Caminhos da Serra: Serras de Macaé, Macabu e Imbé

As escarpas caracterizam-se por um conjunto de alinhamentos serranos, que se sucedem a leste da Serra dos Órgãos, alçados por tectônica a mais de 1.000m de altitude, sendo que alguns picos atingem quase 2.000m.

A comunidade de Barra dos Passos está situada às margens da RJ-146, estrada que liga Visconde de Imbé a Bom Jardim. Barra dos Passosé o refúgio para desfrutar de momentos tranquilos em um lugar de tirar o fôlego com tanta beleza, com belas fazendas históricas, artesanatos e paisagens encantadoras. Em 2014 foi inaugurado na Fazenda Olaria, o projeto Turismo Rural. O evento faz parte da parceria dos proprietários, com a prefeitura trajanense e o Sebrae, este que capacitou e direcionou todas as ações dos participantes. O projetovisa preservar o rico patrimônio histórico e a natureza exuberante da região.

A partir de Nova Friburgo, a escarpa da Serra do Mar perde o seu aspecto de uma barreira montanhosa monolítica e passa a adquirir o padrão de um conjunto de cadeias serranas paralelas entre si e separadas pelos vales dos principais rios que cortam a região: São João, Macaé, Macabu e Imbé. Esses rios correm em direção oeste-leste. O relevo acidentado prolonga- se até o rio Paraíba do Sul, a jusante de São Fidélis, num trecho estrangulado dessa bacia, a partir de onde se inicia o seu baixo curso.


A escarpa da serra do Taquaruçu caracteriza-se como um relevo de transição entre terrenos planos e elevações isoladas da baixada do rio São João e a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macaé. Tributários do rio São João drenam essa escarpa, tais como os rios Pirineus, da Bananeira e Aldeia Velha. A escarpa é caracterizada como a primeira barreira montanhosa desse sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza essa unidade, sendo que sua linha de cumeada apresenta altitudes decrescentes em direção a leste, variando de 1.400 para 1.000m. As localidades de Correntezas e Aldeia Velha situam-se na sua base.

A localidade também conhecida como Quartéis, situa-se no pé da Serra do Mar na divisa política entre os municípios de Silva Jardim e Casimiro de Abreu, distante 8 quilômetros da BR-101 e da portaria da Reserva Biológica Poço das Antas por uma estrada ainda não pavimentada. Trata-se de um povoado cercado por áreas de Mata Atlântica preservada pelas propriedades rurais da região.  Por sua relevância no cenário ambiental recebeu o título de capital do ecoturismo no estado do Rio de Janeiro. É um pequeno povoado, com aproximadamente 900 habitantes. Está localizada dentro da APA São João/ Mico Leão Dourado, que inclui a Reserva Biológica Poço das Antas, e segue em direção a Serra do Mar, onde se encontram montanhas cobertas pela Floresta Atlântica, com suas inúmeras nascentes que formam os rios Aldeia Velha e Quarteis.

O paredão montanhoso é completamente desmantelado próximo a Casimiro de Abreu, pela ação erosiva do rio Macaé, que atinge a baixada litorânea nesse trecho. Um pequeno alinhamento serrano degradado persiste a leste de Casimiro de Abreu, com altitudes entre 300 e 500m (destaca-se um pico de mais de 900m de altitude), desaparecendo próximo à localidade de Rocha Leão. A escarpa da serra de Macaé caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macaé e o planalto reverso da Região Serrana.


O planalto da bacia do alto rio Macaé insere-se entre dois alinhamentos de escarpas, reunindo os principais formadores do rio Macaé, destacando-se os rios Macaé de Cima e Bonito. Aí, situam-se os núcleos urbanos de Lumiar e São Pedro da Serra.


Localizado a 9km de Lumiar e a 40km da sede do município de Nova Friburgo, está o bairro de Santa Luzia. O bairro fica na divisa com o município de Casimiro de Abreu às margens do Rio Macaé. Após Lumiar ter se tornado um lugar conhecido com o movimento hippie dos anos 70 e 80, a região experimentou uma relativa expansão imobiliária em que pessoas provenientes dos grandes centros urbanos passaram a fixar residência em sítios e loteamentos que foram surgindo ao longo da rodovia que fora projetada pelo ex-prefeito de Nova Friburgo, o engenheiro Heródoto Bento de Mello. Privilegiado pelas belezas naturais do rio Macaé, o lugar sempre foi alvo da cobiça de projetos econômicos que tinham como objetivo a implantação de centrais hidrelétricas na região, o que sempre encontrou a resistência dos moradores locais.

Em direção a leste, extensos tributários do rio Macaé drenam a escarpa, tais como os rios Sana, do Ouriço e São Pedro. A escarpa da serra de Macaé é caracterizada como a segunda barreira montanhosa do sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza a unidade, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.200 e 1.600m, com picos de 1.900m.

O distrito de Barra Alegre no município de Bom Jardim, foi colonizado por migrantes internos oriundos das terras das Minas Gerais exploradas pela obsessão provocada pelo ouro, que trouxe grande riqueza para alguns e imensas desgraças para outros. O Distrito é considerado um dos distritos mais rurais do Município, possuindo um conjunto de vilarejos agrícolas, com uma grande extensão territorial. Destaca-se o período a partir de 2006 onde o Barra Alegre passou a ser o novo pólo industrial de Bom Jardim, recebendo diversas fábricas e indústrias do setor de plástico e de outros segmentos, que por conta dos incentivos fiscais, baseados na Lei Estadual nº 5.636/2010 (originalmente 4.533/2005, conhecida como Lei Rosinha).

Os colos entre as localidades de São Pedro da Serra e Barra Alegre e entre Glicério e Vila da Grama apresentam altitudes em torno de 900 e 1.000m. As localidades de Sana, Cachoeiros, Frade e Glicério situam-se na base desse escarpamento.


O paredão montanhoso é gradualmente desmantelado em direção à localidade de Córrego do Ouro pela ação erosiva do rio São Pedro e, em direção a Conceição de Macabu, pela ação erosiva do rio Macabu. Esses rios atingem a baixada litorânea nessas posições.

Situado na sub-bacia do rio Sana, que é parte da bacia do rio Macaé, região serrana do município próximo a Lumiar e Nova Friburgo, o local é abrigo de muitas cachoeiras e um dos destinos favoritos dos fluminenses praticantes do ecoturismo. O Arraial de Sana, 6º distrito de Macaé, faz parte de uma Unidade de Conservação da Natureza de uso sustentável, do tipo Área de Proteção Ambiental (APA), e é cercado de vários rios que fazem da região um dos destinos preferidos para quem quer sombra e água fresca. Antes de chegar no Arraial, a primeira parada é na Barra do Sana, onde o rio Sana encontra o rio Macaé. Depois de mais 6 quilômetros de estrada de terra em condições razoáveis, o Arraial em que vive a maior parte da população se revela como um lugar acolhedor. E ainda existe a região da Cabeceira do Sana, onde nasce o rio que deu nome ao distrito, recebendo em seu curso pequenos e médios afluentes como o córrego Peito de Pombo, o Rio Andorinhas, os córregos São Bento e Boa Sorte, entre outros.

A escarpa da serra de Macabu caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macabu e o planalto reverso da Região Serrana. Em direção a leste, esse escarpamento caracteriza-se com um relevo de transição entre os terrenos planos e colinas suaves da planície fluvial do rio Macabu e da superfície aplainada do litoral leste fluminense e o relevo escarpado do alto curso da bacia do rio do Imbé.


O distrito de Vila da Grama é um dos destinos turísticos na região que mais se destacam devido aos cuidados, principalmente no que diz respeito à gestão do meio ambiente. A visitação a locais preservados, como as florestas, áreas de conservação, e a represa que compõe a bacia do Rio Macabu, cresce dia a dia no local. A barragem de Tapera, mas conhecida também como barragem de Sodrelândia, muito usada para pratica esportiva como Jet-sky é um dos pontos turísticos mais visitados no local. A geografia privilegiada destaca Tapera entre os roteiros turísticos de famílias, amigos e amantes do esporte radical.

O planalto da bacia do alto rio Macabu insere-se entre dois alinhamentos de escarpas, por onde, de forma encaixada, corre o alto curso do rio Macabu. Aí, situam-se os núcleos urbanos de Vila da Grama e Sodrelândia e a represa de Macabu. Ao longo de toda a zona montanhosa, a bacia do rio Macabu apresenta-se estreita e alongada, não possuindo grandes tributários.

A RJ-162, estrada de acesso ao distrito de Sodrelândia e Tapera, ambos em área rural do município de Trajano de Moraes sempre sofre danos causados por fortes chuvas. Quedas de barreiras, interditam a via nos dois sentidos. A erosão causada pelo fluxo das enxurradas danificam as estradas de chão batido. 

A escarpa da serra de Macabu é caracterizada como a terceira barreira montanhosa do sistema de escarpamentos paralelos que caracteriza essa unidade, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 1.100 e 1.500m, com picos de 1.600m.

Sodrelândia é muito visitado por turistas aventureiros e também por famílias que buscam descanso e diversão. O nome do distrito é uma homenagem a Feliciano Sodré, ex-prefeito de Niterói. A entrada dos imigrantes de origem européia ocorreu quando os ‘escravos’ saíram e houve uma importação de colonos italianos. Olivette era uma família italiana de colonos. Carmo, Carino, Rocco Carino, Viso, o Riguetti, Sartori, Vasolli, Badalino. Dollor e Cano eram famílias espanholas. José de Moraes, a exemplo do seu pai Trajano, procurou trazer europeus para colonizar terras no município: Seu pai tentou fazer uma colonização na Sodrelândia de austríacos. Mas isso depois não prosperou, não conseguiram nada. Mas inclusive a Áustria mandou uma comenda para ele como agradecimento pelo esforço que ele fez pelo assentamento de austríacos. A tentativa frustrada de Juca de Moraes estabelecer uma colônia no distrito de Sodrelândia teria ocorrido na década de 1920, quando se elegeu deputado federal. O distrito de Boa Esperança de Macabu foi criado por Lei estadual n ° 1721 de 31 de outubro de 1921 com território desmembrado 2 ° e 4 ° distritos Visconde de Imbé e Ponte da Grama, respectivamente. O topónimo do distrito de Boa Esperança de Macabu por efeito da Lei estadual n ° 2 264 de 26 de janeiro de 1928, alterado para Sodrelândia pelo Decreto-lei estadual n ° 1063, de 28 de janeiro de 1944. 

O colo entre as localidades de Sodrelândia e Trajano de Moraes apresenta altitudes em torno de 700 e 800m. Próximo a essa zona rebaixada da cadeia serrana nasce o rio do Imbé. Assim, não existe uma escarpa serrana delineada separando as bacias dos rios Macabu e Imbé, mas apenas um conjunto de cristas alinhadas.


A leste de Trajano de Moraes, a escarpa da serra de Macabu torna-se um imponente degrau de borda de planalto com altitudes em torno de 700 a 800m (serra dos Seixas), estendendo- se até a localidade de Triunfo.

São Pedro do Triunfo teve sua origem na Estrada Geral de Cantagalo, também conhecida como Estrada Macaé-Cantagalo. Com 62,1 km², o segundo distrito de Santa Maria Madalena, foi chamado Itapuá, palavra indígena que significa “pedra pontuda”, alusão à formação montanhosa que domina a região. A estrada era utilizada por tropeiros que costumavam pernoitar e descansar seus animais. A partir daí, a região foi sendo lentamente povoada até sofrer uma explosão populacional nos anos 80, quando o êxodo rural levou várias famílias para o bairro. O distrito também já se chamou São Pedro do Macabu, referência ao Rio Macabu e ao padroeiro São Pedro. Mas logo retornou ao nome indígena: Itapuá.


Os contrafortes dos maciços de Conceição de Macabu parecem ser um prolongamento a leste dessa escarpa, porém já completamente desmantelada. A escarpa da serra do Imbé caracteriza-se, a oeste, como um relevo de transição entre a zona montanhosa do alto curso da bacia do rio Macabu e o planalto reverso da Região Serrana. Em direção a leste, esse escarpamento caracteriza-se com um relevo de transição entre os terrenos planos, colinas e morros da planície fluvial do rio do Imbé e da superfície aplainada do litoral leste fluminense e a escarpa reversa da serra do Desengano.


O alto curso do rio do Imbé percorre um vale estreito e alongado até descer vertiginosamente o escarpamento serrano, quando passa a percorrer paralelamente ao sopé da escarpa até desaguar na lagoa de Cima. Importantes tributários do rio do Imbé drenam a escarpa, tais como os rios do Norte e Mocotó. A escarpa da serra do Imbé é caracterizada como o prosseguimento da escarpa da serra de Macabu, sendo que sua linha de cumeada sustenta altitudes entre 900 e 1.300m, entre Trajano de Moraes e Santa Maria Madalena, e entre 1.200 e 1.600m, com picos de 1.800m, na sua porção leste.

A região do Imbé faz parte da “zona de amortecimento” do Parque Estadual do Desengano, a mais antiga unidade de preservação ambiental do Rio de Janeiro. O parque abriga o maior índice de biodiversidade do estado, com plantas e animais nativos da Mata Atlântica, muitos deles raros e ameaçados. Possui ainda muitas montanhas de grande porte sendo a mais conhecida a do Pico do Desengano, situado em Santa Maria Madalena. No Imbé, também está localizado o ponto mais elevado de Campos, o Pico São Mateus; formação rochosa arredondada com 1.676m de altitude, construído por uma gigantesca massa granítica, de onde tem-se ampla visão do município.


A partir da bacia do rio Preto, a escarpa da serra do Imbé perde progressivamente o seu aspecto de muralha montanhosa, com altitudes decrescentes, que variam de 1.000 para 700m, no seu trecho final (serra de São José). Prolongamentos da Serra do Mar, sob forma de alinhamentos serranos escalonados, ocorrem também além do rio Paraíba do Sul, seguindo a mesma direção estrutural da serra do Imbé, atingindo cotas superiores a 800m. Enquanto os núcleos urbanos de Trajano de Moraes e Dr. Loretti se instalaram no alto curso da bacia do rio do Imbé, as localidades de Santo Antônio do Imbé, Sossego e Morangaba situam-se na base desse escarpamento.


Devido ao recuo erosivo acentuado desses escarpamentos, sobressaem-se importantes espigões que se destacam do escarpamento principal e prolongam-se em direção às baixadas litorâneas, principalmente na escarpa das serras de Macaé e do Imbé. Tais feições conferem um padrão de escarpas festonadas e digitadas ao conjunto montanhoso. No conjunto desses escarpamentos serranos são definidos nitidamente vales estruturais de direção N-S (rios do Ouriço, d’Anta e Macabuzinho).

A Serra Macaense engloba os distritos de Cachoeiros de Macaé, Sana, Frade, Glicério e Córrego do Ouro, todos com determinadas potencialidades econômicas do turismo em áreas rurais. O Distrito do Frade sofreu transformações em sua extensão territorial, perdendo terras para criação do distrito de Glicério. Uma linha férrea ligava o Frade à Sede Macaé, mas, com a criação de Glicério, a linha passou a ligar Glicério-Macaé; isolando de certa forma o Frade. Isso acarretou certa estagnação econômica durante muito tempo. Apesar da prática do turismo, a renda principal vem da pecuária, agricultura e atualmente da realização de festas populares, também tradicionais na região.


A escarpa da serra do Imbé apresenta um condicionamento estrutural muito mais intenso, sendo retalhada por estruturas ortogonais, controlando os principais canais num padrão de drenagem retangular.

A região tem um grande potencial turístico pouco explorado, exceto nos núcleos de Lumiar e São Pedro da Serra. O restante da área é caracterizado por atividades rurais de pouca expresssão ou por extensas áreas de remanescentes de Mata Atlântica. Destaca-se, nesse contexto, o Parque Nacional da Serra do Desengano, na escarpa da serra do Imbé.

Alguns imigrantes suíços, um tempo após a chegada a Nova Friburgo, abandonaram a terra oferecida a eles porque não era de boa qualidade. Migraram para outras áreas, e, assim foram responsáveis pela colonização das localidades vizinhas. As "vilas" de Mury, Lumiar, São Pedro da Serra e Macaé de Cima são pacatas e oferecem uma ótima oportunidade para contato com a natureza e dias tranquilos. Macaé de Cima está localizada numa encosta da Serra do Mar e é uma área de proteção ambiental do ecossistema Mata Atlântica. Em Macaé de Cima localiza-se a nascente do rio Macaé. O caminho para a localidade é cercado de pequenas montanhas, vales, sítios e o rio margeando a estrada. Macaé de Cima não tem um centro, é uma região de sítios, casas e pousadas. Apesar de haver vários caminhos para chegar a Macaé de Cima, alguns deles com trechos asfaltados e outros de terra [nem sempre  em boas condições].

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