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Estrada de Ferro de Mangaratiba - O trem "Macaquinho"

A origem do nome Mangaratiba deve-se a:
Mangara > que significa ponta da banana
Tiba > Lugar onde existe abundância


Praia da Ponte ( Pier ) - Foto de 04/1947 - Carregamento de bananas no trem

A história do município reporta-se ao século XVI, mais exatamente ao período da doação das Capitanias Hereditárias, em 1534. Por viver sob a ameaça dos índios Tamoios, os primeiros colonizadores não conseguiam fazer quase nada. O povoado foi fundado na praia de São Brás, em 1616, por Martim Afonso e um grupo de índios Tupiniquins.

O povoado foi transferido em 1688, devido às inundações na área do Ingaíba. Devido à grande exportação do café, foi aberta uma estrada de rodagem, a primeira inaugurada no país, pelo imperador D. Pedro II. A região entrou em decadência, quando a produção de café do vale do Paraíba foi desviada para o porto do Rio de Janeiro.

A estagnação da economia e da vida em Mangaratiba persistiu até 1914 quando foi concluído o ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil, que integrou o Município no sistema ferroviário do Rio de Janeiro. Posteriormente ocorreu um ligeiro progresso econômico propiciado pela exportação de bananas e pela construção de residências de veraneio ao longo da linha férrea ou concentradas em alguns núcleos urbanos.

Praia de saí - Foto: Trilhos do Rio

O ramal de Angra, posteriormente chamado de ramal de Mangaratiba, foi inaugurado em 2 de dezembro de 1879, partindo da estação de Sapopemba (Deodoro) até o distante subúrbio de Santa Cruz, destinava-se ao transporte especial de carnes do novo matadouro até a estação da Corte e ao transporte de passageiros.


Palacete do Matadouro

Ao mesmo tempo em que ocorria a ascensão de Santa Cruz a destino de veraneio da família real, foi introduzido na região o plantio do chá, feito por chineses, no chamado Morro do Chá. Durante o reinado de Dom Pedro II, a área se transformou na Fazenda Nacional de Santa Cruz e se tornou cenário de importantes inovações.

Em 1842, foi inaugurada ali a primeira agência de correios do Brasil.
Em 1871, a princesa Isabel assinou, no local, a Lei do Ventre Livre, que libertava da servidão qualquer filho de escravo nascido a partir daquela data.
No fim de 1881, Dom Pedro II inaugurou, no bairro, o Matadouro de Santa Cruz, o mais moderno do mundo na época, e que funcionou até a segunda metade do século XX.


Estação Santa Cruz

Graças ao gerador do matadouro, Santa Cruz foi a primeira localidade do subúrbio carioca a ter luz elétrica. Em 1886, o segundo andar do Palacete do Matadouro, prédio onde funcionava a sede do empreendimento, foi adaptado para abrigar uma instituição de ensino, rebatizado como Escola de Santa Isabel, em homenagem à princesa. A escola funcionou até meados da década de 1970. Em 1984, o prédio foi tombado como patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro, pelo Decreto Municipal nº 4.538, e hoje abriga um centro cultural.


Da estação de Santa Cruz, no ramal de Mangaratiba, saía o ramal circular do Matadouro, que tinha apenas cerca de 1.700 metros, A estação de Matadouro foi inaugurada em 1884. O ramal era chamado de circular pois a linha fazia uma curva em volta do prédio do Matadouro, ao lado da estação para retornar à estação de Santa Cruz.


Matadouro Velha - início dos anos 90 - Foto: Reprodução da internet

A estação original foi desativada na década de 1970, quando todo o serviço ferroviário fluminense foi reformulado e os trens passaram a ser laminados (de alumínio). A impossibilidade de esses veículos circularem pela "pera" - curva que os trens realizavam para circundar o prédio do Matadouro - e o novo esquema de cobrança de bilhetes obrigaram o governo federal, então detentor da malha ferroviária, a construir uma nova estação, conhecida popularmente como Matadouro Nova.


Estação Matadouro Nova - Foto: Reprodução da internet
Esta estação nunca chegou a ser utilizada ou foi usada por pouquíssimo tempo. É uma história de descaso com o dinheiro público: ela já estava toda pronta, com roletas, iluminação e toda a estrutura adequada.

No princípio dos anos 1970, em função de obras na estação Santa Cruz, é suspenso o serviço de trens de passageiros no sub-ramal do Matadouro, que não volta a operar após o final das obras na estação Santa Cruz em 1974.



Tombada em 1993 pelo Departamento Geral de Patrimônio Cultural da Prefeitura, a Estação do Matadouro nunca mereceu qualquer projeto da instituição, apesar de sua importância histórica.


Matadouro Imperial de Santa Cruz - Foto: Reprodução da Internet

A Supervia - que detém os direitos de exploração da malha ferroviária do Rio desde meados da década de 90 - alega que sua responsabilidade termina na estação de Santa Cruz.

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Além do ramal do Matadouro, inaugurado em 1884 por Dom Pedro II, e do ramal da Base Aérea, a linha férrea prolongava-se para Itaguaí, chegando até Mangaratiba (RJ).


Estação de Itaguaí - Foto: Itaguaí Antigo

Somente em 1911 alcançou Itaguaí, e em 1914 chegou a Mangaratiba, de onde deveria ser prolongado até alcançar Angra dos Reis, onde, em 1928, a E. F. Oeste de Minas havia atingido com sua linha vinda de Barra Mansa.


Estação Coroa Grande - Foto: Diário de Notícias, maio de 1946

Tal nunca aconteceu, e o ramal, com trechos belíssimos ao longo da praia, muito próximo ao mar, transportou passageiros em toda a sua extensão até por volta de 1982, quando foi desativado.


O trem "Macaquinho"

O "Macaquinho" era um trem com carros de madeira que partia de Santa Cruz em três ou quatro horários diariamente. Da estação de Dom Pedro II saía diariamente o Rápido (RI) com carros de aço-carbono às 19 hs e retornava no outro dia pela manhã. A linha passava em alguns cortes sensacionais de onde pelas janelas era possível tocar o mato com as mãos, e pelos bananais no caminho, era quase possível pegar os cachos de bananas, logo ao lado da estrada.


A linha singela em Mangaratiba nos anos 1970 - Foto Walter Rocha

A Rodovia alternativa ao ramal era de terra e cheia de curvas, o trem era muito mais rápido. Havia várias passagens de nível, muitas com cancela, sinal, sirene... O ramal de Mangaratiba era originalmente uma linha bananeira.

O ramal por muitos anos substituiu o caminho de terra aberto na década de 40 entre o bairro carioca de Santa Cruz e Mangaratiba, o qual passava pelo município fluminense de Itaguaí. Nos anos 1950, durante o governo de Ernâni do Amaral Peixoto, resolveu-se realizar seu calçamento, facilitando o acesso a Mangaratiba o qual, até então, era feito em melhores condições por meio da ferrovia.

Construção da via hoje conhecida como "RJ-14" - Foto: Luiz Napoleão de Jesus
Até a abertura da Rodovia Rio-Santos nos anos 1970, era o único acesso rodoviário àquela região, tendo sido boa parte do seu leito aproveitado na construção da BR-101. 

Atualmente a via é de responsabilidade do departamanto de Estrada de Rodagens, cuja sigla é RJ-014. A via já não chega à Santa Cruz, seu trajeto compreende os trechos entre Mangaratiba e Saí, posteriormente entronca-se com a BR-101 e volta a ter leito próprio novamente entre Muriqui e Itacuruçá, na via conhecida como Estrada do Axixá.


Estação de Mangaratiba, em 1976 - Automotriz ED12 - Foto João Bosco Setti
Aos sábados, saía de Dom Pedro II um elétrico, de manhã cedo, quando chegava em Santa Cruz, uma RS-3 o rebocava ate Mangaratiba. Esse trem retornava por volta das 11 horas. Havia também os RDCs que rodavam nos finais de semana, com até três unidades engatadas.



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Em 1972 o Macaquinho estava sendo suprimido. E foi-o porque uma ligação com um ponto próximo à estação de Japeri, em bitola larga, foi construída para carregar minérios para o porto de Sepetiba, usando o leito do ramal a partir de Itaguaí encontrando o velho ramal na altura da parada Brisamar.


Parada de Brisamar, vista ao fundo - Vê-se o novo leito, muito mais largo para a colocação dos trilhos do novo pátio
Foto revista REFESA, nov-dez/1973

Em 1973, a variante construída pela RFFSA permitia que trens com minério alcançassem o porto de Guaíba, próximo a Mangaratiba.

A variante, entretanto, deixava de coincidir com o ramal na altura da ponta de Santo Antonio, onde desviava para o porto; com isso, em 30 de junho de 1983, o trecho original entre esse local e Mangaratiba foi erradicado e os trens passaram a circular somente entre Deodoro e Santa Cruz, de onde voltavam.

Hoje, esse trecho ainda é usado pelos trens de subúrbio, o trecho entre Santa Cruz e Brisamar está abandonado e o restante, Brisamar-porto, é utilizado pelos trens de minério apenas.


Os trens de subúrbio da Central do Brasil sempre iam até Santa Cruz e, depois, para continuar até Mangaratiba, havia de se baldear em Santa Cruz. Dali para a frente, não havia trens elétricos nem tantos trens eram oferecidos aos usuários.


Estações do Ramal de Mangaratiba em 1932

Em 1932, todo o percurso era em trens a vapor - mas em Santa Cruz, havia a citada baldeação que muitas vezes podia resultar em uma espera demorada na plataforma. A região toda ainda tinha aspecto rural, especialmente a partir de Santa Cruz. Itaguaí, Itacurussá e Mangaratiba eram pequenos vilarejos.


A linha entre Itaguaí e Santa Cruz ficou a ver navios e foi abandonada (houve um curto período de reaproveitamento por volta de 1987, logo abandonado). Comboios e mais comboios de minérios passaram a correr pela linha, vindos da Serra do Mar e chegando a Sepetiba - aquele trecho em "u" em Mangaratiba que pode-se ver no mapa foi erradicado.


No local onde havia a estação Saí existe um pátio para os cargueiros da MRS. Este é o último pátio de cruzamento antes da ilha Guaíba.




O trecho compreendido entre a ponte ferroviária da ilha de Guaíba e a estação de Mangaratiba foram erradicados pela RFFSA nos anos 1980, tendo os trilhos removidos, a estrada aterrada e a estação demilida.

A RFFSA alegou inviabilidade econômica do trecho. No entanto, muitos alí acreditam que a desativação teria sido resultado da pressão da empresa mineradora. O trem de passageiros que atendia os residentes daquela localidade, apelidado de "macaquinho", estaria atrasando os cargueiros que levam minério até o porto da ilha de Guaíba.


Vagões de passageiros após a desativação do ramal - Foto: Eliezer Magliano

Mesmo após a desativação da linha, era possível ver vagões de passageiros passando pelo local. Os vagões transportavam funcionários da MBR que operava o terminal da ilha Guaíba.

O terminal portuário de escoamento de minério de ferro da Ilha Guaíba foi construído em 1973, fazendo com que Mangaratiba retornasse à condição de município portuário.

Um ano depois, em 1974, foi inaugurada da rodovia Rio-Santos (BR-101), o que alavancou a possibilidade da desativação do Ramal de Mangaratiba, que veio a acontecer nove anos mais tarde.


Primórdios da rodovia Rio-Santos - Foto: Reprodução da internet

Com a chegada da rodovia, todo o município passou a sentir “o boom” da explosão demográfica que vem provocando a descaracterização de vilas balneárias e mudando para sempre o cenário bucólico da região. Antes da contrução, havia apenas uma estrada de terra na extensão litorânea e a Estrada de São João Marcos em direção ao Vale do Café.


No Terminal da Ilha Guaíba (TIG), da Vale, são descarregados, por ferrovia, 150 mil toneladas de minério por dia. O minério percorre cerca de 500 quilômetros entre o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, até a Ilha da Guaíba, o percurso é feito pela Ferrovia do Aço. Cerca de 90% do material movimentado no terminal vai para a China e o restante é distribuído na Europa.




Terminal Portuário da Ilha de Guaíba - Vagão cargueiro sendo acoplado ao Card Dumper

O terminal recebe entre 10 e 12 trens por dia, que são descarregados em 3,5 horas. Após o descarregamento no TIG, o minério é transportado por correias até os navios. Um navio de médio porte carrega 180 mil toneladas de minério. Aproximadamente 25 navios são carregados por mês no TIG, o terceiro maior complexo portuário da Vale.



Terminal Portuário Ilha de Guaíba


construído em 1973, o Terminal da Ilha Guaíba está localizado na parte Leste da Baía da Ilha Grande, voltada para a barra de entrada e bem no início da Baía de Sepetiba. A Ilha Guaíba está situada bem próxima à costa e fica ligada ao continente por uma ponte ferroviária por onde recebe o minério, não havendo ligação por via rodoviária.


Terminal Portuário da Ilha de Guaíba - Foto: Reprodução da internet

O acesso ao terminal localizado na Baía de Sepetiba se faz por um canal com cerca de 9 milhas náuticas de extensão, composto por dois trechos retilíneos e uma curva entre eles. Todo o canal e a bacia de manobra são perfeitamente balizados num total de 20 bóias luminosas, dois alinhamentos de eixo de canal e dois faroletes nos extremos do píer.


Particularidades do Berço Sul


Comprimento Operacional do Píer: 249,20 metros
Cais acostável máximo: 340,00 metros

Restrições Referente aos Navios
Comprimento total máximo: 340,00 metros
Boca Máxima: 62,00 metros
Calado Máximo: 20,40 metros


Particularidades do Berço Norte

Comprimento Operacional do Píer: 49,20 metros
Cais acostável máximo: 295,00 metros

Restrições Referente aos Navios
Comprimento total máximo: 290,00 metros
Boca Máxima: 45,00 metros
Calado Máximo: 18,50 metros 




Variante Japeri x Brisamar

A estação de Japeri já foi um importante entroncamento ferroviário e uma base de operação da EFCB.
Devido ao seu posicionamento aos pés da Serra do Mar, foi durante muito tempo o ponto de preparação da subida dos trens serra acima, sediando locomotivas de auxílio, e manutenção leve, tanto de equipamentos quanto da via.


Variante Japeri-Brisamar

Na época da tração a vapor as locomotivas normalmente precisava ser giradas para permitir seu tráfego em em ré durante longos trechos (há exceções como as locomotivas "Ramonas" da EF Leopoldina), para isto as ferrovias construíam triângulos de reversão.

Japeri devido a sua importância teve no seu pátio 2 triângulos, um para atender aos trens da linha auxiliar, bitola métrica, e outro para os trens da linha do centro da EFCB, bitola de 1,6 metros "larga".

A linha auxiliar a Central/leopoldina foi devorada pelo tempo, e junto com ela seu triângulo de reversão.O da linha do centro ainda existe, porém com uma função bem menos nobre, hoje opera como um "bota-fora", uma local onde o lixo removido das linhas é descarregado.


Vista aérea de Japeri - Entroncamento ferroviário

Durante anos após a desativação da tração a vapor, até meados da década de 90, a ferrovia deu uso a esta parte do pátio, continuaram a ser feitas ali as reversões de trens de serviço, do Barrinha , e inspeção de TUEs - trens unidade elétricos.

Como curiosidade, quando se decidiu construir a variante Japeri-Brisamar (finalizada em 1974), a mesma começou a ser construída a partir da ponta deste triângulo em direção ao Rio Guandu, chegando a abrir uma linha até as margens do rio.

Percebendo que a nova variante para tráfego de minério sofreria interferência dos TUEs da linha de subúrbio, que utilizam o pátio de Japeri, e até mesmo a inconveniência de atravessar o centro urbano do então distrito de Nova Iguaçu, ao invés de partir de Japeri a RFFSA mudou o ponto de saída da linha para Guedes Costa (Km 64), a placa de inauguração da variante inclusive fica na estação de Japeri.

Após isso a linha até a margem do Guandu foi usada como bota-fora, enquanto o trecho da linha junto ao pátio de Japeri era utilizado para as reversões e foi aparelhado para apoiar a manutenção dos TUEs da Divisão Especial de Subúrbios da RFFSA.


Balanço de Acidentes 2016/2017

Os acidentes em passagens de nível costumam chamar bastante atenção. Até mesmo porque, o impacto de uma locomotiva atingindo um carro não é algo de pequenas proporções. Itaguaí e Mangaratiba possuem vários cruzamentos em que veículos de passeio cortam a linha férrea. E é justamente nesses pontos em que os acidentes mais ocorrem.

A MRS divulgou o seu balanço anual dos acidentes ferroviários, sendo o resultado nãao tão favorável para a região da Costa Verde. Mesmo com uma redução de 39% (18 acidentes em 2015), pelo quarto ano consecutivo, Juiz de Fora/MG foi o município em que foram registrados mais acidentes na malha sob administração da MRS, 11 no total.

Em seguida, completam a lista das cidades com mais ocorrências Itaguaí/RJ e Carandaí/MG, com nove, e Mangaratiba/RJ, com sete casos.

Em relação a 2015, a empresa registrou uma queda no número de acidentes. São 118 contra 94, em 2016.
No entanto, em Itaguaí os acidentes passaram de cinco, em 2015, para 9, em 2016.
Em Mangaratiba, foram registrados quatro acidentes em 2015 e seis em 2016.
Em Seropédica, a situação se manteve estável: um acidente em cada ano. A maior causa dos acidentes: a imprudência, que ocorreu em 87% dos acidentes.





Projeto - Trem dos Mares da Costa Verde



Vagão de Passageiros
O Trajeto em Mangaratiba, entre a montanha e o mar, com 18Km ligando os distritos de Itacuruçá e Santo Antônio, a empresa Serra Verde Express que explora a linha Curitiba-Paranaguá, no Paraná, já demonstrou a viabilidade de a operar o sistema.

Segundo o projeto uma automotriz com capacidade para 80 pessoas, percorrerá o trajeto de 18 quilômetros, em linha férrea já existente, em cerca de uma hora, apenas nos fins de semana e feriados. As tarifas devem variar de R$ 50 a R$ 200. A concessionária de transporte ferroviário MRS Logística opera trens de carga no trecho, o contrato de concessão não obriga a MRS a transportar passageiros.



Leito da Ferrovia - Praia de Sahy

A concessionária juntamente com o estado e o município, está buscando formas de viabilizar o projeto na região. A perspectiva é que a viagem inaugural ocorra com a anuência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Hoje, no Estado do Rio só temos o Corcovado como trem turístico, que leva cerca 800 mil passageiros por ano. Este seria o segundo, daí a enorme importância deste projeto. A idéia é desenvolver um plano integrado de turismo, ligando mar e montanha, este plano está na mesa há 28 anos.



Automotrizes à beira do litoral de Mangaratiba

O projeto terá uma viagem temática de trem, que sairá da Estação de Itacuruçá com destino à Praia do Sahy. Os passageiros poderão ver e vivenciar importantes elementos históricos, como as monumentais ruínas do Sahy, que guardam em suas construções a lendária trajetória do tráfico negreiro, além dos pontos turísticos, culturais e históricos presentes nos 180 anos de história da cidade. O trajeto ainda brinda os participantes com verdadeiras obras de arte à beira-mar, permitindo inclusive a visualização da Ilha Grande e a Ilha da Marambaia, emolduradas pelas muralhas da Serra do Mar.

Locomotiva se aproximando à praia de Muriqui

Uma coisa é transportar cargas e outra é transportar pessoas. Todas as precauções com cuidados e segurança devem ser tomadas para que tudo corra conforme planejado. A MRS reconhece que no contrato de concessão existem duas passagens diárias para trem de passageiros. Eles estão sendo parceiros do projeto.

O presidente da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária, Antonio Pastori, esteve em Mangaratiba para uma inspeção nas estruturas e condições da cidade para receber o "Trem dos Mares da Costa Verde". Pastori foi designado pela secretaria Estadual de Transportes para dar o parecer sobre viabilidade do projeto e inspecionar não só Mangaratiba, mas em todas as cidades que tem o potencial para este tipo de projeto.

O lançamento do projeto ‘Trem dos Mares da Costa Verde' tem com o objetivo resgatar a história e a cultura dos 185 anos da cidade, além de mostrar os pontos turísticos naturais. Na visita, Pastori inspecionou a linha férrea da estação de Itacuruçá até a enseada da praia de Santo Antonio, trajeto que o trem fará, para um estudo de viabilidade, conferir locais de paradas, manobras e desvios.


Desvio da ferrovia em Itacuruçá

Na inspeção foram verificados também os desvios da linha e o local de estacionamento dos vagões. Na estação de Itacuruçá, por exemplo já existe um ponto de desvio de cerca de 300 metros, faltando apenas alguns detalhes para o funcionamento. Na enseada de Santo Antonio há um ponto ideal para o desvio e a manobra, e para a construção das novas instalações: estação, restaurante e plataforma. O trem terá três paradas, em Muriqui, no Sahy e o término da viagem em Santo Antônio.

Ferrovia ao longo da Praia Grande

Praticamente 90% do projeto está pronto para operar. Falta somente concluir os desvios e pequenos detalhes. A inspeção nos quatro carros de passageiros que estão em Barão de Mauá já foi realizada. Os vagões, que são do Governo do Estado, estão em boas condições faltando apenas pequenos reparos.




Referências Bibliográficas


Alexandre Fernandes Costa, Julio Cesar da Silva, Tibor Jablonski, Jorge A. Ferreira, Mangaratiba News, Cidade Brasileira, Trilhos do Rio, Marco Giffoni, Multi Rio, Infoglobo, Trans e Cia, Centro Excursionista Brasileiro, Revista Ferroviária, O Rio de Antigamente, Estrada de Ferro Central do Brasil 2o volume 1902, Linha Auxiliar, Jornal Atual, Itaguaí Antigo Ferrovia na Veia, Estações Ferroviárias, Blog do Ralph Giesbrecht, Max Vasconcellos, Vias Brasileiras de Comunicação - 1928, Monumentos do Rio, Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, Secretaria de Comunicação e Eventos de Mangaratiba, VALE SA.
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Rotas Fluminenses: RJ-125 Rodovia Ary Schiavo

Com 85 quilômetros de extensão, a rodovia aberta na década de 1950 liga a Rodovia Presidente Dutra, altura do município de Seropédica até a Rodovia Lúcio Meira, a BR-393, na localidade de Ubá, em Vassouras.



Recebe o nome de Ary Schiavo, ex-Prefeito da cidade de Nova Iguaçu na década de 1950, com origem familiar em Japeri.



Municípios Percorridos:

Seropédica - 8,5km
Japeri - 7km
Engenheiro Paulo de Frontin - 0,5km
Miguel Pereira - 38,5km
Paty do Alferes - 22,2km
Vassouras - 8,3km

Partindo do quilômetro 205 da Dutra e 96 do Arco Metropolitano (BR-493) em Seropédica, segue por 11 quilômetros, até Japeri, onde encontra a RJ-093 (acesso a Paracambi e ao bairro de Engenheiro Pedreira, distante alguns quilômetros).



Em seropédica percorre em zona rural os bairros de São Miguel e Carretão ao lado esquerdo da rodovia, ao lado oposto, o bairro de Santa Alice. Ao atravessar a ponte sobre o Rio Guandu, alcança o município de Japeri. Nos primeiros quilômetros japerienses, a rodovia atravessa um perímetro urbano desde Nova Belém até a Vila Beira Rio, passando pelo Centro do município, onde cruza com a Estrada de Ferro Central do Brasil, atual ramal de Paracambi e a linha cargueira da MRS Logística.



Junto à ferrovia, a RJ-125 encontra-se com a RJ-093 Estrada de Lages e percorre em leito compartilhado por cerca de 1,5km entre o Centro de Japeri e o bairro Beira Rio, que recebe este nome por estar situado a beira do Rio Santana.


Linha Chacrinha x Km15 herdada da Transnobel - Ligava o Centro de Japeri à divisa com o município de Miguel Pereira, localizado no Km15 da RJ-125 Rodovia Ary Schiavo. Posteriormente mesclada com a 565I Japeri x Queimados via Santa Inês. Quando inaugurou a Queimados x Japeri, a Fazeni Transportes e Turismo unificou 6 linhas: Japeri x Nova Belém, Chacrinha x Km 15 (trecho entre a Chacrinha e a cancela de Japeri), Japeri x Pedra Lisa, Engenheiro Pedreira x Pedra Lisa, Japeri x Engenheiro Pedreira e Queimados x Engenheiro Pedreira via Jardim Delamare.

Antes de se chamar Japeri, as terras onde hoje fica localizada a cidade foram chamadas de Engenho de Pedro Dias e, logo em seguida, de Belém, e faziam parte da grande sesmaria de quatro léguas contíguas e contínuas, na freguesia da Sacra Família do Caminho Novo do Tinguá. Toda a área havia sido concedida a Inácio Dias Velho da Câmara Leme.



Com sua morte, as terras foram divididas e couberam aos seus netos Pedro Dias Macêdo Paes Leme, marquês de São João Marcos, as situadas a oeste do rio Sant'Ana e, ao marquês de Quixeramobim, as situadas a leste do mesmo rio.
O primeiro núcleo de povoamento na área formou-se ao redor da capela dedicada ao culto de Nossa Senhora de Belém e Menino Deus.


Transnobel - Transportadora Nova Belém Ltda - Operando a linha Chacrinha x Km15 da RJ-125 no dia do plebiscito para emancipação dos distritos iguaçuanos de Japeri e Engenheiro Pedreira realizado em 30 de junho de 1991.

Japeri apresenta certa aptidão para o lazer, em virtude de sua localização às portas da Serra do Mar, a caminho de cidades importantes do Centro-Sul, como Miguel Pereira, Paty do Alferes e microrregião de Vassouras, do Pico da Coragem, com rampas utilizadas para prática de voo livre, e de sua destacada bacia hidrográfica, já que em seu território passa a maior parte das águas que abastece a região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, incluindo o Rio Guandu que ganha seu nome a partir da divisa com Paracambi.

Por mais 3,4km dentro do município de Japeri, percorre-se em zona rural até o limite com o município de Miguel Pereira, localizado no km15 da rodovia.



Ingressa no território do município de Miguel Pereira, passando pelas localidades de Conrado e Arcádia, em mais 15 quilômetros de serra sinuosa, e pelo distrito de Governador Portela, de onde é possível acessar a RJ-121 para Vassouras, depois do que alcança o Centro de Miguel Pereira.


Locomotiva à vapor na Estação Vassouras - Foto: Reprodução da internet

Uma das regiões mais importantes do Estado do Rio foi o Vale do Paraíba, marcado pela riqueza da cultura cafeeira. Atualmente partido em três regiões de governo (Centro-Sul, Costa Verde e Médio Vale).




Vassouras, cidade muito lembrada por abrigar filmagens de novelas e filmes de época, nomeia uma microrregião. Entre outros, se incluem os municípios de Miguel Pereira e Paty do Alferes, ambos desmembrados de Vassouras.



Miguel Pereira, instalado em 1956, se origina de uma área cortada pelo ramal auxiliar (Japeri x Vale do Paraíba). O transporte ferroviário fomentou o crescimento de Governador Portela, distrito que abrigava o início do ramal auxiliar Valença - via Morro Azul, Sacra Família do Tinguá e Vassouras.

Apesar de sofrer declínio econômico devido à abolição da escravatura em 1888 e ao esgotamento das terras devido à exploração inadequada das plantações de café, o desenvolvimento urbano é impulsionado no início do século XX, quando foi aberto ramal auxiliar da estrada de ferro Melhoramentos (incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil em 1903), que, partindo de Japeri, na baixada Fluminense, atingia o rio Paraíba do Sul na cidade de Paraíba do Sul.



O eixo ferroviário estimulou o nascimento de povoações que, em sua maioria, abrigavam os próprios trabalhadores da ferrovia. Este é o caso de Governador Portela, onde parte das áreas urbanas era de propriedade da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, que construiu toda uma vila residencial destinada aos ferroviários.


Esta característica é responsável pelo desenvolvimento da sede distrital que ocorreria antes de Estiva, atual Miguel Pereira.


Estrada de Ferro Linha Auxiliar - Foto: Reprodução da internet

A urbanização das áreas adjacentes à estação de Estiva teria lugar a partir da década de 1930, quando as qualidades do clima da região foram propagadas pelo médico e professor Miguel Pereira, que, mais tarde, daria seu nome à cidade. Desde então, a ocupação urbana teria, como vetor principal, o turismo de veraneio, que atraía e ainda atrai a população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.



O acesso original pela ferrovia seria substituído na década de 1950 por uma rodovia, cuja pavimentação posterior representou grande estímulo ao desenvolvimento urbano e turístico da área.



A posterior instalação e asfaltamento da RJ-125, que se inicia na Dutra e corta o município, propiciou fácil acesso e a ocupação urbana e turística.

A rodovia passa pela cidade vizinha de Paty do Alferes, a partir da qual se pode tomar a RJ-117 rumo a Petrópolis, e pelos distritos de Arcozelo e Avelar, até encontrar a BR-393. A estrada tem um posto da Polícia Rodoviária Estadual, no Km 33.5, em Arcádia.


Terminal Rodoviário Nacipe Tamer - Arcozelo - Paty do Alferes

Paty do Alferes com 30 anos remonta à época dos tropeiros e às terras do Alferes Leonardo Cardoso da Silva. A grande quantidade de patis-palmeiras originou a denominação da vila, transformada posteriormente em munícipio.



Nitidamente mais rural que Miguel Pereira, Paty tem como marcas o turismo e a produção de tomate: a Festa do Tomate é um marco tradicional e movimenta toda a região.

O transporte coletivo da região é dominado pela Linave Transportes, que tem dois setores distintos de operação


Distrito vassourense de São Sebastião dos Ferreiraos. Linha P440 Barra do Piraí x Paty do Alferes

Quando de seu planejamento, estava previsto um trecho de 14 quilômetros de extensão entre os municípios de Seropédica e Itaguaí. Este trecho é semelhante ao trajeto executado pelo Arco Metropolitano, por dentro da Floresta Nacional Mário Xavier e que liga a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) à Rio-Santos (BR-101).




A partir de Arcozelo, a rodovia acompanha o leito do Rio Ubá até a saída 204 da Rodovia Lúcio Meira no bairro Ubá, localizado no distrito vassourense de Andrade Pinto.




Inicialmente com o nome de Ribeirão do Saco, o rio nasce no Centro de Paty do Alferes e atravessa a rodovia na localidade de Arcozelo. Ao entrar no distrito de Avelar, recebe o nome de Rio Ubá e permanece com esse nome até desaguar no Rio Paraíba do Sul em Andrade Pinto. Na localidade de Tabões em Vassouras, atravessa novamente a rodovia e recebe um de seus afluentes o Ribeirão Secretário.

O Transporte por ônibus na região:

As linhas que atendem a esses municípios eram operadas exclusivamente pela Pedro Antonio até o final dá década de 80.



Houve uma cisão, e os trajetos em Miguel Pereirae Paty do Alferes passaram à Viação Cidade das Rosas, que as explorou por aproximadamente 10 anos, até falir.



Posteriormente, a Viação Normandy do Triângulo, que já operava linhas rodoviárias nos municípios, passou também a fazer trajetos urbanos até setembro de 2012, quando vendeu as linhas para a Linave.



Em 2012, a Emanuel operava algumas linhas na região, como a Miguel Pereira x Petrópolis. Linha anteriormente operada pela Pedro Antônio, Cidade das Rosas e Pádua Tur (RJ 201), passa pelas zonas rurais dos dois municípios. Atualmente é operada pela Linave Transportes.




Outra linha que pertenceu à Pedro Antônio é a linha rodoviária Rio x Arcozelo, via Miguel Pereira e Paty do Alferes, atualmente operada pela UTIL no setor rodoviário.





Se hoje os moradores de Paty do Alferes e Miguel Pereira utilizam os serviços da Util para chegar a Nova Iguaçu e Rio de Janeiro e da Linave para sair de Paty a Miguel Pereira, Três Rios e Japeri, tudo isso se deve ao pioneirismo da Viação São Jorge Importadora e Turismo Ltda.



Fundada em 1958, a empresa foi a primeira a fazer viagens entre Paty e Miguel Pereira ao Rio de Janeiro. Na década de 60, começou a ligar as cidades a Três Rios e a Nova Iguaçu.
A década de 70 foi de despedida para a São Jorge: A empresa foi adquirida pela Pedro Antonio, que até a presente época operava linhas ligando Vassouras a Capital e a Paracambi, Mendes e Eng. Paulo de Frontin.



Há informações de que os ônibus da empresa – pois as linhas já tinha sido repassadas – foram para a Flores na década de 80. Depois disso, as linhas da Viação São Jorge foram repassadas a outras empresas até chegar nas mãos da Util e Linave.






A outrora toda-poderosa Pedro Antônio (RJ 126), quase onipresente na região, tem presença discreta com a Paty x Vassouas.


A empresa encolheu com o passar do tempo, dando origem à extinta Cidade das Rosas e vendendo diversas outras linhas para empresas como a Progresso e a Normandy.



Atualmente ela é uma empresa regional, com linhas municipais em Vassouras, Paulo de Frontin e outras intermunicipais entre Paty, Miguel Pereira, Vassouras e Valença.



Em Paty do Alferes as linhas do serviço municipal eram operadas pela VPL - Viação Paty Ltda, com abreviação homófona à VPL - Viação Paraíba Ltda, que operava no município vizinho, Paraíba do Sul.




Os carros, embora antigos, se justificam pela operação em estradas esburacadas de terra.



Após ter a sua permissão cassada nas duas cidades, a empresa deixou de operar. Suas linhas de Paty do Alferes estão sob operação da Linave Transportes, enquanto em Paraíba do Sul a Viação Moura assumiu o transporte municipal.



Entre Seropédica e Japeri, haviam linhas operadas pela Viação Ponte Coberta, ligando o município de Japeri com a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e de Paracambi para Nova Iguaçu. Linhas atualmente operadas pela Transportes Blanco, com exceção da ligação com a zona oeste, atualmente extinta.



O Transporte municipal em Japeri era realizado pela Transnobel - Transportadora Nova Belém Ltda. Atualmente, as empresas Gardel Turismo e Fazeni Transportes e Turismo operam no município, sendo a Gardel restrita ao distrito de Engenheiro Pereira, operando linhas que ligam o centro do distrito aos bairros do Guandu, Santa Terezinha e Cosme e Damião, assim como a ligação deste distrito com o Centro do município de Queimados.




A Fazeni Transportes e Turismo opera linhas entre Japeri e Queimados, atendendo aos barros da Pedra Lisa, Santa Amélia, Engenheiro Pedreira, Jaceruba, Teófilo Cunha, Rio Douro, Laranjal e Delamare.


Linha Auxiliar da Serra do Tinguá
Apartir de 
uma determinação direta do Imperador D. Pedro II, a Linha Auxiliar surgiu após contratos assinados no Rio de Janeiro em 15 de março de 1882 entre o Governo da Província Fluminense e a direção da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil.


Estrada de Ferro Melhoramentos - Locomotiva seguindo em direção à Governador Prtela - Foto: Reprodução da internet
A linha deveria seguir o curso do rio Santana, galgar as serras da Viúva e do Couto, ultrapassar as vilas de Portela e da Estiva, atravessar a Freguesia de Paty do Alferes e daí continuar para Paraíba do Sul e Entre-Rios.



Para sua concretização, foi fundada, em 17 de maio de 1890, a Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil pelos engenheiros André Gustavo Paulo de Frontin, Francisco Bicalho e Conrado Niemeyer, entre outros engenheiros e membros do Governo Provincial.


Ponte ferroviária sobre o Rio Santana no bairro Conrado em Miguel Pereira em 1985 - Foto: Hugo Caramuru

No dia 15 de fevereiro de 1893, deu-se então partida à construção da ferrovia na Estação de Alfredo Maia, na Mangueira (Rio de Janeiro). Em 1 de novembro de 1895, os trilhos já atingiam Honório Gurgel (km 17), destacando-se daí um ramal com 3 quilômetros em linha reta até a estação de Sapopemba (hoje Deodoro).



Já em 29 de março de 1898, a Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil promoveu uma série de inaugurações pela Serra do Tinguá, abrindo para o tráfego as estações de Sertão (hoje Conrado), Bomfim (agora Arcádia), Vera Cruz e o seu famoso viaduto, Conrado Niemeyer (depois batizada como Francisco Fragoso), Governador Portela, Estiva (ex-Barreiros e atual Miguel Pereira), Paty do Alferes, Arcozelo, Avelar, Andrade Costa, Cavaru e Barão de Werneck, além de diversas paradas de reabastecimento de locomotivas, entre as quais Paes Leme, Santa Branca, Engenheiro Adel, Monte Líbano, Barão de Javary, Monte Alegre, Pau Grande, Mestre Xisto, Bueno de Andrade e Taboões.


Vale do Rio Santana em Miguel Pereira
A partir daquele auspicioso dia, passou a circular pela serra a fumacenta Maria Fumaça, que por muitos anos foi motivo de alegria e prosperidade para todas as emergentes cidades do vale do rio Santana.



A Linha Auxiliar da Serra do Tinguá, assim chamada por servir de apoio à Rede de Campos dos Goytacazes, ou SR-8 (Superintendência Regional 8) no Norte do Estado, cobria as secções de Alfredo Maia ao Sertão (Conrado), com 85 km; Sertão à Governador Portela, com 25 km; Portela à Paraíba do Sul, com 55 km.


Acidente no km 95, a 3 km de Arcadia, em 1954 - Foto: Jornal Última Hora de 27/12/1954

Na realidade, considerava-se como Linha Auxiliar o leito ferroviário que partia da Estação de Alfredo Maia até a cidade de Três Rios, num total de 176,300 quilômetros, correndo então os trilhos dessa cidade até Porto Novo do Cunha, já na linha limítrofe com Minas Gerais.



Em 2 de julho de 1903, a ferrovia serrana conectando Japeri à Três Rios foi incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) e, por determinação expressa do ofício nº 835, datado de 16 de julho do mesmo ano, passou a ser definitivamente conhecida como Linha Auxiliar.


Viaduto Engenheiro Paulo de Frontin sobre  Rio Santana. Localizado no bairro Vera Cruz em Miguel Pereira - Foto: Reprodução da internet
Em 1957, com a criação da Rede Ferroviária Federal S/A que unificou 19 estradas de ferro brasileiras, a Linha Auxiliar passou a ser administrada pela Estrada de Ferro Leopoldina, pelo fato de seu trecho ser em bitola métrica (1 metro de largura), cuja gerência, até dezembro de 1986, ficou a cargo da Superintendência Regional de Juiz de Fora, esta subordinada a CSP-3/Campos.


No pátio de Governador Portela, carros e máquina a vapor da Leopoldina, em janeiro de 1972 - nessa época, já era a Leopoldina quem usava essa linha. A locomotiva já "encostada", servia apenas como manobreira.
Em Portella o viajante escolhia. Seguir para Entre Rios, na composição vinda de Belém (Japeri), ou tomar novo comboio, de máquina a gasolina, rumo de Vassouras - Foto: Acervo Marcelo Lordeiro)

A velha e admirada Maria Fumaça ainda tentou resistir ao repto de um eclipse social tão melancólico, circulando pela malha ferroviária de Miguel Pereira como trem turístico no ano de 1986, até ser aposentada em face de problemas conjunturais e econômicos alegados pela direção da RFFSA.



Por sua vez, entre 1993 e 1995, a empresa Montemar Turismo, após investir milhares de dólares na reforma de vagões e trilhos, fez circular entre Conrado e Miguel Pereira o chamado Trem Azul, promovendo viagens que, semanalmente, atraíam para nossa terra centenas de turistas e levas de saudosos ex-ferroviários.


Entre 1989 e 1996, com algumas interrupções, o Trem Azul, turístico, fazia o percurso entre as estações de Miguel Pereira e de Conrado. Foi o último trem de passageiros a circular pela linha Auxiliar depois de anos de desativação.
Foto da revista Veja (1995)
Também a derrocada econômica levou a empresa à falência, e o que resta hoje das gloriosas épocas da ferrovia são poucas estações reformadas e apenas antigas fotografias nas quais podemos admirar a elegância dos nostálgicos trens que diariamente alegravam os vales e as montanhas.





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