-Paracambi - Foto: Reprodução da internet

Com o viaduto, não há mais necessidade de uma composição aguardar a ordem de circulação enquanto outra está passando, fator determinante para evitar acidentes como o do Barrinha.



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