Linave Transportes - Os Laranjais Iguaçuanos

A Linave foi fundada pelo Grupo Evanil em 1974 tendo como linha a ligação Nova Iguaçu x Queimados via Dutra. Sua história está ligada à Viação Eperança Ltda, fundada em 1961.



A Viação Esperança foi constituída pelos sócios Arthur da Silva, Arthur da Silva Filho, Antônio de Oliveira Sobrinho e Hugo Jordão Ribeiro. Com garagem localizada no Centro, na Av. Gov. Amaral Peixoto, nº 490, contávam com uma frota de 04 veículos que operavam uma única linha, ligando Nova Iguaçu a Miguel Couto.
Em abril de 1962 adquire da extinta Transportes Santa Terezinha, a operação de mais duas linhas e 06 veículos.

Mudança de administração

Em setembro de 1962, ingressou na sociedade Feliz da Silva. Em janeiro de 1963 ingressava José da Silva Neto, saindo Arthur da Silva e Hugo Jordão Ribeiro.

Em outubro de 1964 retirou-se Antônio de Oliveira Carvalho Sobrinho, ingressando Luiz Carlos da Silva, momento em que a empresa passou a pertencer somente aos irmãos. Ainda em 1964 foi adquirida sede própria, localizada na Av. Nilo Peçanha, nº 689. Em 1965, Paulo Roberto, então com menos de 15 anos, fazia pagamentos e depósitos em bancos, levando sozinho o dinheiro. Este veio a ingressar na sociedade em março de 1970, e encontra-se até os dias atuais.

Em 1967, foi adquirido da extinta Viação Nossa Senhora do Refúgio alguns veículos e a operação de uma linha.
Em 1972, foi comprada da Transportadora Tinguá a atual sede, na época com área de 2960 m².

Formação da Linave Transportes

Em 1975 a Viação Esperança adquiriu, do Grupo Evanil, a Linave Transportes. Em junho de 1977 retirou-se da sociedade Arthur da Silva Filho, que resolveu partir para outros empreendimentos.



Com a aquisição em 1978 de 12 veículos e a operação de duas linhas da extinta Rival Transportes, teve início o processo de incorporação da Viação Esperança à Linave Transportes, somando quase 40 veículos.



Foi adquirido da Viação Carlos Sampaio em 1984 alguns veículos e a operação de duas linhas, ligando Austin a Carlos Sampaio e Nossa Senhora do Rosário. Em 1989, a empresa entrou para o ramo de turismo e fretamento através da fundação da Ascenção Turismo Ltda, que contava com veículos urbanos e rodoviários em sua frota. Esta veio a encerrar suas operações aproximadamente dez anos depois.



No início da década de 1990 houve uma grande transformação na empresa, pois com a emancipação dos distritos de Belford Roxo e Queimados, a maior parte das linhas operadas foram transferidas para o sistema intermunicipal, controladas pelo Detro/RJ. Em 1996, a empresa recebe a permissão para operar as recém-criadas linhas Belford Roxo x Queimados, Vilar dos Teles x Queimados e Miguel Couto x Mesquita (atualmente Edson Passos).


Com esse aumento, a empresa passou a contar com 12 linhas intermunicipais e 03 municipais, sendo operadas por 82 veículos, e com a garagem que já contava com 10400 m², após as expansões necessárias devido ao crescimento.



Em dezembro de 2009 a empresa lança sua nova e atual identidade visual, trazendo mais modernidade à imagem da empresa, sem deixar de lado os elementos que simbolizam o vínculo com Nova Iguaçu: as cores verde e laranja, que remetem aos laranjais iguaçuanos. Ainda em 2009, a empresa aumenta sua área de atuação recebendo linhas municipais, oriundas da extinta Elmar Transportes, aumentando assim a sua área de operação na região que já foi uma grande produtora de laranjas.


Os Laranjais Iguaçuanos

O município de Nova Iguaçu exerceu durante longo período de tempo, principalmente durante o ciclo do café do Vale do Paraíba, a função de principal porto de escoamento das mercadorias, tendo como direção final as metrópoles européias e norte-americanas; dessa forma, parte significativa do desenvolvimento econômico e social da atual Baixada Fluminense esteve atrelada ao do Rio de Janeiro.


Plantações de Laranja em Nova Iguaçu: década de 1930.
A laranja foi seu principal produto, porém, a Segunda Grande Guerra interrompeu a economia da região, deixando esta em estado de inércia por um longo período.

A laranja foi trazida para Nova Iguaçu no último quartel do século XIX. Os locais utilizados para o plantio da laranja foram os mesmos utilizados para o café. Fatores de ordem geográfica, infraestrutural, natural e político fizeram da área de Nova Iguaçu um lugar atrativo para o desenvolvimento da citricultura

O plantio da laranja em escala comercial exigiu uma infra-estrutura própria que ia desde a fabricação de caixas, o transporte até o tratamento e acondicionamento, fazendo com se gerassem empregos especializados na região. Nova Iguaçu tornara-se então o novo eldorado e atraía gente de todo país. Os arredores dos imensos laranjais eram ocupados por moradias, bairros crescendo, muitas vezes, de formas irregulares.


Anuncio da produção de *Laranjas *- Década de 30

O ciclo da laranja em Nova Iguaçu se fez mais precisamente entre os anos de 1920 e 1940, sendo que a partir deste último ano começou sua definitiva decadência. Vários fatores levaram ao declínio desta cultura: um deles foi a deflagração da Segunda Guerra Mundial, conflito no qual foi interditada a navegação comercial por causa do perigo dos ataques às embarcações; dessa maneira, os navios frigoríficos que levavam a laranja para a Europa não mais aportaram no Rio de Janeiro e a produção não pode mais ser escoada.

Outros fatores como a falta de armazéns frigoríficos que pudessem armazenar a produção bem como o transporte rodoviário deficiente face à crise do combustível fez com que parte dos frutos apodrecesse nos pés, originando, dessa forma, a praga conhecida como “mosca do mediterrâneo”.

O aparecimento dessa mosca nos laranjais iguaçuanos ocasionou uma expressiva queda na produção. Os agricultores não souberam como atacar esse mal, nem tiveram o devido apoio governamental para isso. Assim sendo, os produtores da Bacia do Prata beneficiaram-se, uma vez que souberam como se precaver do ataque da praga importando do Brasil seu predador natural (uma vespa denominada cientificamente de Tetrastichus giffandianus).

Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim a situação da laranja em Nova Iguaçu era desastrosa, a produção foi reduzida pela metade e a qualidade dos frutos não era boa, as plantações que resistiram às pragas apresentavam um rendimento muito baixo.



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Aumento da área operacional


Em 2012, a empresa adquire da Viação Normandy a operação de algumas linhas que atendem os municípios de Japeri, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paraíba do Sul e Três Rios. Com isso, a empresa adquire também a garagem em Paty do Alferes e 25 veículos.



Em 2013, foram comprados cinco veículos executivos para operarem a linha Miguel Pereira x Três Rios, uma dasmais longas linhas, com quase 150 km de percurso (ida e volta). Os veículos inauguraram o serviço “Maximus” e contam com pintura diferenciada, além de ar condicionado e poltronas reclináveis.
Em 2014 mais duas unidades, reforçaram a frota da linha, além de ampliar seu itinerário em mais alguns quilômetros. 




Formação do Consórcio Serra do Vulcão

Em março de 2016, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, lançou o novo Contrato de Concessão do Transporte Coletivo por Ônibus da cidade.

Com a criação de dois consórcios operacionais das linhas municipais, os ônibus que atendem as linhas municipais passaram a ter a pintura nas cores laranja, branco e cinza, padronizadas pela prefeitura, após a licitação que definiu quais empresas continuariam a operar linhas de transporte municipal.





A Linave passou então a fazer parte do Consórcio Reserva de Tinguá (Área I) - juntamente com as empresas Vera Cruz, São José e Mirante.


Linhas operadas pela Linave:

Setor Nova Iguaçu

Municipais

106 Nova Iguaçu x Carmary via Hospital da Posse
110 Nova Iguaçu x Carmary via Praça São Jorge
125 Nova Iguaçu x Miguel Couto via Luiz de Lemos
126 Nova Iguaçu x Vila de Cava via Luiz de Lemos
127 Nova Iguaçu x Nova América via Praça São Jorge
128 Austin x Carlos Sampaio via Cemitério
129 Nova Iguaçu x Nova Brasília via Vianense
130 Nova Iguaçu x Adrianópolis via Furnas
131 Nova Iguaçu x ATA via Santa Rita
132 Nova Iguaçu x Rio D'ouro via Furnas
133 Nova Iguaçu x Bairro Amaral via Vianense

Intermunicipais

155I Nova Iguaçu x Vila Camorim via Dutra
170I Nova Iguaçu x Queimados via Inconfidência
175I Belford Roxo x Queimados via Dutra
585I Nova Iguaçu x Jaceruba via Santa Rita
605I Austin x Queimados via Guimarães
606I Vilar dos Teles x Queimados via Dutra
607I Nova Iguaçu x Paraíso via Marileia 
608I Nova Iguaçu x N. Srª. do Rosário via Eurico Miranda
610I Austin x Queimados via Inconfidência
705I Miguel Couto x Edson Passos via Dutra
840I Austin x N. Srª. do Rosário via santa Cecília
845I Austin x Queimados via Largo dos Peixes


Setor Paty do Alferes

Municipais

105 Miguel Pereira x Cilândia
106 Miguel Pereira x Lagoínha
107 Miguel Pereira x Clube Velho
108 Governador Portela x São Judas
109 Governador Portela x Praça da Ponte
110 Miguel Pereira x Marco da Costa via Vera Cruz
111 Miguel Pereira x Ramada
113 Miguel Pereira x Governador Portela via Vila Selma/PASSATEMPO

Intermunicipais

MP70 Miguel Pereira x Três Rios
MP74 Japeri x Arcozelo
P412 Governador Portela x Avelar
P412 Governador Portela x Vista Alegre
P700 Governador Portela x Arcozelo
PS10 Miguel Pereira x Vale das Videiras (Petrópolis) 




Referências Bibliográficas

Linave Transportes, Notícias Ônibus, Cia de Ônibus, Elefante Verde, Ônibus Brasil, Universidade Federal Fluminense, Fetranspor
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11 comentários:

  1. Só um detalhe: A empresa Santa Terezinha não foi extinta,está em atividade.

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    1. A Santa Terezinha de q se fala e outra q existiu em Austin. Não é a empresa de Nilópolis q é outra coisa.Esta segunda ainda existe e é da Flores.

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    2. A santa terezinha de sao joao de Meriti nao pertence a flores(grupo Jal).As empresas que pertencem ao grupo Jal sao: Flores, Mageli, Beira Mar, Real Rio, Rio D'ouro, Planalto, Brazinha e Acari.
      O subgrupo ponte coberta: Ponte coberta, Gloria e Gardel.

      Empresas que fazia parte do grupo:
      Vera Cruz (B.Roxo), Transmil, Continental, Reginas e Intermunicipal.

      E o Jose Alves Lavouras tambem tinha participaçao no grupo Rubamerica: Rubanil, América, Madureira Candelaria,Tingua e Caravele.

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    3. Sobre esse grupo,pelo que eu sei, a Vera Cruz de Belford Roxo, fazia parte do grupo JAL. Agora, a Reginas, a continental pelo que eu sei nunca fizeram parte de grupo nenhum. Já a caravelle, Tinguá, Madureira Candelária, Rubanil e América pertenciam ao Sr.João. Com exceção da Tinguá, as outras empresas faliram.

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    4. Atualmente a empresa Intermunicipal de Caxias, pertence ao grupo Fábios do mesmo município.

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  2. A 175I está descrita como Nova Iguaçu x Queimados. É Belford Roxo x Queimados. E faltaram a 170I-Nova Iguaçu x Queimados via Inconfidência e a 845I-Austin x Queimados via Largo dos Peixes.

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  3. A 175I está descrita como Nova Iguaçu x Queimados. É Belford Roxo x Queimados. E faltaram a 170I-Nova Iguaçu x Queimados via Inconfidência e a 845I-Austin x Queimados via Largo dos Peixes.

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  4. Segundo in formações da Linave houve por um pequeno período na década de 70 uma sociedade com a Vila rica.As pinturas eram muito parecidas ,só diferenciava o verde da Linave.Com essa explicação da Linave pude então entender o porque de eu ver quando criança um Linave fazendo a linha Bnh x nova iguaçu passando aqui em banco de Areia.

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    1. Me lembro de ter visto uma foto de um Vila Rica com a pintura igual à da Linave, com cores diferentes. Infelizmente não encontro mais essa imagem. Boa lembrança.

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  5. Agora tem as linhas de Nilópolis x barra.central.km 2.5 que eram da nilopolitana

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